Flávio R. Cavalcanti
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No entanto, trata-se do formato ideal para um cômodo construído com esta finalidade, de preferência no segundo andar da casa ou da garagem e com entrada por uma escada que dê no centro do quarto.
Havendo duas portas e um armário embutido, como é o caso do galpão disponível para a Paranaíba-Aragarças (Fig. 1), esse tipo de maquete torna-se inconveniente.
Fig. 1 – O galpão disponível para a construção da EFPA tem formato de um "L" de 7 x 5 m. A presença de duas portas de uso necessário, um armário (A), e duas banquetas de alvenaria de 90 cm de altura (B e C) condicionaram bastante o projeto
A alternativa óbvia é a prateleira ao longo das paredes maiores (7 m + 5 m), com largura de 80 cm, e duas alças mais largas nas extremidades para as peras de retorno. Esta solução, recomendada no Informativo Frateschi nº 33, no entanto, impõe severas limitações ao raio de curvatura nas peras de retorno, pois além de 80 cm é cada vez mais difícil o acesso (Fig. 2).
Fig. 2 – O formato
"duas alças" permite aproveitar a extensão total das duas paredes maiores, se o raio mínimo
for pequeno e o pátio relativamente acanhado. Além de 80 cm de largura, é difícil o acesso, tanto
para a construção como para manutenção. Note que as banquetas (B e C) impediriam o acesso pelos dois espaços
deixados nos cantos à esquerda.
A alternativa da "piscina" de acesso nas alças, obrigando o modelista a se abaixar e esgueirar-se, foi sumariamente vetada pelo Gilberto, que não quis nada com estes malabarismos. O uso de pontes escamoteáveis, dando acesso direto à "piscina", acabou sendo descartado como uma solução de baixa qualidade (Fig. 3).
Fig. 3 - "Piscina" de acesso
no centro de uma "alça".
A "ponte" é
uma forma
de o modelista não ter de
se abaixar ao entrar e sair
De qualquer modo, o formato "duas alças" dificilmente comportaria quatro linhas (duas voltas) e um grande pátio na largura até 80 cm das paredes, com resultado visual sequer razoável.
Sendo o cômodo em "L", as penínsulas em "E" também não ofereceriam grande utilidade.
Assim, passo a passo, concluímos que a "ilha" ou "península" (maquete com acesso por todos, ou quase todos, os lados) freqüentemente pode ser a melhor solução, capaz de comportar uma grande extensão de linhas, pátio amplo, retornos de raio aberto e paisagem densa e variada, num volume compacto de espaço, na largura de 1,6 m, compensando a perda na extensão, provocada pelo afastamento em relação às paredes nas quatro direções (Fig. 4).
Os objetivos condicionantes do projeto estavam em grande parte ligados às soluções adotadas na EF Pireneus-Paranã: circuito circular em via singela, com cruzamento intermediário para operação simultânea de duas composições extensas.
Fig. 4 – A solução adotada foi a
"península", com acesso
por quase todos os lados.
Na largura máxima de 1,6 m,
um circuito circular pode
ser bem condensado,
acomodando 40 m de
trajeto e 90 m de trilhos,
sem prejudicar a paisagem
e sem virar "ferrovilândia".
Além disso, o Gilberto optou pela colocação do pátio (amplo) em nível superior e o aproveitamento intensivo do espaço em vários níveis (Fig. 5; veja também Informativo Frateschi nº 31).
Finalmente, o raio mínimo de curvatura teria de ser igual ou superior a 600 mm, para assegurar um bom aproveitamento das locomotivas a vapor, preferência nº 1 do modelista.
Fossem outros os objetivos — por exemplo, uma ferrovia ponto-a-ponto — e o formato "duas alças" talvez fosse o melhor.
Com um raio mínimo menor, não será tão difícil comportar duas peras de retorno numa largura de 1,1 m, como na EF Pireneus-Paraná.
Você verá, na seqüência, como o aumento do raio mínimo consumiu o espaço aumentado.
Bibliografia A Gretoeste: a história da rede ferroviária GWBR - 25 Abr. 2016 Índice das revistas Centro-Oeste (1984-1995) - 13 Set. 2015 Tudo é passageiro - 16 Jul. 2015 The tramways of Brazil - 22 Mar. 2015 História do transporte urbano no Brasil - 19 Mar. 2015 Regulamento de Circulação de Trens da CPEF (1951) - 14 Jan. 2015 Batalhão Mauá: uma história de grandes feitos - 1º Dez. 2014 Caminhos de ferro do Rio Grande do Sul - 20 Nov. 2014 A Era Diesel na EF Central do Brasil - 13 Mar. 2014 Guia Geral das Estradas de Ferro - 1960 - 13 Fev. 2014 Sistema ferroviário do Brasil - 1982 - 12 Fev. 2014 |
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