Maquete de ferreomodelismo
Planejamento e construção da
EF Paranaíba-Aragarças
III - Estrutura
aberta
Flávio R. Cavalcanti – Centro-Oeste nº
8 (jul-1985)
Definido o formato e o traçado da EF Paranaíba-Aragarças,
fica claro que não se aplica ao caso a construção
de um tablado do tipo convencional, de quadros regulares e uma (ou
várias) folhas de aglomerado. A mesa plana, tal como ensinado
no Informativo Frateschi (nºs 12 e 26) e no livro "Ferrovias
para Você Construir" aplica-se apenas a maquetes
de, no máximo, 2 níveis, e dimensões relativamente
reduzidas.
Quando se pretende construir uma ferrovia em três, quatro
níveis, de dimensões consideráveis, pátio
em nível superior, ou longos trechos de linha ocultos, é
preferível abandonar a "mesa plana" e partir para
a "estrutura aberta", cujos princípios são
demonstrados de forma rudimentar no Informativo Frateschi nº
13 (Fig. 9, acima).
Neste caso, cada linha isolada assenta-se sobre uma faixa de compensado
ou madeirite (a "base" da linha), de 10 a 12 mm de espessura,
cortada em reta ou em curva, numa largura mínima de 60 mm.
Com esta largura, você terá uma via estreita, devendo
usar cortiça [(aqui chamada de "leito")] de espessura
inferior a 5 mm e largura de 30 a 32 mm. Caso decida fazer a base
de madeira com largura de 70 até 75 mm, poderá usar
cortiça de 5 mm com largura de 35 a 38 mm. Tecnicamente falando,
a via estará mais próxima da escala perfeita. No entanto,
a extensão da via e os raios de curvatura quase nunca estão
em escala. Por isso, uma via mais estreita disfarça essa
deficiência inerente ao modelismo. Porém, será
necessário que a maquete não reproduza uma ferrovia
excessivamente moderna ou tecnicamente avançada, pois aí
a via terá mais espaço lateral.
Para linhas duplas, a base de madeira terá a largura correspondente
e, no caso do pátio, usa-se uma ou várias tábuas
cortadas no formato adequado.
Estas bases de madeira serão fixadas, a cada 40 ou 45 cm
(no máximo), sobre ripas verticais de 50 x 20 mm, aproximadamente
(os "apoios"). Mas observe: o distanciamento entre os
apoios mede-se ao longo da base, quando esta corta o tablado em
diagonal, e não pelos quadros. Cada apoio terá a altura
projetada com precisão, determinando o nível e a inclinação
desejada para cada trecho da linha (Fig. 10).
Dito isso, é fácil verificar que pouco adianta fazer
um tablado de quadros regularmente espaçados, sempre em ângulo
reto e formato retangular. Em alguns locais, onde não passa
nenhuma linha, é desnecessário haver uma travessa
de madeira, que apenas impedirá o acesso durante a construção
da maquete. Em outros locais, havendo grande concentração
de linhas, principalmente em curva, é necessário que
haja travessas suficientes para a fixação dos apoios.
Assim, o tablado pode ter a estrutura mais irregular que se imagine
(Fig. 11). O que iremos mostrar a seguir, na EFPA, é até
muito "bem comportado". Apenas um exemplo muito específico,
que servirá de introdução a essa técnica.
Não é novidade para quem dispõe de literatura
importada, mas acreditamos que será útil aos demais.
Os quatro níveis da estrutura aberta da EFPA: pátio superior
(4º); linha da esquerda para a direita (3º);
linhas divergentes / convergentes da rotatória escondida (2º);
e linha tripla escondida, em madeira clara (1º).
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