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    EFMM - Estrada de Ferro Madeira-Mamoré
Aspecto da maquete de ferreomodelismo escala HO (1:87) com a locomotiva a vapor, estação e outros itens decorativos

Fundição Mineira Integrada, Boa Esperança, MG

Luiz Carlos Xavier recria as velhas fundições do interior em 4,2 x 1,7 m, 3° andar

Fotos: Luiz Carlos Xavier – Centro-Oeste n° 22 – ago-1987

A Estrada de Ferro Vale do Aço é uma das mais bem construídas maquetes que temos visto, no País, destacando-se muito mais pelo equilíbrio na composição da cena e pelo acabamento de qualidade, do que por ser grande ou complexa.

Trata-se de uma "maquete de apartamento", como descreve seu projetista e construtor Luiz Carlos Xavier da Silveira, de Belo Horizonte, MG. Tem a forma geral de um "B" de 4,2 x 1,7 m, fixado a três paredes, e altura média de 1,2 m, permitindo fácil acesso por baixo. O traçado é circular com laço (loop) e 2 níveis.

Luiz Carlos pintou o prolongamento da paisagem em cartolinas coladas às paredes, mas recomenda que a pintura seja feita diretamente na parede, pois o processo usado não o satisfez. Em uma parede, há um espelho, que prolonga a paisagem e as linhas "para fora" do tamanho normal do quarto.

A EF Vale do Aço é uma ferrovia "de época", entre a virada do século e a década de 20 e, embora a localização geográfica seja "imaginária", não resta dúvida de que inspirou-se bastante nas minas de ferro e antigas fundições de Minas Gerais, no vale do rio Doce, apesar de a EF Vitória a Minas ser mais recente.

A falta de documentação histórica e fotográfica, aliada à dificuldade de obter construções adequadas para reproduzir a Minas Gerais da época, determinaram essa geografia "imaginária".

A maquete representa o entroncamento da EF Vale do Aço em uma cidade cuja vida gira em torno da Fundição Mineira Integrada (FMI) e um pequeno comércio."Positivamente, uma cidade de província, com ares de requinte trazidos pelo pessoal contratado pela fundição de ferro na cidade grande" — diz Luiz Carlos.

Nesta cidade, a EFVA construiu seu entroncamento ferroviário com área de manutenção, pátio de classificação, estação de passageiros, parada e terminais de carga para movimentação de minérios, peças fundidas, carga geral etc.

Várias construções tiveram de ser feitas a partir de fotos e projetos publicados em revistas e catálogos estrangeiros de modelismo ferroviário, embora algumas tenham saído diretamente de "folhinhas" e fotos brasileiras antigas. P. ex., a FMI foi baseada numa antiga fundição de ferro de Elgin (EUA), enquanto a estação de passageiros baseou-se em um projeto da New York Central.

Da mesma forma, algumas construções são estrangeiras (Faller, Campbell) e as locomotivas — todas a vapor — são PMF, Westside, Balboa, Rivarossi, Roundhouse, Arbour e Akane.

  

Alguns vagões são de construção do próprio Luiz Carlos, enquanto outros são Rivarossi, Central Valley, Roundhouse e Ulrich. Apesar disso, o modelista adquire todos os lançamentos Frateschi e trata de envelhecê-los, como é o caso das composições na capa desta edição, que não fazem parte da frota da EFVA.

Todas as árvores foram feitas utilizando capim meloso, lã acrílica, anilinas, fios elétricos, bombril, solda, gesso, tinta a óleo, galhos de jaboticabeira, serragem, chá etc.

Uma represa, queda d'água e o riacho (não mostrados aqui) foram feitos em resina epóxi, tendo como base o gesso do próprio relevo da maquete.

Algumas figuras foram feitas em cera de abelha e pintadas com tinta esmalte; outras sao da Hobbylândia (Model, não confundir com a loja), Preiser, Jourdan etc.

Os telhados são em cera, gesso e até folha de alumínio laminado, para simular folhas de zinco.

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