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Trem turístico Ouro Preto - Mariana
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O trajeto sinuoso da ferrovia entre Ouro Preto e Mariana, com seus túneis e paisagens, entre montanhas e vales, é o maior atrativo do trem turístico,
Ao mesmo tempo, é sua maior dificuldade.
O trem enfrenta um desnível de mais de 360 metros, da altitude de 697 m em Mariana para 1.060 m em Ouro Preto, a ser vencido ao longo de 18 km de trilhos.
Daí, o desafio enfrentado pelos antigos engenheiros, de contornar ribanceiras em curvas apertadas e perfurar túneis, para vencer a diferença de altitude entre as duas cidades.
Perfil da linha, de Burnier a Mariana |
A Estrada de Ferro D. Pedro II atingiu Ouro Preto somente no penúltimo ano da monarquia, em 1888, por um ramal iniciado em Burnier, na Linha do Centro.
A função do ramal era essencialmente política, ligar a Côrte (capital do Império) à capital da província de Minas Gerais, uma vez que a região montanhosa de Ouro Preto não tinha significado econômico, desde o final do século anterior.
Tratava-se de transportar pessoas, e não cargas pesadas, até a sede política e administrativa da província, ou dela para para as demais regiões da província e para o Rio de Janeiro.
Transferida a capital da província para a nova Cidade de Minas (Belo Horizonte), em 1897, foi ainda preciso ligá-la, mais rapida e economicamente, à riquíssima zona da Mata, pelo prolongamento dos trilhos até Ponte Nova, onde a EF Central do Brasil (antiga EF D. Pedro II) fez conexão com a Leopoldina, cobrindo a região leste de Minas, a Zona da Mata [Max Vasconcelos, p. 363-377].
Eis como Max Vasconcelos descreve o trecho:
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O ramal de Ponte Nova tem início na estação Burnier (km 498,264).
Tomando a direção de leste a linha sobe com uma rampa de 2,53%, até o km 498,280; depois desenvolve-se em direção à garganta de São Julião, divisa das águas do São Francisco e do rio Doce.
A estação de Ouro Preto fica situada entre o morro do Cruzeiro, à direita, e a cidade, à esquerda.
Partindo dela o trem toma a direção leste, atravessando novamente o Funil sobre a ponte Nona (38,78 m, km 541,460) entrando logo em seguida no Túnel 2, de 31,00 m, depois do qual chega a Itacolomi (km 543,600) [Vitorino Dias, km 543,736, alt. 1.021 m]
A partir de Itacolomi o trem penetra logo em seguida no Túnel 3, de 65,80 m, para 300 m após varar o Túnel 4, de 106,00 m; depois, tomando a direção nordeste, galga o divisor das águas dos rios Doce e das Velhas, transpõe a ponte Oscar Lacerda, de 7,62 m (km 544,161) e entra no município de Mariana.
Esbatidos no painel fusco da serra, vão surgindo, no fundo, à direita, as habitações de Passagem (km 547,800) [Passagem de Mariana, km 547,667, alt. 928 m].
Saindo de Passagem, o trem toma a direção norte e rola pela vertente elevada do ribeirão do Carmo.
No km 554,910 é transposto o Túnel 5, de 68,00 m; e terminando a descida da encosta rochosa, chega o trem a Mariana [Max Vasconcelos, p. 363-377].
Para vencer as rampas desse trecho difícil, reconstruído em 2006, sem alterações fundamentais em seu perfil, a Vale escolheu uma imponente locomotiva Santa Fé (2-10-2), de comprovada experiência na cordilheira do Trasandino Norte.
Porém, a potente locomotiva a vapor não se aclimatou como esperado, nas curvas apertadas do trecho turístico entre Ouro Preto e Mariana, e acabou pedindo auxílio de cauda da modesta locomotiva G8 nº 4066 para tracionar 4 vagões de passageiros.
Solucionado o problema de força, logo se evidenciou um segundo problema, a pesada locomotiva a vapor de 10 rodas motrizes (5 eixos) forçava os trilhos nas curvas fechadas, e acabou substituída pela brava diesel-elétrica G8 nº 4066, que hoje comanda sozinha o trem turístico, devidamente pintada para mimetizar uma locomotiva a vapor.
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