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Para uma história do ferreomodelismo
Centro-Oeste DC-6
12 de Setembro de 1990
Flavio R. Cavalcanti - 12 Set. 2015
O Centro-Oeste DC-6, há 25 anos, foi o último composto no pioneiro Apple II+ (8 bits, 64 KB de memória), com placas de 80 colunas (80 letras na tela) e de CP/M (Digital Research), usando processador de textos Wordstar e impressora matricial Epson LX-80 cuja fita velha (usada na fase de rascunho) era substituída, no último momento, por uma fita nova, para imprimir as páginas a serem recortadas, montadas em caderno (paginação) e multiplicadas a seguir em xerox.
O recurso de já imprimir o texto em 2 colunas evitava a necessidade de recortá-las e montá-las lado a lado, em cada página, com cola de bastão (poupando tempo na paginação). Porém, o editor de textos Wordstar não editava em duas colunas. O recurso era redigir a edição inteira em uma coluna corrida, e só no final mandar que o WS arrumasse tudo em duas colunas. A partir daí, qualquer mudança no texto desarrumaria tudo; portanto, o texto devia estar totalmente concluído e corrigido, e no tamanho certo para as 16 páginas em sequência (com os espaços em branco para os desenhos).
A cada passagem do cabeçote de impressão (1 linha de texto), a acentuação da Epson LX-80 implicava em um recuo brusco para cada acento, com sopapos que só faltavam derrubar a mesa da impressora. Isso, 10 ou 15 vezes em cada linha de texto. A solução adotada, a essa altura, era deixar a impressora configurada para o conjunto de caracteres em francês, que já fornecia ç e é, nativos (sem necessidade desse recuo), e reduzir o restante da acentuação ao mínimo, até para poupar tempo e cabeçote (as agulhas já estavam francamente entortadas pelo uso de alguns anos, produzindo letras mais deformadas a cada mês). O espaçamento adotado (tamanho de letra) era, se não me engano, de 16 cpi (caracteres por polegada, na horizontal), com entrelinhamento vertical também ajustado na mesma proporção. Isso dispensava o processo anterior, de redução das páginas em xerox, que ainda implicaria em retorno das páginas reduzidas à prancheta, para a montagem final do caderno (No mínimo, uma viagem de ida e volta ao centro da cidade, estacionamento, filas).
Os desenhos eram feitos na prancheta (finalizados em nanquim), na largura de 1 ou 2 colunas, e medidos na vertical para prever espaços intercalados no texto (linhas em branco). Essa diagramação era feita à parte, para prever o caderno da edição em preparação.
O cabeçalho de capa continuava a ser feito em editor de imagem, já que a impressora Epson LX-80 não tinha recursos para geração de caracteres fora do padrão da época courier, elite, monoespaçamento 10, 12, 16 e 20 cpi. Era pouco mais que uma máquina de escrever, destacando-se apenas pela possibilidade de imprimir imagens em baixa resolução (não lembro se chegava a 150 dpi grosseiramente impressos a pancada).
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