Para uma história do ferreomodelismo no Brasil
O catálogo de 1985
da Miniaturas Artesanais
Flavio R. Cavalcanti - Outubro de 2010
Não se deixe levar pelo aspecto primitivo das construções e do catálogo da antiga Miniaturas Artesanais.
Sem câmeras fotográficas digitais, focalizar pequenos objetos, a menos de um metro de distância, exigia profissionais com conhecimentos misteriosos, lentes especiais, estúdios com iluminação artificial, sabe lá que mais. Sem internet ou PDF, publicar requeria a mobilização de uma pequena indústria gráfica, e você podia se dar por feliz se pudesse escapar do tradicional "mimeógrafo a álcool" para as mais novas tecnologias de "mimeógrafo eletrônico" (a tinta), ou encontrar uma "xerox" de qualidade razoável.
E o mercado? Em 1985, devia estar fazendo duas décadas que o Trem Elétrico Atma oferecia os mesmos três kits estação, casa, torre de sinalização , enquanto a Frateschi Trens Elétricos ainda lutava com uma linha de produtos bem mais limitada que a atual.
Em um cenário sem facilidade de importação, com as lojas de ferreomodelismo concentradas em duas ou três cidades, sem internet, com DDD caro, sem tradição de catálogos ou venda pelos correios, e sem publicações independentes, o hobby teria de permanecer restrito a um pequeno número de praticantes a menos que dois ou três pequenos produtores artesanais, como a Hobbylândia / Model e a Miniaturas Artesanais (ou "Minnie-Franco"), viessem facilitar a vida dos ferreomodelistas menos privilegiados.
Naquele panorama, chamam atenção certas atitudes da Minnie e do Luís Carlos Franco, que não eram tão comuns quanto se poderia imaginar hoje em dia: (1) Produzir um catálogo simples porém completo, com imagens e códigos de referência; (2) Oferecer orientações básicas ao ferreomodelista novato; (3) Incluir endereço e razão social no catálogo; (4) Responder prontamente, ao ser contatado por um novo ferreomodelista ou associação.
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