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Para uma história do ferreomodelismo no Brasil
Modeltrem
também Model, ex-Hobbylândia
Flavio R. Cavalcanti
A trajetória da Model, ou Modeltrem, ou Hobbylândia refiro-me ao "microprodutor"; não confundir com a tradicional loja de hobbies do centro do Rio ficou envolta de tanta névoa e mistério, que cheguei a duvidar que existisse mesmo, "de se pegar", como diria Drummond.
Não os itens, é bom esclarecer. Estes, existiam sim, em abundância e variedade, juntamente com catálogos impressos de forma tosca e você só não podia pegar, se o dono fosse muito chato. Não eram nada que se quebrasse ao menor descuido.
O guindaste ferroviário assim como o carro de passageiros descrito como "old timer" era fundido em metal pesado, talvez zamac. Pelo menos, os exemplares que já vi, em casa de colegas ferreomodelistas.
Já as construções decorativas para maquete, conheci exemplares, tanto em metal fundido quanto em outro material (cartão grosso? madeira?), bem mais leve, finalizado com janelas e portas da Miniaturas Artesanais mas, os mesmos itens, apenas produzidos em épocas diferentes. Os da fase metálica tinham acabamento bem melhor, com detalhes em relevo (tijolo aparente, p.ex.), ainda que não fossem, propriamente, uma Brastemp. Mas eram vistosos, numa época em que a importação era difícil e cara, e não havia muitas opções locais. As construções que mais me agradavam, eram a torre de controle cópia da torre Atlas, que um dia finalmente comprei importada e uma pequena cabine de beira de linha (telephone shanty, também da Atlas).
Já a linha de figuras para maquete pessoas, animais, carroça etc. , esta sempre vi em metal fundido, e cheguei a arrematar vários conjuntos de uma loja de Brasília (Paraíso Infantil), que havia desistido do ferreomodelismo. Vinham em pequenas caixas de papelão, já com a marca simplificada para "Model" e nem o telefone da embalagem atendia, nem a rua tinha o tal número indicado, segundo atendente do 102 do Rio de Janeiro na época.
Anúncio nos Estatutos da Sociedade Brasileira
de Ferreomodelismo (SBF, 1981)
comunicava a transferência da linha de produtos
da "Hobbylândia" para a "Modeltrem"
A produção parece ter-se iniciado sob a marca "Hobbylândia", passando a "Modeltrem" por volta de 1981. Depois foi simplificada para "Model". Por volta de 1990, soube que "a sociedade" (?) tinha sido desfeita, e a produção teria continuação por Alfredo Teixeira ME, em Teresópolis. E nunca mais tive notícias.
Alfredo produzia alguns itens em metal para MR Custom, mas o que lhe dava camisa eram cópias em metal de super-heróis, que tinham grande saída.
Só após a extinção da Model e da Miniaturas Artesanais, a Minitec passou a produzir figuras (fundidas em metal) e "estruturas" (injetadas em plástico) tais como portas, janelas etc. porém com moldes próptios , preenchendo, dessa forma, o vácuo deixado pelos dois microprodutores do Rio de Janeiro.
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