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Maquete de ferreomodelismo
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Esconder a caixa de bobinas dos Aparelhos de Mudança de Via (AMVs) é uma entre várias exigências que estabeleci para mim mesmo. Não me parece aceitável, uma mini-ferrovia com aquelas monstruosidades por toda parte, ao lado de cada AMV.
A caixa de bobinas é um mecanismo usado por fabricantes dos melhores países. Muitos também oferecem a opção econômica, da caixa manual, sem mecanismo elétrico. No Brasil, a Atma oferecia as 2 opções.
Alguns fabricantes oferecem uma terceira opção, mais sofisticada: um mecanismo elétrico pronto para ser instalado debaixo da linha. A sofisticação pode ir ao ponto do AMV ser acionado vagarosamente, como ocorre em muitas ferrovias-protótipo.
Para um diorama com apenas 3 AMVs, não seria difícil, nem caro, obter o mecanismo mais sofisticado, pronto para instalar debaixo da via, com direito a um acionamento suave e lento.
Mas sou aficcionado das soluções próprias. O desafio de "fazer" é muito mais interessante do que comprar pronto. Optei por usar AMVs Frateschi, escondendo a caixa de bobinas.
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Vamos acertar alguns termos, que serão usados sempre com o mesmo significado:
Agulhas - Os trechos de trilho que se movem para a esquerda ou para a direita (Fig. 2).
Trave - O "dormente móvel" que leva as agulhas para a esquerda e para a direita (Fig. 2).
Lingüeta - Os 2 dormentes que cercam a trave são unidos por 1 lingüeta, por baixo da trave, exatamente no centro da linha (Fig. 1).
Haste - A haste que sai da caixa de bobinas, movimentando a trave das agulhas. Nos antigos AMVs Frateschi, era um arame de aço; nos atuais, um filete de plástico (Fig. 6).
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A Figura 6 resume o funcionamento do projeto: um ponteiro vertical, girando em torno de um pivô situado a meia-altura, transmite o movimento da caixa de bobinas para as agulhas.
O ponteiro deve ter um rasgo na extremidade inferior, para encaixar a haste da caixa de bobinas. Quando a haste vira para a direita, a ponta superior do ponteiro move as agulhas para a esquerda. E vice-versa (Fig. 4).
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A caixa de bobinas fica embaixo da linha, de cabeça para baixo. É necessário um calço de 4 mm, para firmar a caixa do AMV antigo, aparafusada nesta posição.
O primeiro passo é assentar as linhas provisoriamente, inclusive o leito de cortiça, sobre a base de compensado.
Desenhe no compensado o contorno da cortiça. Isso ajuda a recolocar tudo do mesmo jeito, mais tarde.
Marque no compensado a localização exata da trave de cada AMV. Debaixo de cada trave, será preciso abrir um rasgo no compensado (Fig. 5).
Uma forma simples de abrir esse rasgo, é fazer 2 furos. Comece com uma broca pequena; depois, alargue os furos com uma broca de 3/8'' (10 mm). Por um desses furos, passe a lâmina da serra elétrica, e corte até o outro furo.
O passo seguinte é assentar e fixar o leito (cortiça) e a linha. Nesta fase, faz-se o rasgo correspondente na cortiça, com faca Olfa. Procure fazê-lo o menor possível, tanto na largura como no comprimento.
A largura ideal, para o rasgo na cortiça, é de menos de 10 mm - o espaço dos 2 dormentes que cercam a trave das agulhas. O comprimento ideal, é um pouco menos de 25 mm.
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Com essas medidas, o rasgo na cortiça ficará completamente escondido, exatamente onde não precisa haver lastro (empedramento da linha).
Tenha cuidado, para que o rasgo na cortiça não fique pequeno demais. Uma boa precaução é já preparar e colar - nesta fase - o "arco quadrado" que irá debaixo de cada trave.
A ponta do ponteiro não deve ser encaixada no prolongamento lateral da trave das agulhas. O prolongamento da trave pode ser empurrado para cima, e emperrar.
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O ideal era o ponteiro encaixar diretamente no centro da trave, onde seria feito um furo vertical. Porém, exatamente no centro, existe uma lingüeta por baixo da trave, unindo os 2 dormentes vizinhos (Fig. 1).
Resisti à tentação de cortar fora a lingüeta pois, sem ela, a trave pode perder o prumo e emperrar.
A solução é colar um "arco" sob a trave. Esse "arco" contorna a lingüeta por baixo, podendo então receber livremente a ponta do ponteiro (Fig. 3).
O "arco quadrado" é cortado dos dormentes de uma grade rígida Frateschi, geralmente a grade ref. 4045 ou 4055 (Fig. 2, Detalhe). Pode ter 4 a 5 mm de altura total; e deve ser atravessado por um furo vertical, no centro, para receber a ponta do ponteiro, sem ser forçado para cima.
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Use Super-Bonder (ou similar) para colar o arco embaixo da trave das agulhas. Uma vantagem adicional, é que confere maior rigidez à trave - a meu ver, muito flexível.
Antes de fixar o AMV na maquete, pode-se dar alguns retoques, a critério de cada um.
O primeiro, é cortar fora aqueles 2 retângulos de plástico na lateral reta do AMV, para a fixação original da caixa de bobinas. Com algum trabalho extra, pode-se deixar o equivalente a 2 pontas de dormente.
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Outra questão, é o que fazer do prolongamento lateral da trave. Pode-se cortá-lo, ou aproveitá-lo para instalar um mecanismo copiado das ferrovias-protótipo - como o "queijo".
É melhor fixar a caixa de bobinas num bloco de madeira, do que diretamente no compensado. Como usei caixa de bobinas do antigo AMV, os blocos medem apenas 60 mm.
Bastam 2 parafusos para fixar cada bloquinho ao compensado. Fiz 2 furos em cantos opostos (diagonal).
A fixação do bloquinho embaixo do compensado, já com a caixa de bobinas e o ponteiro, é o último passo. A posição deve ser verificada com cuidado, para certificar-se de que o sistema funciona bem.
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Essa parte foi feita com toda comodidade, numa escrivaninha. A base das linhas - recortada em compensado - ainda estava solta do resto da estrutura.
Mesmo numa grande maquete, onde a base das linhas tenha de permanecer fixada, o ajuste e fixação do bloquinho embaixo do compensado não é tão difícil. Segura-se o bloquinho firmemente, faz-se alguns testes preliminares, e vai-se marcando o local com lápis. Depois, marca-se o local dos parafusos sob o compensado, passando um grafite pelos 2 furos do bloquinho.
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Não perdi muito tempo pensando na caixa de bobinas do atual AMV Frateschi - a qual tem 91 mm de comprimento, e nenhum furo para fixação com parafusos. Parti diretamente para a caixa do antigo AMV, com apenas 57 mm de comprimento, e 2 furos muito convenientes.
Só tive que improvisar um calço com cerca de 4 mm de espessura, para dar firmeza à fixação com parafusos.
A "frente" da caixa de bobinas - o lado por onde sai a haste - deve ficar bem rente à borda do bloco de madeira.
Note que o conjunto (bloco + bobinas + ponteiro) não precisa ficar embaixo do AMV, apontando na mesma direção que as agulhas. Pode ficar adiante do AMV, vindo em direção a ele - desde que mantenha o alinhamento com a reta.
Isso é necessário, quando uma coluna (da infra-estrutura da maquete) não permite a localização convencional.
O ideal para o corpo do ponteiro é uma peça de estireno com cerca de 1,25 mm de espessura. Apresenta rigidez suficiente e é muito melhor - para trabalhar - do que o material do "arco quadrado" (dormente de grade rígida).
Com uma lima chata, rapidamente se abrem 2 sulcos longitudinais, nas extremidades do ponteiro: um, para encaixar a ponta de alfinete; e outro, vasado, que será a fenda para encaixar a haste da caixa de bobinas.
A ponta é um alfinete sem cabeça, cortada fora com um alicate comum. Encaixe o alfinete na fenda, com a ponta para fora, e cole com Super-Bonder.
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O pivô de giro do ponteiro é outro alfinete. Deve ficar uma folga, para a cabeça do alfinete não entravar o movimento do ponteiro. O furo no ponteiro também deve ter folga.
Resta definir as medidas do ponteiro: o comprimento da fenda para encaixe da haste; o comprimento da ponta de alfinete; e a localização do furo central, para o pivô.
Lembre, também, que o centro de giro tem 2 localizações: uma no corpo do ponteiro (furo); e outra no bloco de madeira (alfinete). É preciso calcular as 2 com igual atenção.
No diorama, de um modo geral, encontrei uma distância de cerca de 35 mm, do arco até a haste da caixa de bobinas. Portanto, comecei cortando o ponteiro (corpo plástico) com 35 mm.
Embaixo, fiz a fenda com 5 a 7 mm. No alto, fixei a ponta do alfinete com 5 a 7 mm para fora do plástico (Fig. 9).
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O centro exato do ponteiro seria 17,5 mm abaixo da ponta de alfinete. Portanto, fiz o furo do pivô cerca de 2 mm abaixo desse centro. Assim, a ponta de alfinete penetraria uns 2 mm no arco; e a haste da caixa de bobinas ficaria a uns 2 mm do limite da fenda.
Tudo isso varia de uma para outra maquete, conforme o material usado: a espessura do compensado; a espessura da cortiça; a espessura do bloco de madeira; e a altura real do "arco quadrado" (subtrair 1 mm da lingüeta!).
E, por mais perfeitas que sejam as medidas, a única coisa certa é contar com certa margem de erro.
Duas coisas compensam a margem de erro: (a) A fenda na extremidade inferior do ponteiro, deixando uma boa faixa de alturas para encaixe da haste; e (b) O espaço para a ponta do ponteiro, que tanto pode terminar dentro do plástico do arco, como pode ultrapassá-lo um pouco.
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