EFCB - Estrada de Ferro Central do Brasil
Locomotiva Zezé Leone
Bitola 1,600 metro
Desenho e características
Flavio R. Cavalcanti
Foi a intervenção direta dos próprios ferroviários que assegurou a preservação da locomotiva Zezé Leone, quando foi desativada pela RFFSA:
«A locomotiva foi desativada em 1968 e iria para a sucata com o resto da frota a vapor do IV Depósito, mas houve resistência dos funcionários e ela foi salva. (...)
A locomotiva foi um presente do rei Alberto I da Bélgica que visitou o Brasil no centenário da Independência, em 1922, no mesmo ano em que a santista Zezé Leone foi eleita a primeira Miss Brasil. Zezé foi provavelmente a Miss Brasil de todas as mais homenageada: ganhou filme, letra de marchinha, busto de mármore, nome de rua e uma receita de doce até hoje famosa. O concurso foi parte das comemorações do Centenário, há registro de que Zezé Leone foi apresentada ao rei durante sua visita» [O rei e a miss, Revista Ferroviária, 28/11/2008].
Apesar da popularidade, tanto junto à população, quanto junto aos preservacionistas, são poucas as fontes de informações confiáveis sobre a história dessa locomotiva.
Parece não ser abordada, por exemplo, no livro “Vias brasileiras de comunicação”, de Max Vasconcelos; nem no livro “O vapor nas ferrovias do Brasil”, de Benício Guimarães.
O trecho abaixo resume as informações existentes no catálogo do Museu do Engenho de Dentro, do Rio de Janeiro:
«A locomotiva Miss Brasil
«Entre as famosas locomotivas Alco que circularam nas linhas da antiga Central do Brasil, uma, a de nº 370, era muito popular entre os passageiros e recebeu o nome carinhoso de “Zezé Leone”, em homenagem à primeira Miss Brasil, eleita em 1923.
«Seu maquinista Carlos Pereira da Rocha, que a conduzia nas viagens entre Rio e São Paulo, deu-lhe esse apelido e cuidava que sua locomotiva não o desmerecesse.
«Mantinha os metais sempre reluzentes e, quando a máquina não estava circulando, levava os próprios filhos para ajudá-lo no polimento da mesma.
«Quando a “Zezé Leone” passava pelos subúrbios cariocas, os moradores vinham às janelas para vê-la, avisados pelos insistentes apitos com que Carlos Rocha assinalava sua presença.
«Era usada para tracionar o noturno “Cruzeiro do Sul”.
«Foi construída pela “American Locomotive Company”, em 1922.
«Do tipo Pacific (4-6-2), com superaquecimento e dois cilindros, seu peso em serviço era de 95.250 kg»
[Preserfe / RFFSA: Museu do Trem - RJ
p. 50].
Locomotiva Zezé Leone no catálogo do Museu do Engenho Museu do Trem (Preserve / RFFSA)
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