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Estrada de Ferro do Corcovado: 100 anos de eletrificação
Leila Lobo de Mendonça (coord.) e Liliana Neves Cordeiro de Mello
Memória da Eletricidade - Centro da Memória da Eletricidade no Brasil
Rio de Janeiro, 2010
“Verdade”, rigor, exatidão, correção técnica e histórica, com certeza são qualidades da maior importância em qualquer trabalho de pesquisa.
Falhas, porém, mesmo quando numerosas, não invalidam a importância de um livro para o pesquisador.
Dito isso, há pelo menos duas características a destacar no livro produzido e publicado pela Memória da Eletricidade - Centro da Memória da Eletricidade no Brasil:
1) Apresenta informações fundamentais sobre a Estrada de Ferro do Corcovado e sobre o Cristo Redentor (entre outros temas), e que não se encontram mesmo no minucioso livro de Semenovitch; e
2) Sua leitura impõe ao pesquisador a necessidade de todo senso crítico de que puder dispor.
Impressão pessoal, subjetiva, precipitada mesmo, de uma primeira “leitura rápida”, e ainda sem seleção / digitação das informações consideradas relevantes: cuidado, muito cuidado.
Elevado percentual do texto é constituído de cópia de outros textos, — sem indicação explícita (aspas), — porém com abundantes alterações.
Em muitos casos, as alterações parecem tornar mais claros os textos copiados, mas para ter certeza da correção das informações o pesquisador terá de localizar e identificar os textos originais (e outros, eventualmente consultados para se fazerem tais alterações), além de orientar-se por outras fontes para estabelecer os fatos por sua própria conta e compreender o assunto de forma independente. Vale dizer: não pode fiar-se nos textos copiados e modificados; nem terá o apoio de referências relativas a cada trecho.
Em outros casos, as alterações nos textos copiados parecem introduzir erros evidentes, gritantes mesmo. No entanto, também aí será necessário conferir ponto por ponto. Não se pode descartar, a priori, que aparentes erros sejam, na verdade, informação correta e preciosa.
A maior parte desse(s) conteúdo(s) copiado(s) encontra-se na obra de Jorge Scévola de Semenovitch (Corcovado: a conquista da montanha de Deus). Uma comparação, parágrafo por parágrafo, é o primeiro passo para, em seguida, pesquisar quais alterações são esclarecedoras (e corretas); ou fruto de pura elocubração dos redadores e revisores, com ou sem embasamento técnico / histórico.
Uma vez que Semenovitch (tal como Dunlop, Stiel, Telles e outros) não indica explicitamente quais blocos de texto copiou, nem de onde, nem quais trechos podem conter alterações próprias e por que, o simples fato de encontrar sequência após sequência de parágrafos iguais ou semelhantes não significa, necessariamente, que Memória da Eletricidade os tenha copiado de Semenovitch. Muito possivelmente, ambos copiaram de fontes mais antigas, diretamente ou por intermédio de outra obra também formada de cópia de blocos de texto.
Enfim, as próprias fontes que se supõem primárias — como relatórios oficiais de governo e de empresas — podem ser cópias do mesmo gênero (sem aspas nem indicação da fonte). Qualquer pesquisador já deparou, em relatórios presidenciais, trechos inteiros copiados de relatórios ministeriais; e dentro destes, trechos copiados de relatórios das ferrovias.
No caso da Estrada de Ferro do Corcovado, blocos inteiros de texto em seus relatórios também podem ser cópia / tradução de textos suíços, por exemplo.
Exatidão? - Ao longo dos relatórios do Ministério da Viação e Obras Públicas (MVOP, 1909-1918) encontram-se variações frequentes. O raio das curvas, por exemplo, ora é citado como 120,760 metros, ora como 120,076 metros. E a rampa máxima, que quase todos citam como 30%, aparece no primeiro relatório do MVOP após a consolidação das obras de eletrificação como 33%. Aliás, sucessivos relatórios ministeriais indicam extensões variáveis para esse trecho de rampa máxima, ora 190 metros, ora 195 metros. Descobrir se tais discrepâncias correspondem a alterações na via permanente, ou meras imprecisões, ou erros de revisão, pode encher de atividade a vida de alguém.
Pessoalmente, ainda não tenho condições de avaliar em qual proporção o texto de Semenovitch é original, ou igualmente copiado de outras fontes. Para isto, seria necessário conferir vários livros e relatórios, começando pelos poucos que são citados na pequena bibliografia, ao final de seu livro (metade dela, jornais recentes).
Nesse ponto o livro da Memória da Eletricidade é fundamental: em suas sete páginas de referências bibliográficas indica inúmeras fontes primárias e secundárias (não citadas por Semenovitch), embora sem especificar quais partes de seu texto provêm de quais dessas fontes.
A bibliografia, portanto, é um ponto alto deste livro da Memória da Eletricidade.
Outro ponto alto é a iconografia, com inúmeras imagens que não se encontram no livro de Semenovitch, nem em qualquer outra fonte já localizada sobre a Estrada de Ferro do Corcovado. Suas fontes são indicadas em seis páginas de referências iconográficas.
O terceiro ponto alto, são informações — muitas delas de grande importância — que Semenovitch sequer cita de passagem, apesar de seu rigor, minuciosidade a abrangência.
Refiro-me, claro, não só à ferrovia, como à estátua do Cristo Redentor.
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