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Corcovado: a conquista da montanha de Deus
Jorge Scévola de Semenovitch
Ed. Lutécia, 3ª Ed., Rio de Janeiro, 2010
170 p.
Na virada de 1986 para 1987, Luís Octávio, do Rio de Janeiro, propôs que eu ou, digamos, o “Centro-Oeste” — publicasse o livro do Jorge Scévola de Semenovitch sobre a Estrada de Ferro do Corcovado.
“Como là trabalhou algum tempo, resolveu escrever um livro sobre a história da ferrovia e do Cristo Redentor, mas infelizmente não houve interesse dos livreiros para publicar. Talvez você pudesse publicar. Já vi os originais” [Centro-Oeste nº 21 (Mai. 1987), p. 2].
Estava jogando minha vida para o alto, para publicar um simples “jornaleco” de 12 páginas em preto & branco, e não tinha a menor condição de tentar publicar um livro. Tivesse pelo menos um pouco de malícia, e poderia ter dado um jeito de receber uma cópia dos originais. Não tive tal malícia e, só por isso, hoje não posso documentar o que era o livro, naquele momento.
Foi publicado, afinal, em 1997. Uma segunda edição, em inglês, foi lançada em 2008. A terceira edição, de 2010, inclui três capítulos com atualizações da maior importância.
Adquiri agora uma cópia da terceira edição, de 2010, e acabo de “fichar” a parte do conteúdo que considerei relevante para todos os projetos imagináveis no site do “Centro-Oeste”. Nada menos que 412 parágrafos, 14,6 mil palavras, 75,5 mil caracteres. Não é pouca coisa, para um resumo só do conteúdo relevante.
Isso extrapola a mera “história” e dados técnicos da Estrada de Ferro do Corcovado. O livro — e os projetos previsíveis para um site que queira ser útil ao visitante — abrange os significados da montanha, desde seu papel de mirante estratético, no reinado de D. Pedro I, até seus significados turísticos atuais e futuros, além das dimensões fundiárias, ideológicas e religiosas.
Por incrível felicidade, acabo de receber também o livro da Memória da Eletricidade (Eletrobras), que de imediato já evidenciou inúmeros aspectos da pesquisa de Jorge Scévola de Semenovitch, tais como a provável cópia de blocos inteiros de textos de fontes anteriores. É prática comum nos trabalhos de historiadores “diletantes” (não profissionais ou acadêmicos), que muitas vezes não assinalam o fato. Perceber isso é fundamental para uma leitura crítica das informações, ora objetivas (com ressalvas), ora subjetivas.
Um exame dos relatórios do Ministério da Viação e Obras Públicas (MVOP 1909-1918) já havia exposto o valor e as fraquezas do texto de Stiel, em grande parte, igualmente, copiado e colado, com poucas alterações.
Em tais alterações, às vezes mínimas, muitas vezes reside boa parte do perigo. E na cópia (sem indicação explícita), boa parte do resto do perigo.
Dito isso, cabe registrar que a obra de Jorge Scévola de Semenovitch é a fonte mais completa, minuciosa e abrangente sobre a Estrada de Ferro do Corcovado, bem como sobre a estátua do Cristo Redentor e os mais diversos temas correlatos.
Lembrar que trabalhou na Estrada de Ferro do Corcovado, seria dizer pouco. Foi protagonista de quase todos os acontecimentos fundamentais relacionados à ferrovia e ao Cristo Redentor, desde a década de 1970, quando entrou especificamente para auxiliar em sua completa reconstrução e recepção dos novos equipamentos e automotrizes, passando pelas reuniões de coordenação da recuperação do monumento e revitalização do entorno, até a campanha pela votação do Cristo para compor as sete maravilhas do mundo atual. Recolheu depoimentos de funcionários que entraram na ferrovia desde a década de 1940, seus descendentes e descendentes dos construtores do monumento. Pesquisou relatórios e livros ao longo de muitos anos. Localizou informações e acervos até então inéditos, conservados por particulares. Desde então, nunca mais deixou se acompanhar e participar dos principais acontecimentos relacionados. A primeira edição de seu livro serviu de base para várias outras pesquisas e trabalhos, como o documentário de Bel Noronha repondo os fatos sobre a construção do monumento.
Por “completo”, não digo “em absoluto”. O livro da Memória da Eletricidade, por exemplo, com todas as suas falhas, logo à primeira leitura deixa evidente a existência de várias informações relevantes, esquecidas ou omitidas por Semenovitch.
Várias lacunas, talvez, por decisões de enfoque de Semenovitch. Cobrar maior abrangência e detalhamento, nas 170 páginas da 3ª edição, não faz sentido, exceto na medida em que se critique o historiador diletante por não ser “profissional”, com a melhor preparação acadêmica.
Tal crítica até caberia, se não esbarrasse na gritante inexistência de trabalhos de historiadores “profissionais” sobre as ferrovias, em si. Pesquisas acadêmicas existem, sim, sobre os ferroviários, relações de trabalho, ou outros aspectos. Raríssimas sobre as próprias ferrovias. Como se a infraestrutura material, por si só, não fosse relevante para a compreensão da história, digamos assim.
Por outro lado, os aspectos subjetivos do discurso de Semenovitch não deixam de ser, em si mesmos, um conteúdo riquíssimo para a leitura crítica sobre a ferrovia e o monumento.
Guiado por extremo rigor social (de classe) e “religioso”, torna-se gritante, por exemplo, quando, — após louvar ao extremo a participação do grupo Roberto Marinho em dois ou três momentos fundamentais do Cristo Redentor, — simplesmente não consegue apresentar uma única ação das organizações Globo na campanha por sua inclusão entre as sete maravilhas do mundo atual. Custa muito, imaginar que o Autor, tão rigoroso e socialmente diplomático, omitisse de forma proposital um apoio do / da Globo a essa campanha.
Contra toda ideologia subjacente ao longo do livro, apresenta uma campanha difícil e fraca, — em que pese páginas e mais páginas buscando alinhar fatos, — apoiada (na mídia) apenas pela fraqueza do Jornal do Brasil, até o momento em que o então presidente Lula, no programa “Café com o presidente”, pediu o apoio dos brasileiros à inclusão do Cristo Redentor entre as sete maravilhas da atualidade. Ainda que não frise, fica claro que foi o ponto de inflexão da campanha.
Para não dizer que não falou de Globo, cita que o vencedor do BBB da época se dispôs a gravar um vídeo pedindo votos para o Cristo Redentor.
Com certeza, um dos aspectos mais instigantes do livro, para bom entendedor do não dito.
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