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Estrada de Ferro do Corcovado
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O anúncio do Trem do Corcovado em 1932 (acima) evoca todo o glamour de uma época de ouro. A cena poderia ter saído diretamente de um filme de Hollywood, daqueles que ainda hoje despertam certa sessão nostalgia.
Indicava 15 horários nos Domingos e Feriados, com partidas de hora em hora.
Pouco, na verdade, se lembrarmos que, 22 anos antes, os mesmos trens portanto, com o mesmo número de assentos chegavam a fazer viagens de meia em meia hora:
A grande afluência de passageiros, que se tem verificado depois da eletrificação, tem obrigado a Companhia a fazer, em certos dias, trens de meia em meia hora [MVOP ref. 1910, p. 185].
Examinando os horários de 1932, vemos que 2 desses 15 horários eram trens extraordinários, cujas viagens são facultativas.
Dos 13 horários restantes, 4 não passavam das Paineiras; e os outros 9 só iam até o alto do Corcovado caso não chova.
Talvez fosse de se imaginar que o monumento ao Cristo Redentor, inaugurado apenas três meses antes em 12 Out. 1931 atraísse, naquele verão, uma afluência de passageiros muito maior do que a simples eletrificação da ferrovia, 22 anos antes.
Além disso, naquele verão de 1932, a ferrovia do Corcovado ainda não sofria qualquer concorrência uma vez que a rodovia até o alto só seria inaugurada mais de 4 anos mais tarde, em 17 Nov. 1936.
Muitos motivos poderiam explicar um fluxo moderado de passageiros no verão de 1932.
O mundo inteiro ainda vivia os efeitos do crash de 1929 uma crise econômica de proporções catastróficas e que, a rigor, não chegou a ser totalmente superada até o final da década seguinte.
Nesse contexto, pode ser difícil avaliar eventuais efeitos (positivos ou negativos) do preço das passagens, da divulgação, da política de horários, ou da qualidade do serviço naquele momento.
As informações disponíveis nas fontes mais conhecidas são poucas, e seria necessário levantar outras, para uma análise mais objetiva.
O livro do Centro de Memória da Eletricidade, com acesso a vasta documentação, afirma que a Light esforçava-se por manter um serviço de qualidade e divulgá-lo na mídia da época, para conquistar novos visitantes.
O estilo das frases, porém, sugere que pode ser transcrição, parcial ou total, de um texto saído diretamente do departamento de relações públicas da empresa, naquele momento ou em qualquer época posterior:
Durante vários anos, a Light tentou fazer da Estrada de Ferro do Corcovado um empreendimento que assegurasse maiores lucros ou, pelo menos, prejuízos menores. Durante os anos em que esteve à frente da concessão, ela dedicou atenção especial à manutenção da ferrovia e de seu material rodante, no esforço contínuo de conquistar novos visitantes entre turistas estrangeiros e brasileiros, tanto para a ferrovia, quando para o Hotel das Paineiras. Com este objetivo, utilizava intensamente a mídia, inserindo anúncios na revista Light, em jornais e emissoras de rádio [Memória da Eletricidade p. 75].
Bibliografia A Gretoeste: a história da rede ferroviária GWBR - 25 Abr. 2016 Índice das revistas Centro-Oeste (1984-1995) - 13 Set. 2015 Tudo é passageiro - 16 Jul. 2015 The tramways of Brazil - 22 Mar. 2015 História do transporte urbano no Brasil - 19 Mar. 2015 Regulamento de Circulação de Trens da CPEF (1951) - 14 Jan. 2015 Batalhão Mauá: uma história de grandes feitos - 1º Dez. 2014 Caminhos de ferro do Rio Grande do Sul - 20 Nov. 2014 A Era Diesel na EF Central do Brasil - 13 Mar. 2014 Guia Geral das Estradas de Ferro - 1960 - 13 Fev. 2014 Sistema ferroviário do Brasil - 1982 - 12 Fev. 2014 |
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