Trem do Corcovado
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As informações técnicas sobre o fornecimento de energia e a rede aérea de alimentação das locomotivas da Estrada de Ferro do Corcovado, que se encontram na maior parte da bibliografia existente, reproduzem os dados fornecidos pelo Relatório do Ministério da Viação e Obras Públicas (MVOP) referente ao ano de 1910:
“A Companhia proprietária da estrada é a mesma que fornece força e luz à Capital Federal. Possui, portanto, uma usina elétrica, donde lhe vem a energia necessária ao serviço da estrada. A usina fornece uma corrente trifásica que é transmitida à estrada na tensão de 600 Volts, por uma canalização aérea de três fios. Foi essa mesma a corrente adotada para a tração, tendo-se, para isso, montado na estação de Paineiras uma estação de transformadores estáticos, onde a corrente primária é reduzida a 750 Volts de tensão e é fornecida à canalização da estrada com a intensidade de 600 Ampéres. Na incidência da canalização primária, foi montado um interruptor tripolar, por meio do qual pode-se isolar completamente a estação, o que às vezes se torna necessário para certas reparações.
“A canalização da energia é feita por dois fios aéreos e pelos trilhos, quanto à corrente secundária, a qual é tomada nos transformadores donde recebem os trilhos uma fase da corrente por um fio de oito milímetros de diâmetro, sendo as outras duas fases transmitidas aos condutores da linha, que partem de um quadro de distribuição munido de interruptores, corta-circuitos, um contador, tudo protegido por um para-raio.
“Do interruptor tripolar, os condutores primários vêm ter aos transformadores, sendo aí, cada um dos três, munido de um interruptor primário.
“Os transformadores são em número de três, dos quais dois fornecendo à corrente 150 Ampéres cada um, e o terceiro 300 Ampéres, perfazendo, assim, a intensidade eficaz de 600 Ampéres, com que a corrente é utilizada no serviço da estrada. Todos esses aparelhos acham-se muito bem instalados num edifício suficientemente espaçoso e especialmente construído para esse fim.
“O leito da estrada não sofreu modificação alguma. A superestrutura foi, porém, renovada em quase sua totalidade. Foram substituídos todos os trilhos, grampos e chapas de junção e quase todos os dormentes.
“Foi melhorado o nivelamento em alguns pontos em que foi possível diminuir a rampa, aumentando a respectiva extensão [MVOP ref. 1910, p. 184].
“Foi montada a linha aérea de transmissão constituída por dois fios de cobre, correndo acima dos trilhos, a uma altura de quatro a cinco metros.
“A suspensão se efetua por fios transversais de aço, ligados aos postes tensores.
“Foram adotados postes metálicos em duas linhas laterais paralelas, sendo de 20 metros a distância longitudinal entre eles. Os condutores aéreos são suspensos pelos fios transversais em isoladores. De cada lado dos isoladores de suspensão acha-se um grampo isolante, que tem por fim garantir um isolamento mais perfeito. Os trilhos foram ligados por dupla junta de cobre, uma na fase interior, outra na exterior, e recebem a corrente diretamente dos transformadores por um fio de cobre de oito milímetros de diâmetro, como foi dito acima. Os condutores aéreos recebem a corrente por dois feeders que correm paralelamente à linha, fixados nos postes e suspensos por isoladores de porcelana. A alimentação se opera por três contatos, ficando assim a linha aérea dividida em três seções de alimentação. Em cada contato foi montado um interruptor e um para-raio. Esses interruptores permitem isolar qualquer das seções, de modo que, havendo necessidade de fazer qualquer reparação num ponto da linha, bastará isolar a seção em que ele se acha.
“Sendo duas fases da corrente transmitida pelos fios aéreos e uma pelos trilhos, os circuitos parciais se fecham pelo contato da locomotiva com os trilhos e pelos contatos dos dois trolleys com os dois fios aéreos.
“A cada desvio da estrada corresponde um desvio da linha aérea, comunicando os dois por tirantes ligados a uma alavanca, cuja manobra faz moverem-se simultaneamente e paralelamente os dois desvios. Além dos desvios que a estrada possuía, foi montado mais um, por exigência do engenheiro fiscal, entre Silvestre e Paineiras. Esse desvio tem prestado relevante serviço, aumentando de muito a capacidade de tráfego da estrada. A grande afluência de passageiros, que se tem verificado depois da eletrificação, tem obrigado a Companhia a fazer, em certos dias, trens de meia em meia hora, e isso seria absolutamente impossível sem aquele desvio.
Foram marcados os quilômetros da linha, verificando-se a extensão de 3,824 km [MVOP ref. 1910, p. 184-185].
O contador marcou, durante o exercício, um consumo total de 116.100 kWh, que deve ser assim distribuído:
Perdas (10%) | 11.610 |
Iluminação das estações e dependências | 4.000 |
Energia efetivamente utilizada na tração | 100.500 |
“Para computar na escrituração da estrada o preço da energia elétrica que, como já dissemos, é fornecida pela Companhia proprietária da estrada, foi tomado o de 80 réis por kWh, que o engenheiro fiscal considera enormemente exagerado. Ainda assim, a despesa relativa à provisão de energia, incluindo perdas, iluminação e tração, foi apenas de 9:319$ [MVOP ref. 1910, p. 186].
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