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Trem das Montanhas Capixabas Como chegar
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Trem das Montanhas Capixabas
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Em 3 de abril no feriado da Semana Santa, aproveitando um convite para conhecer um sítio em Marechal Floriano (ES), fui com alguns primos conhecer o Trem das Montanhas Capixabas, operado pela Serra Verde Express (SVE).
Fiz as reservas por telefone e email com o escritório de Curitiba, pagando em seis vezes no cartão Visa. Comprei apenas passagens de ida, seis adultos e uma criança (R$ 122,00 e R$ 86,00 cada, respectivamente). O trem — a litorina ou automotriz Budd RDC — está operando aos Sábados, Domingos e feriados, em apenas um horário de subida e um de descida por enquanto, espero , diferentemente do que dizia o folheto.
Como a viagem é lenta, é relativamente longa, e só eu no grupo tinha especial interesse por trens, optamos pela viagem só de ida. Chegando ao fim do passeio, em Araguaia, os operadores do passeio já nos indicaram um dono de uma pousada, que poderia nos levar de volta a Viana. Inclusive, se alguém tiver algum pedido especial, como transporte de volta, eles pedem que os avisem no ato da reserva. Com a pressa dos meus companheiros, não almoçamos em Araguaia — grave erro: perdi um tutu com torresmo e cachacinha na pousada e acabei almoçando quase às 4 h da tarde.
Chegando a Viana, deixamos os carros em um estacionamento próximo, apresentei a lista da reserva recebida por email e aguardamos o embarque. O atendimento do pessoal da operadora é muito bom e eles, inclusive, acompanham de carro (pela rodovia) todo o passeio e estão nas estações quando o trem chega. Enquanto isso, a litorina RDC estava sendo alimentado de energia de terra (rede elétrica), para manter o ar condicionado funcionando sem ligar os barulhentos motores diesel. Na plataforma da estação de Viana havia um compressor de borracheiro, talvez para pressurizar os freios da unidade...
Ligado o motor, a automotriz RDC encostou na plataforma da estação ferroviária e o embarque com lugares numerados foi autorizado. Havia um grande grupo de terceira idade do Rio, organizado por uma agência, que ocupou quase todos os lugares; além do nosso grupo; e alguns passageiros avulsos. Ainda sobraram alguns dos 56 (?) assentos disponíveis.
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Janelas fechadas, ar condicionado no ponto, observei que o piso era de madeira corrida, sem tratamento. Havia certo cheiro de cera no ar.
O maquinista foi apresentado um ferroviário aposentado da Vale e, com um apresentador contando a história da estrada de ferro, iniciamos a viagem.
Só houve dias de sol bonito antes e depois da viagem — no dia, chovia e a automotriz RDC patinava muito na subida da serra, que começa logo após a saída da cidade de Viana. Para quem só costuma ver bitola larga, a linha em bitola métrica parece uma ferrovia de jardim. Incrível que boa parte do transporte do estado do Espírito Santo tenha dependido dela por muitas décadas. Aliás, tenho especial interesse sentimental nessa linha, pois quando moleque viajei nela algumas vezes com minha mãe, ainda com tração de locomotivas a vapor e carros de madeira (bons tempos!!!!), entre Ponte de Itabapoana ou Santo Eduardo e Vitória, passando por Cachoeiro de Itapemirim. Uma viagem que se iniciava de madrugada e terminava à noitinha, e que hoje leva umas quatro horas de carro...
A linha parece razoável, alguns dormentes trocados, umas poucas barreiras caindo na margem, mas estreita demais para a litorina RDC — que em alguns pontos reduzia a velocidade para menos de 10 km/h para não bater nas pedras dos muitos cortes estreitíssimos, abertos a picareta no final do século XIX.
Muito mato nas margens também que precisa ser cortado. A automotriz RDC já tem um parabrisa e uma lanterna quebrados pelos galhos. Na varanda há uma janela aberta, na posição do maquinista para retorno, mas nem pensar em botar a cabeça para fora! Acho que alguém devia pegar um carro gabarito e uma moto serra e sair aparando o mato.
Mesmo com a chuva, uma viagem muito interessante. Seria mais se não houvesse tantas construções precárias entre a linha e o rio Jucu, que margeia os trilhos o tempo todo. Em alguns raros pontos também se vê algum lixo e plásticos no rio, essa praga resultante do progresso e do descontrole das prefeituras na coleta de lixo. Esse foi o meu choque; na minha infância só havia a linha, as construções padrão da EFL, o rio limpo e a natureza. Mas nada que desmereça o passeio.
Os pontos alto são o túnel da Pedra do Vento e a ponte metálica sobre o rio. Há menos pontes e túneis do que eu imaginava, mas o que há, compensa. Fosse aquele um dia de sol e compensaria muito mais.
Após o início da subida, é distribuído um pequeno lanche dos patrocinadores Nestlé e Garoto. Há paradas de uns 10 minutos nas estações de Domingos Martins, com o nome de Vale da Estação (antiga Germânia), e Marechal Floriano. Preocupado em tirar fotos, não observei bem o que havia nas estações, mas creio ter visto artesanato, café, banheiros, coisas assim. As estações estão pintadas e limpas. Espero que esse serviço traga algum benefício para essas cidades, se não, é menos um ponto a favor.
Enfim, a paisagem e a engenharia dessa ferrovia desprezada compensam a logística de ir tão longe. E como sabemos, é bom aproveitar por que pode não durar para sempre.
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