Os trechos abaixo são apenas uma pequena parcela
da conversa sobre o assunto na lista de discussão Ferrovia
Global.
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Flávio
Se vc medir a caixa do truque redutor Frateschi verá que ele tem a largura de 10mm (se não me engano, estou em dúvida entre 10 e 9mm), as rodas são fixas com super bonder (visto na fábrica).
Eu inclusive estou projetando converter a bitola de algumas locomotivas G-12 para 12mm (o correto seria 11,49, mas como é um saco mexer com número quebrado, resolvi topar 12mm). Não é difícil, basta criar um gabarito e diminuir a bitola.
Quanto aos trilhos retos e curvos, sem problema, da-lhe gabarito e temos nova bitola. Já AMV's aí tá o problema, ainda não pensei em como fazer. (...)
Joaquim
Por questão de gosto pessoal, em muitos aspectos prefiro os padrões e práticas recomendadas da NMRA — inclusive, os padrões 1:1 usados no Brasil seguem os dos EUA.
Para quem modela ferrovias / épocas como p.ex. a CP com engate de gancho e topes, a coisa já muda de figura.
No caso da bitola 1,600 m, a NMRA nos levaria a uma exigência meio suicida, de produzir grades e locomotivas em bitola 18,4 mm. Uma locomotiva Frateschi simplesmente não poderia ser exportada. Suponho que ninguém iria propor esse tipo de loucura.
Já as normas Morop/NEM, mesmo que não sejam copiadas ao pé da letra, pelo menos têm essa noção de "faixa de representatividade".
Para locomotivas da larga, truques padrão (1,435 m / 16,5 mm) não são tão absurdos. A diferença não é gritante (menos 10,3%, numa parte pouco visível). A diferença dos trilhos em si também não seria nenhum Deus-nos-acuda. O principal: — O mercado mundial não seria fechado para a Frateschi, e consequentemente para o Brasil.
Para a bitola métrica, a coisa realmente pega. Motores, locomotivas, grades, AMVs etc. que existam lá fora, duvido que sejam acessíveis para a maioria dos modelistas brasileiros. Também é possível que os motores não sejam tão bons, afinal têm de ser menores ainda... para atender um mercado ingratamente pequeno.
A sugestão mais simples (e que não seja apenas deixar tudo como está), seria a divisão da larga e da métrica em 2 padrões distintos.
a) Métrica em Sm, aproveitando a bitola 16,5 mm / 1:64, parece retrocesso.
b) Métrica em 1:78,8 enquadraria o que a Frateschi faz hoje. É um investimento pesado, de muitos anos, que não se joga fora de uma hora para outra. Uma conversão industrial pode exigir 10 ou 20 anos. Prazo bastante para, quando for viável, a Frateschi finalmente lançar truques-redutores e grades de 12 mm (o exato seria 12,7 mm, acho que dá para aceitar 12 mm como "representatividade").
Mas veja que citei 12 mm só porque vi escrito em algum local do VFCO; ignoro totalmente se existe modelismo em 12 mm no mundo, hoje, ou só em 11,5 mm. — O importante é que, se algo assim for aceito, e a Frateschi também aceitar, no dia em que projetar redutores para 12 mm, poderá fazê- lo de tal forma que aproveite os mesmos motores da bitola 16,5 mm.
(Na realidade, até lá já terá projetado novos redutores também para 16,5 mm, e com sua tradição criativa de intercambiabilidade de peças, modularidade etc., fará o óbvio: — Tantas peças quanto possível (engrenagens, cardã etc.), comuns tanto às locos de 12 mm quanto de 16,5 mm.
Bom, valeu o exercício de sonho — procurei imaginar as alternativas mais favoráveis à manutenção do patrimônio industrial da Frateschi, e mesmo assim, lembrar que não se trata de "obrigar" nenhum fabricante a fazer nada, mas "rumos" que tanto os modelistas quanto o(s) fabricante(s) possam levar em conta. (...)
Flavio
Sempre fui contra os que pensam em segregação ferromodelística. Iniciantes para um lado e experts para o outro. (...). Sou partidário da admissão de crianças nos clubes pois é com eles que está o futuro do nosso hobby.
Também não quero complicar mais ainda o nosso mundo, já tão complexo, criando mais dificuldades para uma coisa que deveria ser uma forma de lazer e distração.
Quando falo na criação de uma entidade que regulamente o nosso ferromodelismo, o objetivo não é outro senão que falemos a mesma língua e mais nada. (...)
O importante não é apontar o erro ou o acerto, simplesmente. O importante é informar de onde se concluiu que alguma coisa está errada ou certa, mas para isso é preciso ter os padrões e que esses padrões sejam conhecidos ou acessíveis a todos de alguma maneira.(...)
Quando o vendedor estiver mostrando o vagão para um comprador, o fato dele dizer que os rodeiros seguem a norma RP-25, já é suficiente para que o comprador entenda o que ele está querendo falar, muito mais fácil do que tentar explicar a esse mesmo comprador o desenho normal e os possíveis defeitos ou qualidades dos rodeiros tradicionais da Frateschi. O fato do rodeiro estar em escala ou não, e se um ou outro é mais sucetivel a descarrilamentos, é outro problema.
O vendedor e o comprador falam a mesma língua em termos ferromodelísticos e isso basta para que se entendam perfeitamente.
Para isso é que serviria a nossa NMRA. Para que todos nós, no Brasil, possamos falar a mesma língua em termos de ferromodelismo. (...)
Para acabar com isso, em primeiro lugar teremos que decidir em que língua vamos falar. Se vamos falar a língua da NMRA, se vamos falar a língua da NEM, ou se vamos criar a nossa própria língua.
Cada uma delas tem seus prós e seus contras. Por exemplo:
Para a NMRA, não existe bitola métrica e muito menos a bitola de 1,6m. Tudo tem a proporção de 1/87,1.
Nossas ferrovias, as de bitola larga e as de bitola estreita, poderiam ser padronizadas para a bitola de 1,4351m na escala HO, mais ou menos como está agora, só que com conciência disso. Nesse caso, perderíamos a chance de ter uma maquete com bitola mista.
Se quisermos ser "puristas", pode-se usar o trilho de HOn3 para a bitola métrica e o trilho HO padrão para a bitola larga de 1,6m, sem mexer na proporção. Lembrar que HOn3 significa bitola de 0,914m e não 1,00m; e o trilho HO significa 1,4351m e não 1,6m e, nesse caso, o purismo seria apenas relativo.
Pela NEM, modelaríamos a bitola larga no trilho HO padrão e a bitola métrica em HOm. Estaríamos sendo mais puristas, pois estaríamos dentro do que diz a norma.
Pode-se também criar a nossa bitola de 1,6m em escala (18,36mm), usarmos a HOm (11,48) para a bitola métrica e usar a HO (16,5mm) para modelar a EF Amapá. Mais purismo que isso, só se seguíssemos as orientações do Itaí em seu artigo para o CO.
De todos os modos, o assunto é complexo e há a necessidade de se fazer concessões e também alguns sacrifícios em qualquer uma das opções.
J.Oscar
Sim Flávio, o correto para 1m em HO é 12mm. Fora do Brasil existe muito material disponível, sendo a empresa alemã Bemo a maior fabricante (produzindo lindíssimas porém salgadas reproduções de trens de bitola estreita suiços e alemães), com várias outras empresas produzindo trilhos e acessórios.
Converter o material nacional para 12mm não é difícil, a revista inglesa Continental Railway Modeller fez um detalhado artigo sobre como fazer isso.
Quanto á "Sm" (na verdade Sn3 1/2), a empresa neozelandesa Railmaster faz G8/ G-12, GE 50ton e U26C nesta escala, em kits de estanho desenhados para colocação sobre mecanismos Atlas/Kato ou Athearn. ^_^
Joaquim, a firma inglesa Peco faz trilhos para 12mm (inclusive um virador que é um chuchuzinho...), é só encomendar os AMVs e fazer um pedido de trilhos e dormentes avulsos por atacado... ^_^
Prezado J.Oscar,
é por aí. Já tratei de gravar no HD... Mas passando aos aspectos práticos:
Acho que usar 16,5 mm para 1,600 m é bem aceitável.
Quanto à representação da métrica, já fico sem base, vários amigos têm muito mais conhecimentos do que eu.
Se for possível usar uma maior, acho preferível, afinal as locos métricas Frateschi estão em 1:78,8, então HOn3 (menor) fica na direção oposta. Por isso sugeri 12 mm, ou o que existir (no mundo) que se aproxime disso.
A idéia era, em resumo:
1) Tolerância inicial ampla, que enquadre o esforço que a Frateschi já acumulou em muitos anos.
2) Rumos que ela possa, se quiser, ir considerando em seus projetos futuros, de modo que a médio e longo prazo se verificaria uma aproximação maior em relação às escalas.
Como você diz, mesmo que a princípio não mude nada; mesmo que depois as mudanças sejam lentas; e mesmo que após uma década não se chegue a uma escala 100% exata, pelo menos estaríamos falando uma língua mais unificada, e relativamente simples.
Ninguém precisaria longos estudos para entender que haveria 3 opções principais:
a) Usar apenas aquilo que se aproxima mais de 1:87
b) Usar apenas aquilo que se enquadra melhor em 1:78,8
c) Misturar à vontade, inclusive com Atlas, Athearn, Roco, Lima etc.
Um abraço,
Flavio
A Bemo, além do material rodante, faz trilhos e AMVs (inclusive "cruzamentos tesoura"); a empresa alemã Pilz faz trilhos em bitola mixta HO/HOm, além dos AMVs de entrada/ saida; a inglesa Peco (na minha opinião, a melhor marca de trilhos existente no mercado, em aparência e relação custo/benefício) faz trilhos e um virador "Ransomes & Rapier" e por aí afora.
Fica a cargo do modelista trabalhar o material rodante de acordo. Por exemplo: a Bemo fabrica um carro-Pullman da RhB (Ferrovias Réticas) cujos truques (disponiveis em avulso) são ideais para se instalar sob os carros Busch feitos pelo César Sacco... ^_^
——- Original Message ——-
From: Flavio R. Cavalcanti
To: Ferrovia_Global@yahoogrupos.com.br
Sent: Monday, January 06, 2003 8:05 PM
Subject: Re: RES: RES: RES: [Global] ANO NOVO ASSUNTOS VELHOS - ESCALASValeu, Nicholas
Eu já estava imaginando se 12 mm não era delírio causado por excesso de leitura. (Na tabela também consta 11,5 mm).
Se há vários fabricantes de trilhos e acessórios, a coisa começa a tomar ares de viabilidade. Embora com certeza não saia barato para nós. Mas pelo menos, o fato de existir e ter algum "movimento econômico" na Europa, já é melhor do que a gente inventar a roda, ou ressuscitar algum dinossauro.
Flavio
Eu conheço os trilhos da Peco, meu amigo Armando Reimer tem vários, inclusive um ramal muito bonito em HOm. Ele que me deu a dica de fazer HOm com Frateschi.
Joaquim
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