Flavio R. CavalcantiOs aspecto quadradão da locomotiva G-12 pode ter sido um dos principais atrativos para sua escolha, nos idos de 1975, quando a Frateschi lançou sua primeira locomotiva. Sua "popularidade" — era uma das locos mais comuns e disseminadas entre as ferrovias brasileiras — talvez não valesse tanto quanto a imagem imponente da FA-1, até então mal e porcamente evocada pela F-7 da Atma, perante os modelistas do eixo Rio-SP, onde se concentra o mercado. Mas um molde como o da FA-1 talvez ainda estivesse distante das possibilidades da Frateschi. Porém, se apresentava um molde factível, em troca a G-12 — baixinha, estreita — apresentava bem menos espaço interno para a motorização. Produzir seu próprio motor, naquele momento, provavelmente seria outra missão impossível para a Frateschi. A alternativa óbvia seria utilizar algo já disponível no mercado. A solução adotada foi o motor Oxford, inicialmente alojado embaixo do chassi. [ Fase 1 ] Haveria espaço suficiente entre os trilhos e o chassi, caso a G-12 fosse lançada em 1:87? [ Motores & motores ] Tanto quanto eu saiba, porém, nenhuma dessas considerações jamais foi levantada pela Frateschi nas raras vezes em que abordou a questão da escala de sua G-12. Explicação oficial: "média aritmética"As considerações do fabricante, pelo contrário, giram em torno de uma "média aritmética" das bitolas comuns no Brasil (e sua relação com a bitola HO internacional de 16,5 mm):
Por este raciocínio, uma G-12 em 1:78,8 estaria na metade do caminho entre a escala necessária para representar a bitola métrica na bitola HO:
e a escala necessária para representar a bitola de 1,600 m:
Exigir que os brasileiros utilizassem grades na bitola métrica européia HOm de 12 mm (o exato seria 11,5 mm!) ou na bitola americana HOn3½ seria puro delírio de uma Frateschi principiante, em 1975 — e aliás, mesmo hoje. Diz o fabricante em seu site, nos primeiros dias de 2003:
Produzir 2 conjuntos completos de grades (trilhos + dormentes), em 16,5 mm e em 12 mm — se ainda nem havia lançado sua primeira reta, de 220 mm! — impensável. No entanto — salvo motivos técnicos — a G-12 poderia ter sido feita em 1:87,1 com poucas "concessões", no caso da bitola 1,600 m. Para os que a desejassem representando a bitola métrica, aí sim, a aparência dos truques — e somente dos truques — seria irreal. Neste último caso, porém, a discussão giraria em torno da viabilidade econômica de um fabricante periférico, com mercado reduzido, produzir uma segunda linha de grades (trilhos + dormentes) e truques para bitola de 12 mm — coisa que poucos dos grandes fabricantes dos países ricos se arriscam a fazer. Determinando a escalaConsiderando as dificuldades de se obter medidas exatas em modelos — e deixando claro que não disponho das condições ideais — a G-12 da Frateschi (medidas da Fase 2) parece manter-se sempre muito próxima à "média aritmética" de 1:78,8 explicada pelo fabricante, e também sempre muito próxima à escala OO britânica de 1:76,2. A única discordância gritante é a altura da locomotiva. Neste ponto, também as plantas dos protótipos apresentam discrepâncias intrigantes — nem sempre fica claro se foram consideradas saliências acima do teto, e quais. Na EFVM, a buzina de 3 tons situa-se no teto, juntamente com uma antena quase imperceptível em HO. No caso da largura da cabine / passadiços laterais, é mais fácil perceber quando as plantas incluem os pega-mãos — e neste caso a discrepância não é do modelo Frateschi.
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