Itaí Cavalcante
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Estava eu tirando certa dúvida no dicionário, quando a curiosidade levou-me a pesquisar a palavra "modelismo":
Lembrei que sou um ferreomodelista, no mais puro significado da palavra. Então, perguntei-me:
— Será que meus modelos estão realmente na escala?
Passei a mão no paquímetro, espessímetro, régua de cálculo, multi-teste digital, analógico, plantas do material rodante e da ferrovia modelada — enfim, tudo que me pudesse dar a certeza de o material ser realmente HO (1:87,085897), sem arredondar nada!
Afinal, escala é escala.
Comecei pela maquete 1,50 x 2,10 metros, de grades com trilhos de latão, conferindo suas medidas de acordo com a ferrovia-protótipo.
Qual não foi a minha surpresa! Totalmente fora de escala, um verdadeiro absurdo. Me deu até taquicardia!
Passado o susto, recalculei tudo para iniciar nova maquete, e tratei de adquirir grades com trilhos "nickel-silver" — e isso, porque não encontrei trilhos de aço.
Minha maquete-em-escala começará na sala, pois a estação é um prédio magestoso, com suas devidas proporções.
Através da parede, abrirei uma passagem com um belo portal de túnel, devidamente modelado em pedra de mão.
Essa transição terá uma rampa em aclive de 1,5 grau, até chegar na altura do camiseiro do quarto e o espelho de parede.
Mais adiante, uma curva bem suave levará à oficina de reparo das locomotivas.
Entrando no armário embutido, a via principal sairá no quarto dos garotos.
Como existe uma janela, outra rampa deverá ser feita, com 2 graus.
Estou negociando um cantinho, com os garotos, para poder fazer um depósito de óleo e a caixa d'água — e isso tudo, numa altura que não atrapelhe os posters.
Senão, terei que fazer um desvio, e aí os custos subirão.
Tudo devidamente demarcado, a linha passará pelo banheiro.
Aí, haverá uma bela obra de arte: — Um pórtico, para não incomodar quem estiver usando.
Imagine uma bela composição, com uma G-22U tracionando 14 vagões fechados sobre esse pórtico em arco, e o som das rodas passando na junção dos trilhos. Dá para ficar com os olhos rasos d'água.
Entrando na cozinha, uma fábrica, ou uma refinaria de petróleo.
Se for fábrica, usarei o tampo do armário de madeira. Bem projetado, dá para colocar um armazém.
A refinaria, é claro que será em cima do exaustor. Vou aproveitar o vapor que sobe das panelas. Que realismo!
Da cozinha para a área de serviço, terei um pequeno problema: — O secador de roupa terá que mudar de lugar.
Não posso conceber a composição passando em meio a roupas penduradas.
Esta nova maquete terá somente linha singela. Não quero nada parecido com ferrovilândia, com linhas para todos os lados. Uma ferrovia bem simples, porém em escala!
Do material rodante, só 1/3 estava em escala. Quando não era a altura, era o comprimento. Os rodeiros, mais pareciam rodas de caminhão fora-de-estrada.
Como poderia compactuar com uma coisa dessas, sendo um modelista!? Agora, tudo que é meu está em escala.
Quanto tempo eu joguei fora, operando aquela maquete 1,50 x 2,10 metros, e assim mesmo, guardando-a em pé atrás do armário!
Quanta satisfação jogada fora, envelhecendo os vagões e locomotivas fora de escala! E a arte desperdiçada, com as obras de arte no tamanho errado!
Quanto olho arregalado jogado fora, diante da vitrine — mão no bolso, dinheiro curto etc. —, quando surgia um novo lançamento!
E que desperdício de tardes e noites, deitado no chão, só para ficar na altura da ferrovia, para ver a composição vindo na minha direção... — com aqueles monstruosos milímetros fora do lugar!
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