Decais LAF - História do Ferreomodelismo
Produtores independentes têm novos projetos
Flavio R. Cavalcanti
Centro-Oeste Textos nº 9 — 8 Mai. 1989
Oito meses após o lançamento das folhas LAF-3 - Locomotivas Diesel de ferrovias antigas; e LAF-4 - Locomotivas a vapor, com emblemas de antigas ferrovias em duas cores, o relato [Fábio Dardes ou Bellotto?] apresentava um quadro desanimador, com vendas inferiores às dos decais de uma só cor (FRC, 2013).
Novos projetos voltam a ser estudados, embora mais lentamente e ainda sem previsão de prazos, pelos companheiros Luiz Carlos Bellotto, Alberto del Bianco e Fábio Dardes (os “LAF”), após o desânimo inicial com as vendas das folhas de números 3 e 4 — muito abaixo do esperado, em vista das folhas 1 e 2, lançadas anteriormente com boa saída*.
A ideia dos LAF é lançar folhas menores, semelhantes às da Champ Decals e da Walther’s, norte-americanas, com inscrições destinadas a apenas uma ferrovia e vagão, em cada uma.
Primar pela qualidade continuará sendo a preocupação central do grupo LAF, segundo o Fábio Dardes, pois consideram que têm obrigação de fazer um produto bem feito — embora isso nem sempre seja considerado pelo potencial comprador.
Os LAF parecem já ter passado pelo batismo de chateações que, cedo ou tarde, atinge os que tentam produzir algo para o mercado nacional de ferreomodelismo, especificamente quando vários companheiros reclamam preços ainda menores.
Mas a maior chateação é quando alguns companheiros perguntam se eles vão lançar decais de ferrovias americanas. Compradas, por sinal, a US$ 3,50, o que equivale hoje a mais de NCz$ 10,00.
Aliás, antes que alguém pergunte quando iremos publicar matérias em inglês, a gente já tratou disso, nas páginas finais do Centro-Oeste Textos nº 8 (embora apenas sobre uma locomotiva que rodou no Brasil, excelente material mandado pelo J.-M. Marmy, da Suíça, que esquecemos de citar).
Da nossa parte, o Centro-Oeste receia que a experiência de folhas individuais para cada ferrovia e/ou protótipo venha a dar um desânimo ainda maior aos companheiros, pois as vendas — que já são poucas, porém concentradas em apenas 4 cartelas — terminariam pulverizadas entre dezenas de cartelas separadas. Economicamente, isso parece muito perigoso — como se a gente fosse fazer um Centro-Oeste pequeno sobre ferreomodelismo, e outro pequeno sobre ferrovias. Teríamos diversos trabalhos em dobro, embora seja certo que a receita não aumentaria nem um centavo, no conjunto**. Fica aqui, portanto, a nossa contribuição para os companheiros pensarem mais, antes de partir para essa nova ideia.
Não acreditem que nenhum ferreomodelista sério vá deixar de comprar decais nacionais (se for isso que desejam) por causa e 30 centavos a mais ou a menos, principalmente sabendo que são fruto de vários anos de pesquisa histórica.
* Para Maio e Junho de 1989, o “Micro Mercado” do Centro-Oeste estava oferecendo os decalques por NCz$ 2,54; 1,81; 2,36; e 2,09 — frete postal já incluído.
O quadro abaixo deixa claro que os novos decalques tinham preços absolutamente semelhantes aos dos anteriores — preços fixos em OTN, para cálculo automático conforme a inflação de cada mês.
Relação de preços no
Micro Mercado
|
| Decais |
OTN |
| LAF-1 - Vagões 1,00 m |
0,28 |
| LAF-2 - Diesel |
0,20 |
| LAF-3 - Diesel antigas |
0,26 |
| LAF-4 - Vapor |
0,23 |
** Faltou comentar que, provavelmente, só as cartelas “paulistas” teriam mais saída, em relação às outras, mas, no geral, provavelmente teriam redução de vendas, por terem pouco interesse para ferreomodelistas de outros estados. Em compensação, as cartelas de “outros estados” (como VFRGS, RVPSC, RMV, EFOM, VFCO etc.) provavelmente não venderiam o suficiente para pagar o custo do fotolito, quanto mais do lote mínimo de impressão em gráfica. Enfim, a pulverização das vendas por tipo de vagão causaria encalhes imprevisíveis.
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