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Trem de Passageiros da Estrada de Ferro Vitória a Minas
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Com passagens na faixa de Cr$ 340 a Cr$ 1.000 — contra Cr$ 1.390 dos ônibus interestaduais — a Cia. Vale do Rio Doce inaugurou em 27 Set. seu trem de passageiros ligando diariamente Belo Horizonte ao litoral do Espírito Santo, através da EF Vitória a Minas.
A inauguração foi divulgada maciçamente nos jornais e emissoras de rádio e TV de Belo Horizonte e Vitória, no horário nobre, além de kits de imprensa com informações e fotos a cores. Os jornais responderam com amplo noticiário do evento. Só no "Estado de Minas", as fotos da Vale tomaram a primeira página na véspera, domingo, 26; a capa do caderno de turismo na quinta, 23; e a primeira página do caderno de cidades no domingo anterior, 19 Set.
O trem da Vale parte diariamente de Belo Horizonte às 8h, com chegada às 21h40; e de Vitória às 7h com chegada à capital mineira às 20h40.
No dia da inauguração a passagem de 1ª classe custava Cr$ 1.000 e a de 2ª classe, Cr$ 680. O valor cai à metade para crianças de 4 a 12 anos — crianças de até 3 anos não pagam passagem.
Os bilhetes podem ser adquiridos com até 10 dias de antecedência. Em Belo Horizonte a partida é da antiga estação da Central do Brasil, à R. Aarão Reis, 423, Pça. da Estação, onde 2 guichês atendem das 6h às 18h. Um folheto a cores é distribuído ao usuário e anúncios nos jornais convidam os mineiros a solicitarem maiores informações pelo telefone 031-201-8813.
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Em Vitória, o trem parte da estação de Pedro Nolasco.
O trem é formado por duas locomotivas G-12 ligadas ao controle de tráfego por microondas; carro bagageiro; 5 carros de 1ª classe (80 lugares cada); 5 carros de 2ª (80 lugares cada); e 1 carro lanchonete com cardápio variado. Nas estações ao longo da linha também são vendidas marmitex.
A operação do trecho é feita por pessoal com treinamento especializado, com capacidade inclusive para prestar primeiros socorros, em comunicação entre si e com a cabine do maquinista através de walkie-talkies.
O carro-bagagem leva animais de estimação, bicicletas e motos. A Vale anuncia, para breve, transportar até os automóveis dos passageiros.
Em 1994 serão acrescentados 4 carros especiais, com ar condicionado e conforto dos trens do Primeiro Mundo. O limite da composição é de 18 carros. Nos feriadões e épocas de grande demanda, a Vale anuncia que colocará em circulação trens noturnos, duplicando a capacidade da linha para 43,2 mil passageiros por mês. O trem da Vale já é tradicional no trecho de Vitória a Itabira, onde transporta 1,4 milhão de passageiros por ano. A expectativa é de aumentar este número em 30%. Muitos usuários do trecho Vitória a Itabira provinham ou destinavam-se a Belo Horizonte. A Vale afirma que o serviço não é lucrativo. Seja como for, é um excelente cartão de apresentação ao grande público. E há muito para ser visto. A EFVM é quase totalmente duplicada, com travessões ligando uma linha à outra a cada 7 km, formando blocos de linha operados por cabines duplamente ligadas à sala de controle em Vitória (por microondas e por cabo coaxial). Também as locomotivas são ligadas ao controle de tráfego, de onde recebem as instruções de marcha. Se o maquinista desobedece às ordens, o computador corta automaticamente o motor da locomotiva. Tudo isso permite que já há 10 anos a ferrovia operasse 40 trens diários de minério, 4 de passageiros e 12 de carga geral nas duas direções [Informativo Frateschi n° 24, de Jan.-Fev. 1983]. Está em andamento o plantio de 13 milhões de mudas de árvores numa faixa média de 30 metros de cada lado da estrada de ferro, para atenuar problemas de erosão, fogo, ruído e poeira. Seria um crime, dedicar tanta qualidade só aos trens de minério. |
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