1882 - Planos Ferroviários
Brasília e o Plano Bulhões
I Congresso Ferroviário Brasileiro
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Correa Filho, Virgílio. Grandes vultos da nossa engenharia
ferroviária.
in I Centenário das ferrovias brasileiras. IBGE, Rio de Janeiro,
1954
Verbete: Antônio Maria de Oliveira Bulhoes
E assim, defendeu o "Plano Geral da Viação Férrea
no Brasil", organizado pela comissão, de que fazia parte,
com Firmo de Melo e J. Rademacker. Profissionais de renome, como
P. Passos e Melo Barreto, ou recém-formados, ansiosos de
exibir a sua opinião renovadora, do naipe de Frontin, criticaram
as medidas sugeridas, que Bulhões serenamente sustenta, aceitando,
embora, emendas, que as melhorassem.
Frontin insurgia-se contra o que denominava tendência centralizadora
do "Plano de Viação", apoiado por M. Barreto
que indaga se a execução dêste não impedirá
a "mudança da capital do império
para o centro".
"Por muitas centenas de anos, responde, sem titubear, o orador,
a cidade do Rio de Janeiro há de ser o coração
do Brasil e mesmo se algum dia for mudada a capital para o centro
do país, o pôrto do Rio de Janeiro ficará sendo
ainda e sempre o maior centro comercial do Império; não
há, portanto, nada a estranhar em que tôdas as grandes
linhas do Brasil se achem ligadas ao Rio de Janeiro de modo o mais
direto possível".
Correa Filho, Virgílio. Grandes vultos da nossa engenharia
ferroviária.
in I Centenário das ferrovias brasileiras. IBGE, Rio de Janeiro,
1954
Verbete: Antônio Paulo de Melo Barreto
De princípio, declara que: "estudou o plano de viação
férrea do Império organizado pelo distinto colega
Dr. Honório Bicalho, e, posteriormente, o da Comissão
do Congresso, que pouco difere daquele, sendo que já lhe
eram conhecidos os elaborados por outros não menos distintos
colegas; e, entre êstes, o que lhe mereceu mais atenção
e preferência, para os fins já enunciados, foi o do
distinto engenheiro Sebastião Braga, um dos mais belos ornamentos
da nossa classe, e que, em prêmio de uma dedicação
invejável de 20 anos de serviços prestados ao progresso
e melhoramento de uma parte importantíssima do Império,
vive no esquecimento, sem que os seus trabalhos sejam tidos no grau
de merecimento que têm".
Praticada essa homenagem de justiça, entra a criticar os
planos referidos, a começar do que traçara Honório
Bicalho, que se lhe afigura "ressentir-se
de um vício de origem, qual o de considerar inamovível
a capital do Império, da cidade do Rio de Janeiro".
(...)
Contudo, se participasse dos trabalhos da Comissão, limitar-se-ia
a "aconselhar que se pedisse ao govêrno geral que, à
vista dos planos existentes, mandasse
proceder ao estudo da verdadeira viação
do Império", para que não fôssem
argüidas de "meras poesias".
Outras épocas - 1889 - Frontin
Correa Filho, Virgílio. Grandes vultos da nossa engenharia
ferroviária.
in I Centenário das ferrovias brasileiras. IBGE, Rio de Janeiro,
1954
Verbete: Paulo de Frontin
Antes de findar o ano, em que se emparceirou com os empreendedores
mais audazes, soçobrou o trono bragantino, e ao sobrevir
a República, enflorada de esperanças, que bojariam
no encilhamento, a sagacidade ativa de Paulo de Frontin compreendeu
que era chegado o momento de congregar associados, com os quais
organizou, por maio de 1890, a "Emprêsa Industrial de
Melhoramentos do Brasil", em cujo nome se espalhava a multiplicidade
de tarefas, a que se consagraria.
Tanto cuidaria de obras portuárias no Rio, como dos projetos
da E. F. de Catalão a Palmas,
ou de outra, que flanqueasse a E. F. Central do Brasil. Operava
em seu escritório particular, quando é chamado pelo
govêrno para substituir o marechal Jardim na direção
da E. F. Central do Brasil.
Outras épocas - 1903 - Schnoor
Correa Filho, Virgílio. Grandes vultos da nossa engenharia
ferroviária.
in I Centenário das ferrovias brasileiras. IBGE, Rio de Janeiro,
1954
Verbete: Emílio Schnoor
A propósito do traçado número I, através
de Catalão, Goiás, Cuiabá, diria: "facilita
a futura ligação a Pirenópolis, ponto
escolhido para a futura capital do Brasil. Esta última
vantagem mencionamos unicamente para não se dizer que a ocultamos
propositadamente. A questão da criação de uma
nova capital federal se nos aparece uma utopia e um desperdício
de dinheiro, luxo que o Brasil não pode permitir-se".
E acrescentava: "Para que o Brasil se abalançasse a
tal cometimento, seria preciso que as finanças públicas
prósperas e um período de rendas orçamentárias
consideráveis, a abundância de dinheiro, e o não
saber em que empregá-lo, autorizassem essa resolução.
Mesmo assim, seria então preferível rebaixar os impostos,
aliviar a população e estabelecer o bem estar geral,
antes de pensar nessa utopia".
(...)
Apologista do traçado de São Paulo dos Agudos a Itapura,
Miranda e rio Paraguai, requereu o privilégio de concessão
da estrada respectiva, de bitola estreita.
Pôsto o julgasse preferível a qualquer outro, como
ferrovia destinada a prolongar-se à Bolívia, não
condenava os restantes, que deveriam ser empreendidos, como solução
para a viação férrea a Goiás, Mato Grosso,
Santa Catarina, a saber:
"I - Prolongamento da Mojiana de Araguari
a Catalão e Goiás, donde se bifurcará em duas
linhas principais, a buscar os pontos de franca navegação
do Araguaia e do Tocantins;
II - Prolongamento da Paulista, de Bebedouro a
Barretos ou de Araraquara a Santana do Paranaíba, com prolongamento
futuro a Cuiabá, constituindo a Estrada Central de Mato Grosso;
III - Prolongamento da Sorocabana e Paulista de
São Paulo dos Agudos a Itapura, Miranda e rio Paraguai, a
grande artéria de ligação transcontinental
que projetamos;
IV - Do pôrto de São Francisco à
fronteira paraguaia e argentina, na foz do Iguaçu, em rumo
a Assunção, e que atravessaria em todo o comprimento
o Estado de Santa Catarina, seria estrada central dêsse Estado"
[Em resumo, a única fórmula são 3 linhas em
leque (oeste, noroeste, norte), carreando tudo para SP; e assegurar
que uma quarta (talvez inevitável), ao sul, não tome
rumo noroeste, mas rigorosa e inflexivelmente para oeste; na prática,
até isto será impedido, e substituído por mais
uma perna do leque, a sudoeste (Maringá)].
Embora indicasse, dessa maneira, o "Plano Geral da Viação
Férrea" nas regiões considerados, afigurava-se-lhe
êrro a substituição dessas "quatro linhas
por uma única a Cuiabá" [Memorial
(Abril de 1903) sobre a consulta da Cia. Paulista quanto ao "melhor"
traçado para "a ferrovia" para o Mato Grosso].
Outras épocas - 1903 - Chrockatt de Sá
Correa Filho, Virgílio. Grandes vultos da nossa engenharia
ferroviária.
in I Centenário das ferrovias brasileiras. IBGE, Rio de Janeiro,
1954
Verbete: Chrockatt de Sá
Ao findar o período, para o qual fôra eleito (...).
Voltaria a ser simplesmente o engenheiro, a quem o Conselho Diretor
confiaria o encargo de responder à consulta da Companhia
Paulista, em cujo nome Antônio Prado, que a dirigia, indagava
qual seria o melhor traçado de estrada de ferro para Mato
Grosso.
"O problema da viação para Mato
Grosso é, pois, um problema ao mesmo tempo econômico
e estratégico", diria Chrockatt de Sá, ao iniciar
o seu parecer.
"Êrro, e grave, acrescenta, será
procurar resolvê-lo examinando-o apenas por uma de suas faces".
Recorda a série de projetos abortícios, por meio
dos quais os poderes públicos, ou arrojados particulares
tentaram levar os trilhos à Província central.
Primeiro, é Paula Cândido que, em
1851, apresenta à Assembléia Geral projeto permissivo
de concessão de estrada por São João d'El Rei,
Goiás e Cuiabá. Volvidos vinte anos, associar-se-iam
Th. Cochrane, Palme, Antônio Rebouças e Mauá
para alcançarem a concessão da linha de Curitiba a
Miranda.
Contemporâneamente [“1851”
ou “volvidos 20 anos”?], Pimenta Bueno indica a solução
por Limeira, Paranaíba, ao passo que prefere a Companhia
Paulista, amparada na sagacidade profissional de Francisco Lobo,
seu engenheiro chefe, o vale de Moji-Guaçu e Pardo.
À vista da polêmica sustentada pelos
defensores dêstes dois traçados, resolveu o govêrno
imperial nomear a comissão de abalizadas individualidades,
que decidissem a divergência.
Reunidos em junta, o visconde do Rio Branco, M.
Buarque de Macedo, H. Beaurepaire Rohan, Francisco Antônio
Raposo e Honório Bicalho examinaram 16 projetos e ao cabo,
indicaram por mais exeqüível na ocasião, a via
mista, pelo Paranapanema, Paraná, Ivinheima, Miranda e navegação
do Paraguai.
Mas o parecer [de Chrockatt?],
que citava tais precedentes, acabava por indicar, como preferível,
a linha "Catalão - Goiás
- Registro - Cuiabá".
Seria, porventura, o seu derradeiro trabalho oferecido ao Clube
de Engenharia, e à classe que nêle reconhecia "um
espírito lúcido e grandemente preparado, além
de um engenheiro notabilíssimo e cheio de serviços
ao seu país".
Outras épocas - 1929 - Sampaio Correia
Correa Filho, Virgílio. Grandes vultos da nossa engenharia
ferroviária.
in I Centenário das ferrovias brasileiras. IBGE, Rio de Janeiro,
1954
Verbete: Sampaio Correia
Observa, a propósito, que a nossa principal via férrea
está com a construção paralisada, depois de
ter bipartido o tronco principal em direções diversas".
Urgia prolongá-la, de Pirapora a
Belém, na extensão de 2.327 quilômetros,
"nas regiões selvagens do Gurupi".
"A grande meridional" ligaria Rio de Janeiro à
bacia amazônica por 3.553 quilômetros de via férrea,
através de "longa faixa do Brasil Central, intacta e
quase desconhecida".
(...) para se levar a efeito o prolongamento de Pirapora a Belém,
sem dúvida a espinha dorsal da grande
rêde ferroviária do país". Para
completar o seu plano de comunicações, indicou a linha
pelo vale do Paraopeba até a barra, donde seguiria a bitola
larga para o pontal do Paracatu e rio Prêto", onde se
ligaria ao caminhamento geral já estudado em 1912".
Sampaio conhecia o traçado anterior, que dirigira, do escritório
da sua firma, empreiteira dos estudos preliminares, e possuía
elementos informativos para completá-lo.
Na região do Planalto Central, das proximidades da futura
Capital Federal, dever-se-ia derivar para a esquerda uma
estrada de ferro de penetração, demandando, por Goiás
e Cuiabá, o vale do Guaporé,
pelo qual desceria para fazer junção com o Madeira
e Mamoré, e destarte teríamos uma região
mais central e mais íntima com a
bacia amazônica".
Quanto à influência que exerciam as duas ferrovias
- Formosa-Belém e Formosa
- Guajará Mirim, concluía:
"Muito fariam pelo progresso geral do país,
e pela sua final integração os governos que, esquecendo-se
um pouco das zonas já em franco desenvolvimento, adotassem
êstes empreendimentos como programa dinâmico de administração,
à semelhança do que fêz o inesquecível
Afonso Pena em relação à Noroeste do Brasil".
[Suplemento Ferroviário, nº
2. Jornal do Commercio, Abr. 1929]
O segundo mapa (abaixo) difere em vários
detalhes.
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