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1874 - Planos Ferroviários
Plano Ramos de Queiroz (I)
"Esboço de um Plano de Viação Geral para o Império
do Brasil"
Flavio R. Cavalcanti
O Plano Ramos de Queiroz refletiu, desde o primeiro esboço,
a complexidade do debate político da década de 1870
— marcada pela chamada ilustração
brasileira, republicanismo, americanismo, federalismo,
liberalismo, abolicionismo, propriedade e divisão da terra,
imigração, bitola métrica, mecanismos de
captação de recursos, etc.
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Onde Bahia e Pernambuco disputavam recursos para
uma única linha (das duas do Plano
Moraes), Ramos de Queiroz propõe 7 linhas até o
médio São Francisco, atendendo 8 províncias e
criando uma verdadeira rede de comunicações interiores
no Nordeste — tentada, ainda hoje, com o projeto da Transnordestina.
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Onde o Plano Moraes
aproveitava 3 ferrovias de curto alcance (já em andamento),
Ramos de Queiroz propõe pelo menos 7 ferrovias de penetração.
Exceto pela orientação irregular, e pela comedida omissão
de seu alcance futuro, comparam-se às 10 "paralelas"
do Plano Rebouças — lançado
no mesmo ano, e claramente voltado para a colonização
do oeste.
Embora nem sempre a integração das ferrovias com a navegação
fluvial seja explicitada no mapa, é visível na localização
de estações ferroviárias em Carolina (Tocantins),
Juazeiro e Pirapora (São Francisco), Cuiabá (rio Cuiabá),
Mato Grosso (rio Guaporé), Corumbá (rio Paraguai), Guaíra
e Santa Fé do Sul (rio Paraná) e Uruguaiana (rio Uruguai).
Aliás, isso é evidente pela ausência de ferrovias de orientação norte-sul.
A conexão de rios navegáveis na direção norte-sul,
com ferrovias para oeste / noroeste, formaria uma rede cobrindo
boa parte do território brasileiro.
É interessante observar:
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o surgimento do projeto da EF Vitória a Minas;
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a persistência do prolongamento da EF D. Pedro
II / EF Central do Brasil até Pirapora;
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as ligações de Santa Fé do
Sul (SP) a Cuiabá (atual Ferronorte) e Corumbá (EF Noroeste
/ Novoeste); e
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o avanço da EF Curitiba-Paranaguá
para o Mato Grosso do Sul.
O tronco "Meridional Sul" fica posicionado para se prolongar
pela navegação do rio Araguaia até Belém.
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