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1882 - Planos Ferroviários
Plano Ramos de Queiroz (II)
"Esboço de um Plano de Viação Geral para o Império
do Brasil"
Flavio R. Cavalcanti
As modificações introduzidas por Ramos de Queiroz ao reapresentar,
em 1882, seu "Esboço de um Plano de Viação Geral
para o Império do Brasil" — desta vez ao Parlamento — pouco
alteram o Plano publicado seis anos antes.
Como ligações internas, destacam-se:
-
a definição do Tronco Sul, estratégico;
-
a criação de uma conexão de
São Paulo ao rio São Francisco;
Politicamente, observa-se:
-
o deslocamento de seu esboço de ferrovia Transamazônica
— do Piauí — para o Maranhão, de um lado; e para as
províncias de maior peso, como Bahia e Pernambuco, de outro;
-
o compartilhamento do acesso ao alto São Francisco
e ao início da grande leste-oeste — entre São Paulo,
Rio de Janeiro, Espírito Santo e Caravelas;
-
a introdução de uma segunda via de
penetração pela província de São Paulo;
-
a introdução de uma via de penetração
de Florianópolis às Missões.
Começa a perder substância o caráter estratégico
da linha de Porto Alegre a Corumbá — e a tomar corpo o interesse
nas terras do sul de Mato Grosso.
Desde a guerra contra o Paraguai, colonos gaúchos disputavam
esse grande vazio, formado de terras devolutas. Antes de 1874, Rebouças
investia no acesso ao Mato Grosso pelo Paraná. Com introdução
da ligação catarinense às Missões, na segunda
versão do Plano Ramos de Queiroz, o acesso ao sul do Mato Grosso
passaria a ser compartilhado entre o Rio Grande, Santa Catarina [já
existia?], e Paraná — em competição com a
duplicação do acesso paulista.
Tecnicamente, enfim, a inclusão dos rios Tapajós, Xingu
e Tocantins como eixos de navegação norte-sul indica perda
de realismo — mesmo diante dos poucos conhecimentos da época
—, permitindo imaginar outra possível concessão política,
na adaptação do Plano Ramos de Queiroz para apresentação
ao Parlamento.
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