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Fepasa, 1986Escrito e publicado em 1987, esse artigo descreve instalações e funcionamento de um terminal de trasbordo de trigo improvisado pela Fepasa em Panorama (SP), provavelmente, em 1985, embora no texto diga "meados dos anos 70", utilizado nas safras de 85-86 e de 86-87.
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Fepasa - Ferrovias Paulistas
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Para quem deseja construir sua mini-ferrovia com um porto e nem sempre há espaço para amplas instalações portuárias nada melhor do que um pequeno terminal para cargas específicas, como combustíveis, grãos etc. E, de preferência, um terminal não muito moderno.
O trasbordo do trigo das barcaças do rio Paraná para os vagões da Fepasa, em Panorama (SP), parece um exemplo caído do céu, para esta finalidade.
Construído em meados dos anos 70, o terminal de Panorama não chega a ser nenhuma antiguidade histórica, mas também não peca por ser um daqueles terminais moderníssimos, todo de concreto, sem atrativos, e grandes demais.
Pelo contrário, é bastante rústico para dar graça a uma maquete, e compacto ao ponto de ocupar o mínimo de espaço. E sua época, afinal, é plenamente compatível com os vagões fechados Frateschi.
Enfim, a presença do terminal oferece condições para que a mini-ferrovia seja construída (total ou parcialmente) em torno de uma característica funcional um eixo de transporte específico, ao qual os demais elementos da paisagem podem integrar-se naturalmente.
Estabelecida a carga predominante, a região, o trecho ferroviário e a época, temos os critérios suficientes para selecionar as máquinas, vagões, paisagem e instalações a serem reproduzidas.
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O trigo recebido em Panorama provém das cooperativas agrícolas do Oeste do Paraná e é transportado em caminhões até o porto de Guaíra, quase na fronteira do Paraguai, onde é embarcado nas chatas da Navegação Meca S/A.
Comboios de até 6 chatas em fila única ou dupla, são empurrados por rebocadores fluviais 450 kim rio acima, até o terminal de Panorama, no Oeste Paulista, num percurso de 60 horas. Um comboio com 5 chatas carrega em média 1,7 mil toneladas, equivalentes a um trem de mais de 30 vagões, ou 70 carretas de 25 t (aquelas que destróem as rodovias).
Em Panorama as chatas são rebocadas e encostadas uma de cada vez diante do pier. Retiradas as tampas metálicas do convés, tubos flexíveis são introduzidos nos porões, sugando o trigo e jogando-o nas correias transportadoras fechadas do tipo Redler.
Estas, levam o trigo 25 metros mais adiante, até a tulha onde são carregados os vagões fechados, por gravidade. À medida que a composição avança o espaço de um vagão, abre-se a escotilha no teto e faz-se a carga até a altura adequada.
A capacidade do sistema é de apenas 100 t/hora e não existe silo de armazenagem entre a barcaça e o trem, sendo necessária a presença de ambos simultaneamente para que a operação se realize sem interrupção.
Graças a este processo relativamente tosco e rudimentar, carregaram-se 100 mil toneladas na safra 85/86 e 3 a 4 vezes mais na de 86/87, em 5 mil vagões ao ritmo de até 53,4 mil t/mês (757 vagões).
Em Panorama, 32 vagões e 3 locomotivas diesel-elétricas formam trens-unidade de 2.550 t brutas (1.800 t úteis) e seguem para Bauru pelos trilhos da antiga Cia. Paulista, sendo aí divididos em 2 ou 3 trens com uma locomotiva elétrica para cada um, seguindo para Jundiaí.
Parte do trigo é entregue ao Moinho Ocrin, em Nova Odessa (próximo a Americana), e ao Moinho Transil (Jundiaí). O restante segue com tração elétrica RFFSA (EFSJ) para os moinhos São Jorge, Santo André, Fanuchi, Santista, Progresso, Duratex, na Grande São Paulo, todos dotados de ramais particulares.
A viagem de Panorama a Jundiaí consome 18 horas, ao longo de 700 km.
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