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Trem das Águas - ABPF
Sul de Minas
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Fabricante: Beyer Peacock & Co.
Ano de fabricação: 1928
Placa: 6509
Tipo: Pacific (4-6-2)
Bitola: 1,00 m (3' 3 3/8?)
Expansão do vapor: Simples
Produção de vapor: Superaquecido
Combustível: lenha (madeira) ou carvão
Procedência: Leopoldina Railway e EF Leopoldina
A locomotiva 327 é uma Pacific Beyer Peacock (rodagem 4-6-2) construída em 1928 para a Leopoldina Railway. Foi adquirida num lote 28 locomotivas, providas de super aquecedores e força de tração a 85% de pressão de 8.355 kg.
O lote foi composto por:
As locomotivas nº 301 a 315 já haviam sido adquiridas em 1914, as de nº 339 a 350 foram adquiridas 1940, fabricadas na Inglaterra por outros fabricantes, mas com as mesmas especificações técnicas.
A locomotiva 327 inicialmente foi trabalhar na baixada fluminense, tracionando trens expressos rápidos e noturno entre Barão de Mauá e Cachoeiro do Itapemirim (ES), Campos (RJ) e Vitória (ES).
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Mais tarde foi transferida para rede mineira, tracionando trens expressos entre Petrópolis (Alto da Serra) (RJ), Ponte Nova (MG) e Carangola (MG). Também era usada para tracionar noturnos entre Petrópolis (Alto da Serra) (RJ), Manhuaçu (MG) e Dom Silvério (MG).
Com advento da tração diesel ela foi colocada em serviços secundários, indo por fim estacionar em Porto Novo (MG). Era acesa de vez em quando para fazer trens especiais ou para filmagens. Sendo que nesta mesma época foi padronizado o sistema de freios e engates em todas as ferrovias brasileiras e a 327 teve trocado o freio a vácuo pelo freio a ar comprimido (Westinghouse), sendo colocado compressor de ar e trocados os engates de pino e manilha por automáticos. Para troca dos engates foi necessário trocar o limpa trilhos de longo para curto.
A RFFSA a transferiu então para Ouro Preto (MG) por volta de 1986, onde ela fazia um trem de turismo entre esta e a cidade de Mariana. O trem durou pouco tempo e com o fim das operações a locomotiva e os carros de passageiros voltaram para Porto Novo. Em Ouro Preto também operavam a locomotiva 1424 e a locomotiva 1170, sendo esta última conveniada com a ABPF de Campinas e encontra-se em operação na VFCJ.
Uma nova tentativa de trem turístico foi realizada em Miguel Pereira (RJ), descendo a serra até Conrado (RJ), sendo que nesse local a 1424 ficou como locomotiva reserva da 327. Nessa mesma época ocorreu um defeito grave na 327, o tubo condutor de vapor do domo aos cilindros furou e a locomotiva ficou sem controle, andando para frente e para trás, até que um funcionário mais experiente conseguiu colocar a locomotiva em “ponto morto”. A locomotiva foi então recolhida à oficina de Porto Novo, onde o tubo defeituoso foi trocado. Devido a um deslizamento de terra na serra3 o trem foi interrompido e as locomotivas foram transferidas para Três Rios, onde ficaram estacionadas.
Com a inauguração do contorno ferroviário da cidade de Curvelo (MG) em 1997, o presidente da RFFSA solicitou à ABPF que levasse até lá uma composição com o melhor material rodante disponível, tendo sido colocado à disposição da ABPF toda a logística necessária para levar o material até o local. Foram levadas a locomotiva 1424, quatro carros de passageiros da regional de Campinas e um Administração da Viação Férrea do Rio Grande do Sul. Após este evento, todas as locomotivas foram cedidas à ABPF, mas continuaram estacionadas em Três Rios (RJ). Nesta ocasião, Luiz Valle Fróes, diretor da regional do RJ, solicitou ao presidente da FCA (Ferrovia Centro Atlântico), que acabara de assumir toda a malha da Leopoldina e de bitola estreita da Central, que rebocasse todo o material até Visconde do Itaboraí. Este lote incluía as locomotivas 327 e 1424, diversos carros de passageiros da ex Central e ex Leopoldina que estavam estacionados em Três Rios, além de um caboose em Porto Novo e um carro administração que estava em Campos. Em Visconde do Itaboraí (RJ), a locomotiva 1424 foi acesa e completou a viagem levando o material até Guapimirim. Em Guapimirm, a regional do RJ havia alugado da Flumitrens um desvio e um galpão para acondicionar o material de forma adequada.
Apesar da volta enorme que o trajeto de transferência fazia, na época foi a forma mais barata e conveniente de transferir todo esse material.
Antes de transferir o material, foi feita uma inspeção em ambas locomotivas (327 e 1424). Devido aos vários problemas constados nos tubos da 327, a 1424 foi então eleita para rebocar o material no final da viagem.
Com a chegada do material, a regional do RJ começou a operar um trem entre Guapimirim e Suruí, ou Guapimirim e Visconde de Itaboraí, ambos via Magé. Este trecho pertencia à extinta Flumitrens, que além de autorizar o uso da via cedia um inspetor de locomotivas para acompanhar a viagem.
Nessa época, a composição chegou inclusive a ser usada em filmagens de novelas e do filme sobre o Barão de Mauá.
Com a verba arrecadada com essas operações, a regional do RJ pôde então realizar reparos no compressor da 1424 e realizar a troca dos tubos da 327. Para a troca dos tubos da 327 foi contratado uma firma especializada. Do lado da fornalha foram mandrilados e soldados e do lado da caixa de fumaça levaram uma luva de cobre e foram mandrilados.
Por fim, em virtude das autoridades estaduais e municipais que haviam prometido ajudar no sucesso do projeto não terem comparecido com o prometido, a Regional do RJ resolveu suspender a continuidade do projeto e ofereceu o material para as regionais de Campinas e Cruzeiro, o aluguel do galpão da Flumitrens foi interrompido e o material foi então transferido por carretas.
Este era o nome dado ao trem operado pela regional Sul de Minas (na época ainda conhecida como Regional de Cruzeiro). O trem funcionou na cidade de Cruzeiro, de 1996 a 2001. Inicialmente, operava de Cruzeiro a Rufino de Almeida, sendo que aos poucos foi esticando o trajeto até o grande túnel, no km 25 (hoje ponto final do Trem da Serra da Mantiqueira).
No ano 2000, com início das operações do Trem das Águas, a locomotiva 332 foi transferida para São Lourenço e a locomotiva 2 assumiu o trem em caráter temporário, operando até a estação Rufino de Almeida (km 6), enquanto a 327 era restaurada.
A 327 logo entrou em operação e manteve o trem em operação regular até o meio da serra, no km 13, pois a linha tinha sido danificada no início de 2000 devido a fortes chuvas na região, e não era mais possível chegar ao grande túnel.
Com o final das operações regulares de passageiros em Cruzeiro, a 327 foi transferida para São Lourenço, onde passou a revezar a operação do Trem das Águas com a locomotiva 332.
Nessa época, também ocorreram alguns trens especiais e em uma ocasião, com visita de aficionados dos Estados Unidos, foi feito um trem especial com tração dupla com a 332 e a 327.
Com o início das operações em Passa Quatro, a 332 foi transferida e a 327 teve que cuidar sozinha do Trem das Águas até que em 2010 passou a contar com a ajuda da locomotiva 1424.
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