Estrada de Ferro Central do Brasil
A obra de Max Vasconcelos
Edições do livro “Vias brasileiras de comunicação”

Mapas da EFCB e ferrovias conectadas
Ministério da Viação e Obras Públicas - 1927
publicados no livro de Max Vasconcelos (vol. I, 3ª ed.), 1928
cortesia: Manoel Monachesi e Jorge A. Ferreira Jr. | Fotolog | Fotopages
apresentação: Flavio R. Cavalcanti

Vias brasileiras de comunicação, de Max Vasconcelos, é uma fonte de informações recorrente na bibliografia citada por inúmeras obras sobre as ferrovias brasileiras, e em especial sobre a Estrada de Ferro Central do Brasil.

E o motivo é muito simples. Deixando de lado a verborragia laudatória, que caracterizou tantas obras do gênero, Max Vasconcelos adota linguagem telegráfica, hemingwayana, para apresentar um levantamento minucioso da EFCB — "km by km", mas também "ano a ano", e igualmente "item por item". E, para completar, estatísticas objetivas de todos os municípios servidos pela ferrovia — ao ponto de se imaginar que teria utilizado "dados do IBGE". Ora, o IBGE só seria criado após a Revolução de 1930. Fica, então, o primeiro grande mistério: como um ser humano, individualmente, recolhe e sistematiza tamanha massa de informações estatísticas, cobrindo milhares de quilômetros quadrados em três estados? Ensaios de um "censo" ocorreram em 1907 e 1920, mas não foram estes os dados utilizados.

O título Vias brasileiras de comunicação sugere um projeto ambicioso, destinado a cobrir todas as ferrovias do país. O fato se terem publicado dois volumes — um sobre a Linha do Centro e Ramais da EFCB; outro sobre a Linha Auxiliar, também da EFCB — poderia reforçar essa impressão de uma "série" ambiciosa.

Na verdade, os mesmos dois volumes tiveram sucessivas edições, ao longo de três décadas da história do país, do final da República velha até o imediato pós guerra, passando pela crise mundial de 1929, Revolução de 1930, Constituinte de 1934, Estado Novo (1937), II Guerra Mundial (1939-1945), redemocratização (1945) e Constituinte de 1946.

Um levantamento rápido indica seis edições — encampadas pela Imprensa Nacional após a Revolução de 1930; e pelo IBGE após a redemocratização e a Constituinte de 1946:

O que este levantamento preliminar sugere [a conferir] é que o Vol. II teria tido, inicialmente, um número menor de edições, talvez por abranger um número menor de municípios e dessa forma ter menor demanda. Isso explicaria ter sua 3ª edição somente em 1935, quando o Vol. I já estaria na 5ª edição.

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