Sociedade Mineira de Modelismo Ferroviário
Estação do Trem
II
A maquete
Estado-da-Arte em ferreomodelismo
Textos: José Emílio de Castro H. Buzelin
Fotografias: Paulo P. Arumaá
Por construção iniciada em 27 de dezembro de 2004, a maquete da "Estação do Trem" - Sociedade Mineira
de Modelismo Ferroviário, encerra o que há de mais moderno e inovador em metodologia construtiva e de concepção
projetual. Totalmente concebida em madeira, a infra-estrutura foi consolidada utilizando-se sete pranchas-padrão de compensado naval
de 15 mm de espessura, seis de 10 mm e 5 de 4 mm, numa conformação modular a partir do modelo de ocupação específica
do traçado, o que a tornou mais leve e funcional sob todos os aspectos, principalmente quanto aos acessos internos e externos.
Com extrema leveza funcional, encerra, entretanto, surpreendente robustêz e firmeza, suportanto em "pontos críticos"
o equivalente a um esforço de até 200 quilos. Totalmente contraventada, está alheia a qualquer movimentação
indesejada, não obstante modular, podendo ser desmontada quando necessário sem prejuizo estrutural ou espacial.
Ainda que na fase infra-estrurural, a maquete já delineou o seu traçado devidamente definido e projetado, contendo 4 linhas
interdependentes, constituidas de pátios de formação e cruzamento de trens, contando com 12 pares de AMV´s (desvios).
Será ainda controlada por quatro controles independentes interligados. Com gradiente (rampas) de 0,6mm/m, e maior tangente com quase
sete metros de extensão, a maquete oferecerá com suavidade e extremo realismo as derivações de trechos ferroviários,
reproduzindo com fidelidade as declividades pertinentes ao cenário ferroviário, sem que isto represente esforço excessivo
para o material rodante, ao mesmo tempo em que os trens descreverão os circuitos da maquete com refinado movimento.
Salienta-se a condição sine-qua-non do traçado quanto às curvas nas vias permanentes principais, estas, com
raio único de 1,20 metros, o que permitirá a operação de trens e locomotivas de todo e qualquer perfil, sem
perdas funcionais ou estéticas. O raio mínimo existente é de 23 polegadas, nos "loops" (a norma americana
solicita o raio mínimo de 22 polegadas para operação).
De operação simples, dispensará painéis elaborados, tendo nos quatro controladores e nos controles manuais
dos desvios as principais funções e contará com duas pêras de reversão (loops). Há um par de desvios
que serão alimentados com controle remoto elétrico. Esta, bem dizer, ainda é uma questão sob estudos.
Uma novidade será a instalação de um trecho em cremalheira, com rampa de 20% e cinco metros de extensão, que
ocupará o centro da maquete em interligação com uma das linhas. Independente, a cremalheira será mais um atrativo
de referência a uma modalidade funcional ferroviária também comum na historiografia ferroviária brasileira, além
de trazer um cenário intimista e exclusivo em uma maquete de ferreomodelismo, integrada à operação.
A decoração e o acabamento serão inspirados na diversidade de nossas paisagens, onde morros, montanhas, vales, rios,
lagos, talvegues, grandes pontes e túneis serão os protagonistas. Uma mineração, uma siderurgia, uma cimenteira
e até mesmo uma represa com rios e lagos, completarão o cenário que advém de nossas paisagens ferroviárias,
juntamente com duas grandes pontes de madeira treliçada e em curva, estilo "old time". Além das típicas formações
urbanas "de interior".
Outra inovação ficará por conta da utilização de um sistema que permita a circulação de
água corrente na represa e nos rios, substituindo a tradicional resina, a partir do princípio do uso de bombas miniaturizadas,
hoje muito comuns em artefatos decorativos domésticos. Vilarejos e cidades tipicamente interioranas também completarão
o cenário, com a riqueza devida e consignada a este tipo de construção.
Assim está sendo construída aquela que poderá ser considerada possivelmente a segunda maior maquete de ferreomodelismo
do Brasil.
Mas nada disto se faz sozinho. Dos nomes por trás desta realização um deve ser destacado, se tanto pela competência,
muito pais pelo que representa para o ferreomodelismo nacional: José Ramiro Trindade do Nascimento, ou como prefere ser chamado,
simplesmente, Ramiro Nascimento.
Fundador emérito da primeira instituição formal de ferremomdelismo em Minas Gerais, o desenhista-projetista profissional
Ramiro Nascimento é conhecido e admirado no metiê como um dos grandes mestres desta modalidade de hobby. Com mais de 45 anos
de experiência e dedicação, esteve a frente da principal entidade de ferreomodelismo em Minas por 38 anos. Hoje, dedica-se
a Sociedade Mineira, através de sua arte e de sua capacidade técnica para a concepção e construção
da maquete que, segundo ele, será o verdadeiro marco de sua vida, no auge de seus 72 anos de idade com disposição e
saúde invejáveis.
Seu braço direito, o ferreomodelista e marceneiro de cepa, homem de caráter irrepreensível na mesma medida de sua
humildade, Francisco Tampieri ou "Chico" como prefere, concebeu a construção e montagem de toda a infraestrutura
da maquete, com a maestria e o refinamento característicos.
Ao lado de Ramiro, assentou e formatou toda a estrutura que vemos nas fotografias em anexo.
Não menos importantes, dois nomes dão sustentação a esta realização: o ferreomodelista e administrador
de empresas Affonso Sérgio Soares Pereira e o fotógrafo e também ferreomodelista Paulo Pereira Arumaá, hobbistas
veteranos que tornaram-se insopitáveis mecenas do empreendimento, através da atitude aglutinadora em torno da entidade e do
maciço investimento de ambos para a consolidação da maquete, com competência e visão pelo o que hoje já
ultrapassa a casa dos sete mil reais, dentre também a participação de alguns colaboradores futuros participantes.
Associados se incorporaram ao empreendimento de forma pioneira, sobrejamente em homenagem e respeito ao nosso Ramiro, mola-mestra do que
hoje se realiza e um dos nossos monstros sagrados do ferreomodelismo, como Marcelo Lordeiro, Celso Frateschi, José Agenor, dentre
outros.
Participam ainda da nova entidade os ferreomodelistas mineiros José Luis Pereira, Bruno Godoy, Mozart Assis, José Augusto
Neto, Déo do Espirito Santo Sobrinho e outros que, aos poucos, vêm se reunir a esta nova Casa.
Prevista para começar a funcionar ainda em abril de 2005, por ocasião do encerramento das comemorações pelo
Sesquicentenário da Ferrovia no Brasil (1854 / 2004), esta operação inaugural será a partir de uma linha completa
em circuito, como passo pioneiro desta que será uma grande maquete, tanto por sua estrutura quanto por seus edificadores.
Um documento para a história do hobby no Brasil
Abril de 2005
<<AMPLA DIVULGAÇÃO>>
ESTAÇÃO DO TREM
Sociedade Mineira de Modelismo Ferroviário*
(*em formação)
** Primeiro texto para divulgação via internet (sujeito a complementações) **
Por: José Emílio de Castro H. Buzelin
Fotografias: Paulo P. Arumaá
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