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Cia. Paulista de Estradas de Ferro
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Durante o ano de 1928, a Cia. Paulista de Estradas de Ferro (CP) adquiriu da empresa norte-americana American Car and Foundry (ACF), ligada à Alco, 22 carros de passageiros inteiramente construídos em aço, tornando-se a empresa pioneira a operar esse tipo de equipamento na América do Sul. Todos foram construídos no sistema de chapas duplas, oferecendo, assim, menor índice de ruído aos passageiros, e em seu interior, de aspecto sóbrio, foram usadas madeiras nacionais para a decoração, como a imbuia e o jacarandá, a fim de torná-los familiares aos dos outros carros empregados.
Optou-se pela importação dos carros inteiramente montados, devido à inovação do equipamento, o que possibilitou a rápida entrada em serviço, logo após a chegada do primeiro lote de 11 carros, em 9 de abril, em Santos. A 1º de maio, fizeram a viagem inaugural de São Paulo a Campinas.
Dos 32 carros adquiridos, 7 eram de primeira classe, 6 de segunda e 3 de luxo ("pullman"). Ainda vieram 2 restaurantes, 2 bagageiros e 2 correios, estes iguais aos usados nos EUA. As características eram as seguintes:
1ª classe - truques de 3 eixos
nº 151 a 157, lotação 80 lugares
Obs.: O carro 256, 2ª classe, foi convertido para bagageiro nº 456 em 1931; e convertido em 2ª classe nº 256 em 1941 quando foi entregue ao tráfego o primeiro babageiro construído pela CP, nº 453.
Pullman - truques de 3 eixos
nº 51 a 53, lotação 18 lugares, com um reservado e uma sala para os fumantes
Restaurante - truques de 3 eixos
nº 851 a 852, lotação 36 lugares, alterada mais tarde para
48 lugares
Bagagem - truques de 2 eixos
nº 451 a 452, lotação 20.000 kg
Correio - truques de 2 eixos
nº 551 a 552, lotação 20.000 kg
Obs.: A partir de 1955, os carros de bagagem receberam um compartimento para correio, e os carros correio igualmente receberam compartimento para bagagem, tornando ambas as séries em carros de bagagem-correio. Os postais 551 e 552 passaram para 451 e 452. Bagagem 451 recebeu também compartimento para bufet, passando para 453; e 452 passou a 454.
Devido ao aumento dos passageiros nos trens noturnos, a Paulista adquiriu em 1929 mais 8 carros de aço carbono, todos dormitórios, com as seguintes características:
A partir da segunda metade da década de 1960, houve um aumento muito grande na procura de passagens, sobretudo na 1ª e 2ª classes. Como não foram adquiridos mais carros, devido à política de investimentos no setor ferroviário (nesta época o Estado de São Paulo já havia adquirido parte das ações da CP, com pretextos ainda dubitáveis), a Paulista viu-se obrigada a transformar seus carros "pullman" e restaurantes em carros de classe. Os 3 pullman ACF e o restaurante nº 852 foram transformados em carros de 2ª classe, junto com 6 dos 7 carros de 1ª classe. Os demais pullman e restaurantes fabricados pela CP na década de 1940 também foram transformados.
Em 1971 foi criada a Fepasa e a partir de 1977 / 1978 ela os encosta em vários pátios, sob a alegação de que são muito antigos, começando então a sofrerem violento processo de depredação, quando, em 1981, a ABPF solicita a guarda de alguns, para formar uma composição junto com a locomotiva a vapor 353 originária da Central do brasil.
Em 1983, a Fepasa cancela o pedido de cessão, com o propósito de recolocá-los no serviço ativo, pois não existem recursos para comprar carros novos.
Mudaram as administrações na Fepasa e praticamente nada aconteceu de substancial melhoria no serviço de passageiros. Pouco a pouco os carros foram sendo sucateados, em vários pátios, aqui e ali.
Hoje restam alguns dormitórios servindo ao socorro e VP em Bauru, São Carlos e Altino, pelo menos; e três carros (2 na 2ª classe e 1 na 1ª) que foram modernizados nos anos 1960, totalmente descaracterizados, com teto redondo, sem rebites à mostra, com truques de 2 eixos e mancais de rolamento...
Resta esperar que a RFFSA conserve os carros do Cruzeiro do Sul, que estão no Horto em Belo Horizonte, como se comenta, para formar composição com a "Velha Senhora", pois o sonho de ver outra vez montada a imponente composição verde-oliva do "Trem de Aço" da CP está praticamente impossível.
Revista "Estrada de Ferro", 15-Maio-1928
Relatórios da CPEF de 1928 a 1931, de 1941, 1955, e de 1965 a 1970
Características de carros da bitola de 1,6 m da CPEF, 1932
Características de carros da bitola de 1,6 m da Fepasa, 1975
Boletin nº 3 da ABPF, jan/mar-1981
Fotos: 1ª classe nº 155 em duas épocas: Acima, em 1940, e embaixo, em 1928, no início da operação. Repare nos filetes (amarelo) em toda extensão, juntamente com o brasão da CP, nº e classe, que em 1928 eram pintados. Mais tarde, eram peças fundidas em latão cromado. Note-se também os respiros das toilettes, na cobertura dos carros.
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