Localização dos principais frigoríficos existentes no Brasil até a década de 1960
Vagões isotérmicos: frigoríficos e ferrovias
Frigoríficos no Brasil: década de 1960
Flavio R. Cavalcanti - Fev. 2013
São da década de 1960, provavelmente, as pinturas mais antigas de vagões isotérmicos brasileiros, conhecidas no meio dos ferreomodelistas.
Frima - Fundado no início dos anos 1960 (...) teve curta duração (...) ainda na década de 60, entrou em concordata, depois transformada em falência e, a seguir, vendido ao
Frigorífico Bordon [Souza]. Os dois anúncios da Sonac localizados são de 1963 e 1964. A planta localizada (IB/IC) diz que os vagões foram atribuídos ao Frima em 1966, e passados ao Bordon em 1972 [Segundo a página institucional da Acrissul, teria sido fundado em 1947 e iniciado os abates em 1948].
T. Maia - Sebastião Maia fundou a sociedade em 1952 e em 1957 o Frigorífico Tião Maia iniciou os abates. Mas o desenvolvimento do T. Maia ocorreu na década seguinte, culminando em 1968. Acusado de desviar carne pertencente aos estoques reguladores, vendeu tudo em 1975 e partiu para a Austrália com uma mala de dinheiro [Há outras informações, de perseguição política por amizade ou sociedade com João Goulart, JK e Santiago Dantas, que só caberiam no imediato pós-1964; e outras de que teria vendido o Frigorífico T. Maia ao grupo Fialdini (nacional) em 1966. Mas ainda consta da relação do Banco Central em 1970].
Mouran -
Bordon -
ID RFFSA Central - De acordo com a planta, os vagões foram construídos em 1955 pela Mafersa. A
RFFSA
foi
criada (no papel) no final de 1957. Material novo, como as novas locomotivas da NoB, já chegam pintadas com as inscrições
RFFSA
(letras maiores) e Noroeste (embaixo, letras menores), como pode ser visto no Relatório 1958. Mas a aplicação do novo padrão à frota de milhares de vagões pode ter demorado (ou não) mais algum tempo. Esse padrão de dupla designação vigorou (no papel) até 1969. Segundo o IF-29, a foto que serviu de parâmetro para o lançamento do ferreomodelo foi feita em 1968.
Ficam de fora:
Comabra - O grupo argentino adquiriu o ramo brasileiro do grupo Wilson em 1971 [Sato]. O vagão ICD Wilson Comabra que serviu de protótipo ao ferreomodelo modificado por Kelso Medici foi documentado em 1991. A reportagem com Nilson Rodrigues não cita a data em que ele documentou o vagão PG-20 que serviu de protótipo ao seu ferreomodelo, lançado comercialmente pela Frateschi 15 anos depois.
ICC RFFSA - Adaptados (pelo menos parte dos 95 vagões) em 1973. O protótipo retratado no ferreomodelo Frateschi é posterior ao Sigo (1984).
A visão repetida dessas poucas imagens e de um punhado de ferreomodelos Frateschi ou modificados acaba fixando na mente dos ferreomodelistas um pequeno quadro de como as coisas eram.
O uso do verbo no pretérito imperfeito eram tende a reproduzir e perpetuar certa sensação de permanência, de estabilidade, uma continuidade mais ou menos duradoura e inalterada.
Nada poderia passar mais longe da década de 1960.
Ano
Cidade
UF
Stravaganza
1961
Rio Pardo
RS
Cooperativa Pastoril do Rio Pardo
60's
Pires do Rio
GO
Brasil Central
60's
Goiânia
GO
Centro-Oeste
60's
Três Lagoas
MS
Frigotel
60's
Aquidauana
MS
Kaiowá
60's
Maringá
PR
Central
60's
Paranavaí
PR
Central
60's
Garça
SP
Frigus
60's
Andradina
SP
Mouran
60's
Araçatuba
SP
Mouran
60's
Campo Grande
MS
Frima - Frigorífico Matogrossense*
(*) 1947 segundo a página institucional da Acrissul; ou 1960 segundo Souza.
A relação atualizada dos frigoríficos ou indústrias de abate signatários do convênio de apoio à política setorial de preços do Governo Federal, de Outubro de 1970, oferece um registro de alguns dos principais frigoríficos existentes ao final da década de 1960 embora provavelmente não seja completa:
Frigorífico
Localização
S/A Frigorífico Anglo
Barretos (SP)
Frigorífico Wilson do Brasil S/A
Presidente Altino (SP)
Cia. Swift do Brasil S/A
Utinga (SP)
Frigorífico Mouran S/A
Andradinia (SP)
Frigorífico de Cotia S/A
Cotia (SP)
Frigôr-Eder S/A – Frigorífico Santo Amaro
Santo Amaro (SP)
Frigorífico Tupã Ltda
Guarulhos (SP)
J. Ribas $ Cia Ltda
Santos (SP)
Frigorífico Kaiowa Ltda.
São Paulo (SP)
Frigorífico Guarulhos Ltda.
Guarulhos (SP)
Frigorífico Bordon S/A
Campo Grande (MT)
Presidente Prudente (SP)
S. J. do Rio Preto (SP)
Anápolis (GO)
Paranavai (PR)
Frigorífico Vale do Tietê
J. Bonifácio (SP)
Frigorífico Matel
Campo Grande (MT)
Frigorífico União S/A
Presidente Prudente (SP)
Frigorífico Guapeva S/A
Jundiaí (SP)
Frigorífico Itapevi S/A
Itapevi (SP)
Frigorífico Jandira S/A
Jandira (SP)
Frigorífico Santa Cruz
Santa Cruz do Rio Pardo (SP)
Frigorífico T. Maia S/A
Araçatuba (SP)
Frigorífico Minas Gerais S/A – FRIMISA
S. Luzia (MG)
Frigorífico Mucuri S/A – FRIMUSA
T. Otoni (MG)
Frigorífico Industrial S/A – MATISA
Gov. Valadares (MG)
Frigorífico Barol
Garças (SP)
Frigorífico Garças
Garças (SP)
Frigorífico Itu
Itu (SP)
Frigorífico M-4 Ltda.
Pinhal (SP)
Frigorífico Prudentino
Presidente Prudente (SP)
Frigorífico Guararapes
Guararapes (SP)
Frigorífico Touro Ltda.
Promissão (SP)
Frigorífico Piracicaba S.A.
Piracicaba (SP)
Fonte: Banco Central do Brasil. Gerência de Coordenação do Crédito Rural e Industrial. Anexo à Carta-Circular nº 29, de 26 Out. 1970.