Fepasa - Ferrovias Paulistas
A “Baratinha” n° 502 da Paulista

Vanderlei Zago
Centro-Oeste nº 96— 1º Set. 1995

A Fepasa realizou, em Maio pp., a completa restauração e pintura da antiga locomotiva elétrica n° 502 da Cia. Paulista (Fepasa n° 6503), de fabricação General Electric (GE) / American Locomotive Works (Alco), 1924, bitola larga; e também do carro de passageiros da Paulista, tipo "Inspeção", AM-3603.

Ambos destinavam-se ao acervo do Museu da Paulista, em Jundiaí, SP, então prestes a ser inaugurado pela Fepasa.

Na tarde de 11 de Maio pp., ao chegarmos em Nova Odessa com um trem tanqueiro tracionado por uma locomotiva V8, fomos avisados de que deveríamos trocar a tripulação do S-5562 — um trem que vinha de Rio Claro para Jundiaí — e sua tripulação deveria prosseguir com nosso trem, rumo a Rio Claro.

Vista frontal da locomotiva “Baratinha” n° 502 restaurada nos padrões da CPEF

Como fazemos normalmente, descemos para aguardar o trem e fazer a troca de tripulação.

Qual não foi nosso espanto — e alegria — ao vermos uma locomotiva elétrica “Baratinha” chegando com um carro antigo de passageiros, de madeira, totalmente restaurados e apitando ao entrar na estação!

A locomotiva estava impecável, com sua pintura verde-oliva, como nos tempos da Paulista, com seus detalhes típicos.

O carro também foi restaurado com esmero, não se esquecendo nenhum detalhe. Seu interior possuía poltronas antigas, ventiladores e iluminação (funcionando), entre outros detalhes.

Prosseguimos com o trem até Campinas, onde novamente houve troca de tripulação para seguir para Jundiaí.

Cabine da locomotiva “Baratinha” n° 502 restaurada nos padrões da CPEF

Não é necessário explicar o sentimento de espanto e surpresa que as pessoas expressavam, à passagem da composição ao longo do trecho de Nova Odessa a Campinas!

A locomotiva passava pelas estações apitando, com seu apito característico — parecido com o de locomotiva a vapor — e tocando o sino. Muitos devem ter recordado o tempo da saudosa Paulista, com seus trens de carros de madeira.

Dias depois, inaugurou-se o Museu da Paulista, em Jundiaí, e lá estava a locomotiva n° 502, para permanecer em definitivo.

Ficou na memória — e nas fotos — o dia em que uma elétrica da Paulista reviveu seus tempos de glória, correndo no trecho com sua imponente pintura verde-oliva, o símbolo da Paulista, e apitando alegremente — mesmo sendo apenas uma manobreira “Baratinha”.

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