Centro-Oeste n° 88 1° Mar. 1994Na seção de cartas da Railroad Model Craftsman (91/Mar), um leitor fala sobre Herb Walter, um ferreomodelista de 40 anos atrás: — “Ele foi um dos melhores exemplos de modelista construtor de réplicas soberbas, no início sem ajuda de ferramentas elétricas; depois passou a usar um pequeno torno. Alguns modelos foram pintados com uma bomba de inseticida. É maravilhoso o que ele e outros modelistas produziram, antes do uso do molde de cera perdida e do latão fotogravado”. Imagino que a bomba de inseticida fosse algo parecido com nossas desaparecidas bombas de Flit. Antes de receber o CO-83, eu ia indagar a você sobre esses métodos; então veio o artigo do Arnaldo Bottan sobre fundição. O que é possível fazer em casa com fotogravação? (César Arruda, Lorena, SP). A bomba de Flit ainda pode ser encontrada, especialmente nos mercadinhos e feiras da periferia. Naturalmente, está muito longe de ser um aerógrafo, o que deve ser compensado com grande dose de habilidade e experiência. Alguns problemas são o bico grosseiro, a irregularidade do fluxo de ar, e o tamanho exagerado do reservatório. Já ouvi falar de experiências com o bico injetor de isqueiros descartáveis. Quanto ao fluxo de ar, há várias idéias, mais ou menos viáveis para nós. Nos EUA, são vendidos sprays “de vento”, que substituem o compressor no aerógrafo comum (em cujo reservatório vai a tinta desejada); além de sprays com tintas específicas para o ferreomodelismo. Esta última opção é relativamente realizável no Brasil. O Agenor, o Fernando Leon Lucas, o Kelso — só para citar 3 exemplos — têm feito misérias com sprays de tinta que podem ser encontrados até mesmo numa cidade tão pequena quanto Machado, MG. Um projeto a que poucos colegas parecem ter dado a merecida atenção, é o fole de joalheiro apresentado em detalhes por Gilberto Concli no DC-6. Graças ao reservatório de pressão, o modelista pode dispor de um fluxo de ar praticamente constante, bastando familiarizar-se com o trabalho dos pés. Além de economizar a compra de um compressor, você tem a satisfação de utilizar um fole de alta qualidade, feito por você mesmo. Modelistas também adaptam compressores danificados de geladeira, obtidos a baixo custo em oficinas e ferros-velhos. Um projeto do extinto boletim da União Mineira de Modelismo (UMM) foi divulgado no DC-4. Por fim, nunca é demais lembrar a antiga descoberta do Luiz Mendes, de Brasília, que o Centro-Oeste tem lembrado reiteradas vezes: — A pintura de modelos com tinta latex PVA de parede (fosca) à base d'água, com pincel macio. Luiz Mendes foi ainda mais longe, pintando diversos modelos com uma mistura de corante Xadrez + cola branca PVA à base d'água. Em 1985 fiz alguns testes com as tintas que a Frateschi recomenda para a paisagem da maquete (Quadro).
É preciso lavar o corpo plástico do modelo, para desengordurá-lo. Pode-se misturar algumas gotas de água, embora na verdade eu tenha misturado... um pouco mais de cola PVA (e hoje existem colas coloridas, além das chamadas tintas “plásticas”. O mais é prática. Na 2ª ou 3ª tentativa você já saberá pintar sem deixar praticamente nenhuma marca de pincel. Fica até irreal, de tão liso, considerando que a maioria dos protótipos têm gritante aparência de chapa amassada. Fotogravura Trata-se do que muitos colegas conhecem pelo nome de “photoetching”: — Uma folha de latão é submetida à corrosão química, poupando apenas as partes protegidas por uma camada protetora de tinta. Isto, em princípio. Nada sei sobre os detalhes, a começar pelo papel que a luz (“photo”) venha a desempenhar no processo; qual a “tinta protetora”; ou qual produto químico se usa para corroer o metal, por exemplo. Parece-me que este processo tem adquirido popularidade crescente no plastimodelismo, e desponta com certa força no ferreomodelismo. No Brasil, por exemplo, boa parte do material produzido pela MR Custom Service inclui pelo menos alguns detalhes em photoetching. Ao checar a Fine Scale Modeller, para responder à sua consulta sobre Star Trek, deparei-me exatamente com a edição (Setembro?) onde uma das matérias principais ensinava “tudo” sobre photoetching. É um daqueles casos em que a gente pensa, hesita, encontra motivos para não adquirir, e depois arrepende-se durante um bom tempo (FRC). Ferramentas & técnicas de pintura
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