Warren Delano, NMRA-Marsa* — Centro-Oeste nº 90 (1º Jul. 1994)Este artigo é a tradução de uma crônica publicada no “NMRA Bulletin” de 92/Set, A resposta à pergunta nº 244 de Robert A. Black no “Bulletin” de 92/Fev, dada por John Teichmoeller no “Bulletin” de 92/Jun, é ótima, salvo quando escreveu: “... evitar o uso do engate Kd-4 (com a fenda retangular) nos vagões de carga, se for possível, pois resulta em folga demais nos seus trens”. Isto é uma verdade parcial, pois se você está procurando o maior realismo possível, merece saber algo mais a respeito dos engates. Veja na Figura abaixo (do livro “Estradas de Ferro”, prof. Helvécio Lapertosa Brina) um estilo comum de engate-protótipo. Esse engate inclui uma grande mola helicoidal lá no centro. Nós que tivemos a oportunidade de estudar a matéria de física elementar na escola, fomos ensinados que o coeficiente de atrito estático para qualquer coisa que rola é significativamente maior do que o coeficiente de atrito de rolamento. Por isso, a mola no engate permite à locomotiva pegar a carga de um só vagão de cada vez. Nenhuma locomotiva jamais construída pode pegar toda a carga de todos os vagões, de uma só vez, numa composição com um número razoável de vagões. Já que a diferença no comprimento da mola, ao se estender, pode chegar a cerca de 10 cm, o comprimento do trem será maior ou menor, dependendo da condição das molas. Por exemplo, numa composição de 100 vagões, a diferença pode chegar a 10 metros. O maquinista deve lembrar disso quando entra num desvio de passagem. Kadee projetou o engate nº 4 com a mola helicoidal exatamente para reproduzir a operação do protótipo. Caso a maquete do companheiro consista num “laço” de trilhos numa chapa de compensado de 1,2 x 2,4 m, e não se importe muito com o realismo das operações, então esqueça o Kadee nº 4. Mas se você quer deslocar trens razoavelmente longos (digamos 15 vagões ou mais) da maneira real, deve usar somente Kadee nº 4 nos carros e vagões, ainda que dêem um pouco mais de trabalho para instalar. Eu uso o nº 5 somente nas minhas locomotivas. Em todo o resto do material rodante, uso o nº 4. É relativamente fácil montá-los, usando o “Assembly Jig” (gabarito de montagem) nº 701; os “Spring Picks” (para pegar as molas) nº 235 da Kadee; e, claro, o “Height Gauge” (gabarito de altura) nº 205. Ao invés dos “Spring Picks”, eu uso velhas brocas de pequeno diâmetro, que um amigo dentista me deu. Quando chamei a atenção da companhia Kadee à publicação dessa resposta, o sr. Dale Edwards, um dos diretores da firma, respondeu-me o seguinte: — O engate nº 4 tem, sim, a vantagem de possibilitar composições mais longas. Pondo primeiro a locomotiva em marcha-à-ré, empurra-se os vagões para juntá-los. Depois, com a locomotiva para a frente, pega-se um vagão de cada vez. Pessoalmente, eu prefiro o nº 4 em qualquer situação em que possa ser utilizado. Engates Eis ao lado uma página da Model Railroader, décadas atrás, que ilustra mais alguns fatos a respeito dos engates nas ferrovias protótipo (ver “Engates — Modelos & Protótipos“, DC-14-15, DC-16 e DC-20). Acompanham os dizeres: “Antes das ferrovias dos EUA adotarem um engate padronizado, cada estrada podia escolher entre várias marcas, a maioria das quais não eram compatíveis umas com as outras. Aqui estão alguns dos tipos que foram mais utilizados. “Alguns deles parecem-se com os engates automáticos de ferreomodelismo. Por exemplo, o Barnes (nº 31) é muito parecido com o Mantua automático. O Meadows & Mead (nº 41) e o Morgan (nº 35) parecem-se com o Baker automático. O LeRoux & vanAarle é um pouco parecido com o American Flyer automático 1:72. Se você está curioso, o Janney (nº 2) foi o precursor do atual engate padrão”. (*) — Warren Delano é representante da NMRA — National Model Railroad Association (associação nacional de ferreomodelistas dos EUA) para orientação aos sócios da América Latina. |
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