Marcos Bertossi
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1 - Roda 2 - Eixo 3 - Mancal de fricção 4 - Calço do mancal 5 - Tampa da caixa 6 - Lateral (longerões) 7 - Travessa (travessão superior ou berço) 8 - Amparo balanço 9 - Mola do truque 10 - Triângulo 11 - Sapata do freio |
12 - Alavanca do freio 13 - Suspensão do freio tipo loop 14 - Suspensão da placa do freio 15 - Chaveta da sapata 16 - Barra de compressão 17 - Pino de articulação (alavanca e setor de graduação) 18 - Pino de articulação (alavanca e barra de compressão) 19 - Suporte de segurança do freio 20 - Suporte de conexão da barra de compressão |
21 - Suporte clip de segurança 22 - Suporte de segurança das molas (não mostrado na figura) 23 - Placa das molas 24 - Setor de graduação 25 - Guarda-pó 26 - Almofada de feltro 27 - Rebaixo da chaveta da sapata 28 - Tirante de graduação do freio 29 - Bandeija (prato) das molas |
FerroviasCom o desenvolvimento tecnológico dos vagões, os truques também se desenvolveram rapidamente, passando a ser construídos em ferro fundido, ao invés de madeira. Por volta de 1870, surge o truque Arch-Bar — literalmente, arco-barra — ou de barras, ou aranha, ou diamante, que teve um longo período de utilização quase universal, para todos os tipos de vagões. O truque Arch-Bar é constituído por barras parafusadas, com caixa de graxa, e equipou vagões norte-americanos por muito tempo, até 1938, quando seu uso foi proibido pela A.A.A. Ainda hoje, no Brasil, vemos vagões equipados com este truque, principalmente vagões de serviço das ferrovias. |
Em 1903, The Bettendorf Company inova com o lançamento do famoso truque Bettendorf (Fig. 3 - acima), que tem sua lateral fundida em aço, numa única peça. Com o passar do tempo, o desenho básico do truque Bettendorf foi sendo modificado, para obter melhor performance, surgindo novos modelos:
Bettendorf T - Modelo com reforço externo em forma de T, para reduzir a fadiga na lateral do truque. Self-Aligning - Modificação introduzida no desenho do encaixe da lateral com a travessa (forma cilíndrica, Fig. 4), permitindo pequenos movimentos da lateral em relação à travessa, ao realizar curvas, melhorando a inscrição do truque, reduzindo o desgaste dos flanges, os esforços de tração e a compressão nas laterais. Double-Truss - Introdução de um reforço duplo na lateral do truque (Fig. 5), reduzindo a fadiga estática e dinâmica das laterais, aumentando a vida útil e sua capacidade de transportar peso. |
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Spring-Plankless - Eliminação da placa das molas (Fig. 6), visando reduzir o peso total do truque e o contato direto da bandeja das molas (prato) com a lateral do truque. |
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Barber-Stabilized - Tipo S-2, sistema que atua por meio de cunhas de fricção na região de contato da travessa com a lateral (Fig. 7), para se ter uma pressão proporcional nas molas, em função da carga do vagão. Este sistema protege a carga transportada, pelo amortecimento dos movimentos oscilatórios. Este truque tem dois elementos fundamentais: as molas helicoidais de longo curso e os dispositivos para controle da ação dessas molas (cunhas de fricção, chapas de desgaste e mola de pequeno curso), de modo que a absorção dos choques transmitidos pela via à superestrutura dos vagões se faça eficiente e suavemente. |
Ride-Control - Tem como base a mesma concepção que o Barber-Stabilized, diferenciando-se o sistema de cunhas para oferecer uma carga constante nas molas, independente da carga transportada.
Integral - Nada mais é do que a denominação dos truques de aço fundido, constituídos de três peças: duas armações laterais, com espaços para o encaixe da caixa de graxa e os extremos do travessão central, e a travessa central do truque, também metálica. Portanto, aplica-se aos modelos que derivaram do Bettendorf.
Semi-Integral - Difere do integral apenas na lateral, que é constituída de forma a poder receber tanto a caixa de graxa como os mancais de rolamento.
Roller-Bearing - São os truques que, ao invés da caixa de graxa, possuem mancais de rolamento.
Existem também outros truques que são pouco conhecidos no Brasil, por terem uso específico em determinados vagões, ou que não tiveram grande repercussão no mercado ferroviário, como o Barber Lateral Motion, Andrews, Gould 50 ton (precursor do Semi-Integral), All Coil Springs, Symington Gould 100 ton (com duplo amortecimento para altas velocidades), Buckeye, Symington Gould de 6 e 8 rodas, Simplex High Speed (para vagões refrigerados), Coil Elliptic (empregado em cabooses, usando feixe de molas em lugar da mola helicoidal, na suspensão), Fox, variações do Arch-Bar Light e Simplex para tênder, Diamont, Short, SP Thielsen, Brill, Diaphragm para vagões de mercadorias, Logging para vagões madeireiros (transporte de toras), Caboose / Leaf Spring com feixe de molas etc., sem falar nos truques para carros de passageiros, carros motrizes, locomotivas e tenders. |
Podemos ter truques que congregam, ao mesmo tempo, várias melhorias, tais como Self-Aligning, Double-Truss e Spring-Plankless, ou Barber-Stabilized e Roller-Bearing, ou... etc. [ T-Section (à esq.) sujeito a confirmação ] |
BrasilNa Fepasa, os truques mais usados são:
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Tabela I - Uso de truques por tipo de vagões na RFFSA
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Os três primeiros, externamente, são iguais — o mesmo modelo Bettendorf. Os outros dois, para 55 toneladas, também são iguais, diferindo às vezes na caixa de rolamento, conforme o fabricante e o tipo de rolamento. Normalmente, encontramos o Barber com caixa de rolamento tipo cartucho, de tampa na caixa, ou tampa aparafusada na ponta dos eixos. Na Tabela I, encontra-se a distribuição dos vagões da RFFSA e as percentagens dos diversos truques utilizados, bem como a percentagem total na frota. FerreomodelismoNo mercado americano, encontramos grande variedade de truques, seja em plástico ou metálicos. O truque com maior variedade de modelos nos EUA é o Arch-Bar, que existe nos seguintes tipos: Leaf Spring (feixe de molas) para caboose, Brill 50E, Logging, SP Thielsen, Diaphragm, Diamont, Short, West Side, Light, Simplex. Outros truques disponíveis são Andrews, Bettendorf T, Vulcan, Express Reefer, Fox e os Roller Bearing, com pelo menos 4 tipos. Noventa por cento, ou mais, dos truques produzidos nos EUA não têm engate agregado, e 100% têm rodas RP-25. No Brasil, apenas a Frateschi e a Phoenix produzem truques. A Frateschi produz dois modelos para vagões de carga — o Arch-Bar e o Ride-Control com rolamento de cartucho — numa única peça plástica com o engate agregado. Nos EUA, o truque com engate agregado é conhecido como truque Talgo. A Phoenix produz 5 modelos, na escala HO correta — Arch-Bar, Bettendorf, Bettendorf T, Ride-Control e Barber-Stabilized. São confeccionados em metal, em peças independentes (2 laterais e 1 travessa), que são encaixadas como no modelo real, recebendo um par de molas de cada lado (sistema de equalização, igual aos protótipos), que lhe conferem articulação, facilitando a inscrição nas curvas. Além de serem truques que dispensam o lastro (peso) no vagão, por serem metálicos, também já vêm equipados com rodas RP-25, bem mais próximas da aparência real. |
Com estas alternativas, o modelista brasileiro que gosta de modelar vagões de nossas ferrovias — atuais ou passadas — praticamente já não precisa adquirir truques importados. Os 5 modelos produzidos abrangem boa parte dos protótipos e épocas (Tabela II). Note que tanto o Ride-Control como o Barber podem ter o rolamento de 3 tipos: cartucho (Frateschi), com tampa (Phoenix / Cobrasma) e com tampa presa ao eixo (Phoenix / Barber FNV). Externamente, os 3 truques são praticamente idênticos. |
Tabela II - Truques mais usados no Brasil
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