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Fim de semana em Alagoinhas
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A estação São Francisco, a 122 km de Salvador, localizada a cerca de 600 metros do centro de Alagoinhas, foi construída pelos ingleses no final do século passado, à época da Bahia & São Francisco Railway. Suas pilastras de sustentação são de aço, trazidas da Inglaterra. Foi remodelada em 1935 e tombada pelo patrimônio histórico e cultural da cidade em 1987. Atualmente, a arcada central está condenada. Uma placa da prefeitura, de Abr. 1990, afirma que ali será instalado um museu ferroviário, com a restauração do prédio. |
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Resta saber quando, pois este prédio bonito não agüentará muito tempo. Aí funcionam, hoje, apenas os escritórios do chefe da estação e da polícia ferroviária.
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É justamente nessa estação que existe a bifurcação das linhas — à esquerda, a linha segue para Senhor do Bonfim, Juazeiro e Petrolina (Linha Centro); à direita, segue para Aracaju, Maceió e Recife (Linha Norte).
Segundo os maquinistas, a Linha Centro não está em boas condições de conservação, mas as Linhas Norte e Sul (esta, para Camaçari e Salvador) estão em bom estado — exceto no trecho Pojuca — Mata de São João, onde quase não existe lastro e os dormentes estão fincados praticamente no chão, que ainda por cima é de massapê (terra mole).
É por isso que, de vez em quando, os trens de combustíveis descarrilam naquele trecho. Na Bahia, os trilhos são TR-37, exceto na região de Salvador, Candeias e Camaçari (TR-57).
No domingo, às 10h50, registrei a chegada desse trem de combustíveis, que saiu da refinaria de Mataripe, em Candeias, no início daquela manhã, e seguiu mais tarde para Petrolina (PE), às margens do rio São Francisco, pela Linha Centro.
Eram 22 vagões-tanque carregados de óleo cru, gasolina, óleo diesel e álcool, tracionados por esta U10B (Foto 2, Foto 3) e pela U8B n° 2179. Uma terceira locomotiva, com defeito, vinha acoplada como vagão corta-fogo, e foi deixada nas oficinas de Alagoinhas, para manutenção. Como corta-fogo, foi então acoplado um vagão tanque carregado de água, entre as locomotivas e os tanques de combustíveis.
Em Alagoinhas, também ocorre a troca das equipagens das locomotivas (tripulações). O licenciamento ainda é efetuado por bastões. Todas as máquinas de licenciamento e aparelhos telegráficos de Alagoinhas são de fabricação inglesa, mas não fui autorizado a fotografá-los.
Pontualmente, às 12h00, as locomotivas U10B n° 2244 e 2265 (Foto 4) chegam a Alagoinhas, com o trem de amônia da Nitrofértil, proveniente de Laranjeira (SE), com destino ao polo petroquímico de Camaçari.
Na Foto 5 e Foto 6, vêem-se os vagões de amônia da composição estacionada, aguardando a saída do trem de combustíveis para a Linha Centro.
N. R.: Embaixo do logotipo e do nome da Nitrofértil, existe a inscrição "Empresa do grupo Petrofértil" (no mesmo estilo de letras maiúsculas, também em verde). No entanto, isso ocorre em apenas um dos lados do vagão — e, curiosamente, parecem estar todos alinhados para mostrar essa inscrição do mesmo lado.
Não existe a inscrição "Propriedade da Petrofértil", em nenhum dos lados. Em ambos, debaixo do losango com a caveirinha, existe a mesma inscrição "Amônia anidra", em letras maiúsculas do mesmo estilo, porém em vermelho.
Em Alagoinhas, também é substituída a equipagem do caboose. Segundo a equipagem, nunca houve acidente ou vazamento de amônia.
A SR-7 tem, atualmente, 5 cabooses, sendo 3 em operação, 1 em manutenção e 1 em construção — todos construídos nas oficinas de Alagoinhas. Sua tara é de 21 mil kg.
Na Foto 7, o trem de amônia, já estacionado na plataforma do pátio externo da estação de São Francisco, na direção de Camaçari, aguarda o licenciamento para seguir viagem.
N. R.: Observe a cabine moderna, à direita. De acordo com outras fotos mais distantes, a escada de acesso começa do lado oposto ao automóvel estacionado, prossegue subindo pelo lado voltado para a estação, e chega à varanda sobre o carro. Esta varanda se estende pelo lado de cá (à direita de quem vê a foto), até o lado oposto ao do automóvel.
Os tanques que se vêem nas duas extremidades dos cabooses da SR-7 transportam água, para neutralizar os vazamentos de amônia.
O caboose é empregado como carro de segurança, com funcionários especialmente treinados para emergências — 2 da RFFSA e 1 da Nitrofértil, — com equipamentos de proteção individual (EPIs), tais como máscaras contra gases, roupas de amianto à prova de fogo e de gases, óculos especiais, luvas e botas de proteção.
Também dispõe dos equipamentos inerentes a um verdadeiro carro de bombeiros, tais como tanques, extintores e equipamento de rádio-comunicação. Numa das extremidades, existe uma moto-bomba, onde são conectadas mangueiras capazes de alcançar qualquer vagão da composição (geralmente, 10 a 12 vagões).
Os cabooses pertencem à RFFSA e ficam estacionados nos pátios da SR-7 em Camaçari e Dias d'Avila (BA) — principalmente neste último — e também na unidade da Nitrofértil em Laranjeiras (SE). Eventualmente, um ou outro fica no pátio da Nitrofértil em Camaçari.
A amônia é produzida pela unidade da Nitrofértil em Laranjeira (SE) e transportada para a unidade de Camaçari (BA), tanto por ferrovia como por navio — pois a empresa possui um terminal marítimo próprio, no porto de Aratu, localizado na baía do mesmo nome, no município de Candeias. É uma baía dentro da baía de Todos os Santos, próxima a Salvador.
A amônia é transportada nos vagões-tanque em estado líquido, a uma pressão de 15 kg/cm², e é distribuída como matéria-prima ou insumo para outras empresas do polo petroquímico de Camaçari, através de tubovias. Seus maiores consumidores são a Copene (Cia. Petroquímica do Nordeste S/A), a Pronor Petroquímica S/A e a Nitrocarbono S/A.
A Nitrofértil também possui uma frota de vagões fechados graneleiros, para o transporte de uréia, também de Laranjeira (SE) para Camaçari (BA). A uréia é matéria-prima para a produção de fertilizantes nitrogenados, para uso na agricultura.
Normalmente, a média é de 1 trem diário, em cada sentido, demandando 24 horas para atingir seu destino, segundo informações colhidas na Nitrofértil. De acordo com o maquinista, a viagem de Laranjeira a Camaçari é feita em 15 horas.
Em meados de abril, o transporte ferroviário foi temporariamente suspenso, em virtude da parada para manutenção preventiva da unidade industrial da empresa em Camaçari, para troca de equipamentos. No final do mês, estava previsto que o transporte voltaria a ser realizado, a uma média de 2 composições diárias em cada sentido. De acordo com o pessoal da Rede, o tráfego é de 1 trem diário, em cada sentido.
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