Trens e Ferrovias do Norte e Nordeste
Locomotivas e vagões da
CBTU Maceió em 2003

Charles de Freitas - S. João da Boa Vista (SP)
Fotos: Charles de Freitas e Luciana de Almeida

Este material foi divulgado nas listas de discussão em 2008
e revisado a seguir para publicação na revista "Trens & Ferrovias"

No dia 12 de setembro de 2003, dando seqüência à nossa primeira digressão nordestina, viajamos de Salvador a Maceió (AL), com direito a passar pela famosa ponte rodo-ferroviária sobre o Rio São Francisco.

Em Alagoas, não circulavam trens de carga desde as chuvas de junho de 2000, que destruíram as linhas da concessionária CFN em vários pontos.

Quanto à CBTU, ao contrário do que ocorre em Salvador, o trajeto ferroviário de Maceió a Lourenço de Albuquerque (AL), em bitola métrica, foi mais demorado e durou cerca de uma hora e meia. O trem passa ao lado da Lagoa do Mundaú e penetra nos canaviais alagoanos até chegar às cidades de Rio Largo e Lourenço de Albuquerque. Nesta última, a linha se bifurca (um lado segue para Pernambuco e o outro para Sergipe). Uma ponte caída logo ali, cortando a ligação com Sergipe, refletia a violência das chuvas do inverno de 2000.

Os trens metropolitanos de Alagoas possuem tração diesel-elétrica (a frota é composta por três locomotivas ALCO RS-8, herdadas da RFFSA). Em 2003, estavam operantes as máquinas n.° 6007 (com a pintura própria da CBTU alagoana) e n.° 6019 (exibindo a antiga pintura padrão da CBTU/Nordeste, com decais da METROREC, que a havia cedido). A loco n.° 6002, com a pintura da CBTU de Alagoas, estava imobilizada na oficina.

Quanto aos carros utilizados, a maioria é provavelmente herança da antiga Rede Ferroviária do Nordeste (RFN). São unidades próprias para viagens de longa distância e, portanto, um pouco desajeitadas para as linhas suburbanas. Não obtive resposta segura quando indaguei sobre o fabricante desses carros. Somente o carro SC 8300-5Y possuía uma placa, constando “Oficina de Divinópolis – VFCO – Novembro 1967”. No carro SC 8297-1Y, muito parecido, não vi placa alguma. Os demais aparentavam ser remanescentes dos famosos carros “Fuji” da RFN, de fabricação japonesa, mas infelizmente não consegui provas concretas disso.

Em 13 de setembro de 2003, as composições alagoanas eram formadas pelas locomotivas 6007 ou 6019 (em revezamento) e os carros SC 8297-1Y, UC 8663-2C, UC 8647-1C e SC 8300-5Y.

No interior da Oficina de Maceió, encontramos em ótimo estado de conservação o carro de madeira QNB 601397-0C, apelidado de “Tieta”, que já não estava lá na viagem de 2006 (teria sido levado para Fortaleza pela CFN).

Acompanhe no FB

Busca no site