Centro-Oeste - Trens, ferrovias e ferreomodelismo
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Ferreoclipping

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• Museu Ferroviário de Natal - 25 Abr. 2016

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• Passagens e descontos do Trem do Corcovado | Onde comprar - 12 Dez. 2015

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Passagens do trem para Vitória esgotam-se 15 dias antes do feriado - 22 Mar. 2015

  

  

Bibliografia

• A Gretoeste: a história da rede ferroviária GWBR - 25 Abr. 2016

• Índice das revistas Centro-Oeste (1984-1995) - 13 Set. 2015

• Tudo é passageiro - 16 Jul. 2015

• The tramways of Brazil - 22 Mar. 2015

• Regulamento de Circulação de Trens da CPEF (1951) - 14 Jan. 2015

• Caminhos de ferro do Rio Grande do Sul - 20 Nov. 2014

   

RVPSC - Rede de Viação Paraná - Santa Catarina
O trem "Bananeiro"

Jocely Lona Cleto
Centro-Oeste DC-7 – 25 Out. 1990

Existiu no Brasil um "Bananeiro", por sinal, único.

Quando o País era servido quase exclusivamente pelas estradas de ferro, qualquer mercadoria — pequena ou grande, saísse do Norte ou do Sul — tinha que usar este meio de transporte.

O mesmo quanto aos passageiros. Todos eram levados de trem, o meio de condução mais veloz daqueles tempos.

Corre o ano de 1934, ou 1935, ou qualquer outro ano da minha infância. Na saudosa Porto União da Vitória, ainda vejo a velha estação de madeira, servindo à estrada de ferro.

Pelas 6h da manhã, a "manobra" coloca os carros de passageiros junto à plataforma. Muitas pessoas, todas impacientes, aguardam o momento do embarque para mais uma viagem. Das oficinas, sai a 310 toda bonita, toda imponente, para mais uma tarefa: levar o trem de passageiros para Rio Negro — Mafra — São Francisco (de Rio Negro, outra locomotiva levará outro trem, com os passageiros, a Curitiba).

Entra no carro de 1ª classe um senhor bem vestido, coloca sobre o bagageiro uma mala que parece cair aos pedaços e vai sentar-se na outra extremidade do carro. A seu lado, uma senhora de idade. Parece nervosa. Não tira os olhos daquela mala.

Precisamente às 6:30h, após o toque do sino e o apito do chefe-do-trem, e depois do inesquecível apito da 310, vai saindo da estação o "Bananeiro".

Ah, que trem de tantas saudades, tantos atrasos, tantas histórias! Centenas de pessoas ocupam os carros, cada pessoa uma vida diferente, cada pessoa deixando saudades e levando lembranças.

A viagem transcorre normalmente. Diversas paradas, reabastecimento de água e lenha no tênder da locomotiva. Tão comum, tão aceito pelos passageiros, porque fazia parte da viagem, como se fosse a continuação de um verdadeiro ritual

Quando nas estações, as paradas permitiam um café com sonhos, ou com "bolinhos de graxa". O senhor da mala descia para fumar, ou para tomar um cafezinho. A senhora de idade continuava olhando aquela mala...

E segue o "Bananeiro" avançando pelos trilhos, sacolejando sempre, deixando para trás a Lança, Valões (hoje Ireneópolis), Felipe Schmidt, Paciência, Canoinhas... Que saudades de Canoinhas, seu restaurante ferroviário, o almoço, o café...

Em seguida, Rio Negro, Mafra. Alguns vagões irão até Curitiba, outros seguirão para São Francisco. A mala irá até Curitiba. Também seu dono, e aquela senhora.

Retorno de São Francisco. Não só os carros de passageiros — também 2 ou 3 vagões usados para o transporte de gado de Porto União da Vitória para São Francisco. São os vagões-gaiola.

Em São Francisco, os vagões-gaiola eram "minuciosamente" desinfetados com um banho de cal e, em seguida, forrados com folhas de bananeira. Realizada esta "limpeza", eram então carregados com milhares de cachos de banana, destinados ao Rio Grande do Sul.

Sendo a banana fruta de rápido amadurecimento, aquela carga deveria seguir urgente para o sul, motivo por que os vagões eram engatados a um trem de passageiros. Estariam mais rapidamente no seu destino.

O "pedaço" do "Bananeiro" que foi para Curitiba chega à estação — hoje Museu Ferroviário e sede do Clube da Maria Fumaça. Desembarcam os passageiros, o dono da mala, a senhora de idade ainda aparentando certo nervosismo.

Retorno a Porto União da Vitória. Até Mafra, vindo de Curitiba, o P-13. De Mafra até Porto União da Vitória, o "Bananeiro". Sempre as mesmas paradas, as mesmas guloseimas nas estações. E, num certo trecho, uma parada não-programada: jogar água na caixa de graxa da roda do truque do tênder. Motivo: superaquecimento da ponta de eixo. Coisas que acontecem...

Em Valões, hoje Ireneópolis, o "Bananeiro" entra no quadro da estação apitando de modo diferente. É domingo, dia de passeio do povo, dos namorados, dos noivos — e até dos casados — pelos trilhos, enquanto aguardam a chegada do "Bananeiro".

Continua a 310, agora devorando a escuridão com seu potente farol. Ao longe, as luzes de Porto União da Vitória. Mais uns quilômetros, mais alguns minutos...

Então, a 310 começa a apitar. Que apito! Que maneira inesquecível de saudar alguém que está esperando!... Não bastasse o apito, agora, também, o sino da 310.

Toda a cidade vive aquele momento, noite após noite.

— Está chegando o "Bananeiro"!

Próximo à estação, um garoto na janela de sua casa saúda o maquinista. É "o garoto da ponte".

Chega o "Bananeiro" na estação. São 9:20h da noite. No horário! Abraços e risos. Lembranças são entregues. Missão cumprida, a 310 retorna às oficinas. Não parece cansada. No dia seguinte, nova viagem. Outros passageiros, outras vidas. Mas sempre viajando no "Bananeiro".

Ah, quase me esqueço!

Aquele senhor da mala, o tio Eurico, era gerente da Caixa Econômica Federal em União da Vitória. E aquela mala, quase caindo aos pedaços, continha 1.285 contos de réis, destinados à agência da Caixa em Curitiba. E aquela senhora de idade era minha avó Francisca.

   

  

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