As "novas" locomotivas
e o que foi feito das antigas, desde a
privatização das ferrovias, até meados de 2002
Marcos Zeituni - Jan. 2004
Ferroban
Após a privatização, a Ferroban não importou locomotivas. Acabou com a eletrificação, sucateou as elétricas
e carros de passageiros, e ainda cedeu muitas máquinas para as outras operadoras. Foram várias U20C da métrica para a ALL. Também
foram-se quase todas as G12 da métrica (ex-Mogiana ) para a ALL e FCA — tanto que, depois, algumas G12 da larga (cabeça-de-saúva
) tiveram de ser adaptadas para atender à métrica. Foi uma LEW para a ALL, também, que hoje esta sucateada. [Locomotivas
da ALL]
Quando a Ferronorte assumiu a Ferroban, Novoeste e a Portofer (Porto
de Santos), criou-se a Brasil Ferrovias. A partir daí, começaram
entrar máquinas importadas, que foram da BNSF (Burlington
Northern e Santa Fe) dos EUA. Em um primeiro lote, que chegou no
ano passado, vieram para o Brasil 13 máquinas C30-7 usadas,
que na Ferronorte receberam a série 9200. Em fevereiro último,
acabaram de chegar ao Brasil mais 18 máquinas C30-7, também
da BNSF, que estão no Porto de Santos aguardando liberação
alfandegária.
MRS
Quando a MRS assumiu a concessão, também sucateou
a eletrificação da Santos a Jundiaí (único
trecho elétrico que havia adquirido na concessão),
encostou as famosas English (Pimentinhas), a Carioquinha e as litorinas
elétricas de inox, e suprimiu o trem de passageiros para
Santos e o Rio de Janeiro.
O único trecho eletrificado que a MRS não sucateou
foi a serra da cremalheira, senão não teria como vencer
a rampa da Serra do Mar, onde trabalham as Hitachis.
A MRS mandou reformar 19 locomotivas U23C sucateadas
no tempo da RFFSA, que foram repotencializadas para C30-7 e hoje trabalham na
Ferrovia do Aço. Estas máquinas (3701 a 3719) têm um detalhe interessante: devido à repotencialização, receberam
o radiador traseiro das Dash9, ficou uma máquina interessante de modelar.
Depois, adquiriu as famosas SD40-3MP que desembarcaram no porto do Rio de Janeiro; e em seguida, as famosas
C36ME, que eram da Union Pacific e Conrail. Ao todo, foram nove destas máquinas, sendo que uma delas,
quando estavam emprestadas à Ferronorte, se estraçalhou no acidente ocorrido na Serra do Mar em maio de 2002, junto com uma Dash9, onde
morreram maquinista e ajudante, destruindo 55 vagões. As numeração das Dash9 era 9041, e das C36 da MRS, 3803 (tenho fotos de todas
também).
ALL
No Sul do País, hoje da concessionária ALL, ela importou
as famosas U20C da África, que são chamadas de "Namíbias",
aquelas com o "nariz horrivel", e que hoje são
fáceis de fotografar em Mairinque (SP); e também algumas
U20C e G22 da Sportnet. Corre a informação de que
a ALL estaria comprando algumas SD40 para colocar no trecho de serra,
já que as G22 não estão mais agüentando
o tranco, só que estas máquinas receberiam os famosos
truques B-B. [A chegada das U20C “Namibianas” em Angra dos Reis | Ficha técnica das U20C “Namibianas” na ALL]
Conclusão
As demais operadoras não importaram nada, só reformaram
o que existia, inclusive a Ferropar comprou algumas G12 da larga
(cabeca-de-saúva) sucateadas em Jundiaí, e as levou
para o Paraná, para reformat e colocar em ordem de marcha.
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