Ferrovias do carvão no Rio Grande do Sul
Cadem e Estaleiro Mabilde
Estaleiro Mabilde
As relações com os funcionários e o Estado (1896-1943)
Adriano Ballejos Mabilde
p. 22
Com o processo de venda no ano de 1943, o estaleiro deixou de pertencer à família Mabilde. Foi vendido ao Consórcio Administrador das Empresas de Mineração (CADEM), e com o passar dos anos, foi assumido pelo Governo do Estado. Foi arrendado a vários empresários e trocou de nome diversas vezes.
p. 106
Referindo-se ao período, Affonso Fróes Mabilde completa:
Nesta ocasião como a situação financeira era insustentável, ficou resolvido pedir concordata por intermédio de nosso advogado Dr. Ernani Estrela.
Nesta concordata a firma comprometia-se a saldar suas dívidas parceladamente com á dispensa de juros de móra, o que foi aceito pela quasi totalidade dos credores.
Foi constatado, nesta ocasião um passivo de mais ou menos CR$ 480.000,00.
(...)
Em 1938 a dívida estava reduzida para mais ou menos CR$ 220.000,00 devido ao serviço das seguintes companhias: Costeira, Loide Nacional, Loide Brasileiro, Hamburguesa, Navegação das Lagoas, á frota de navios Suecos, e o restante da navegação de cabotagem que vinha ao pôrto e também ao Consorcio Administrador das Empresas de Mineração (CADEM), que além do serviço, ainda fornecia carvão para a uzina.
Duas firmas credoras, a S.A. White Martins e União de Ferros S.A., prestaram também grande auxílio, fornecendo um crédito semanal ao estaleiro.193
p. 111~112
Segundo Affonso Fróes Mabilde, duas propostas foram apresentadas: o Estaleiro Só oferecia o valor de CR$ 1.000.000,00 (um milhão de cruzeiros)204, pagos à vista, porém, sem a manutenção do quadro funcional do Estaleiro Mabilde; a outra proposta pertencia ao Consórcio Administrador das Empresas de Mineração (CADEM), em que era oferecida a mesma quantia de CR$ 1.000.000,00 (um milhão de cruzeiros), parcelados em dez vezes, mantendo o quadro funcional do estaleiro.205
Affonso Fróes Mabilde salienta ainda que o CADEM aceitava todos os operários, inclusive seus antigos proprietários, reconhecendo o tempo de serviço e todas as vantagens de que gozavam.206
Assim, o contrato de compra e venda foi assinado em 27 de fevereiro de 1943, nas seguintes condições:
1. Vendedores: Mabilde & Cia. e a herança de dona Maria José Fróes Mabilde.
2. Compradores: Companhias Estrada de Ferro e Minas de São Jerônimo e Carbonífera Minas de Butiá, representadas pelo Consórcio Administrador de Empresas de Mineração.
3. Valor: CR$ 1.037.101,60 (um milhão, trinta e sete mil, cento e um cruzeiros e sessenta centavos)
4. Forma de Pagamento: CR$ 700.000,00 (setecentos mil cruzeiros), pagos em dez prestações de CR$ 70.000,00 (setenta mil cruzeiros).207
5. Montante das dívidas passivas: CR$ 337.101,60 (trezentos e trinta e sete mil, cento e um cruzeiros e sessenta centavos), a serem pagos diretamente aos credores pelo Consórcio Administrador das Empresas de Mineração.208
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