Vagão Caboose:
O que é um Caboose?
Marcelo F. Cosi - Março 2003
O Caboose era um vagão especial, usado no final dos trens de carga americanos;
normalmente onde o condutor e o guarda-freios preenchiam sua papelada, resolviam
problemas mecânicos (tais como lubrificar pontas de eixo super-aquecidas,
reatar mangueiras que se soltem, engatar), cozinhar refeições, e
mesmo dormir. Ter alguém no final do trem ajudava muito em manobras, colocar
AMVs na posição original, fechar porteiras, engatar e desengatar
vagões e sinalizar a linha em caso de parada de emergência.
O caboose também era um abrigo de inverno, caso algo fizesse a locomotiva
parar e locais gelados, cobertos de neve e inacessíveis às equipes
de socorro da ferrovia. Lá dentro havia sempre uma fornalha para aquecimento
e cozinhar e camas para se dormir.
Algumas poucas ferrovias americanas vendiam passagens para se viajar no caboose,
o que era uma maneira de se prover transporte público em áreas onde
seria anti-economico se usar carros de passageiros e não havia outros meios
de transporte público.
O que é aquela coisa em cima do Caboose?
Alguns não possuem mas é chamada cúpula e foi projetada
para que os funcionários pudessem observar todo o trem para antecipar problemas
e soluções. Existiam também Caboose com Bay–Window:
janelas que se projetam para os lados do vagão.
Porque o Caboose deixou de ser usado nos trens?
Era um componente de ferrovia com diversos custos associados a ele: Por ser um
local de funcionários, tinha que ter vidros aprovados pelo Ministério
dos Transportes, regulamentações sobre as instalações
elétricas, sobre comida e água, esgoto e vários outros itens
que tornavam os custos de manutenção bastante elevados. Além
disso é um vagão que não leva qualquer tipo de frete, portanto
incapaz de se pagar. Entre os anos de 1988 e 1998 acontecerem enormes reduções
de funcionários nas ferrovias: No passado era obrigatório a presença
de cinco funcionários à bordo de um trem de carga; exigências
que com o passar dos anos e penosas negociações sindicais, caíram
para três e até dois funcionários. Os remanescentes podem
ser confortavelmente abrigados nas espaçosas cabines das locomotivas modernas.
Existia ainda o problema do que fazer com o Caboose nas manobras: ele tinha que
ser deixado aparte (em grandes pátios existia a área de Cabooses)
e depois de montado o trem, voltava-se para apanha-lo; mais custos.
Um dos acidentes com vítimas, mais freqüentes em ferrovias, era contusões
causadas por impactos dentro do Caboose; quando um trem fazia uma frenagem de
emergência, o último vagão a ser freado era o Caboose; ou
seja, um golpe brusco e repentino que pegava de surpresa, mesmo o mais experiente
ferroviário.
E no Brasil?
A única ferrovia a usar regularmente Cabooses, e nunca com a freqüência
dos EUA foi a Mogiana; as demais possuíam Cabooses específicos para
cargas perigosas como Amônia, etc.
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