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Estrada de Ferro Jari
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Tenho vários livros sobre o Jari, inclusive o do Glauco Carneiro, que foi encomendado e financiado pelo próprio grupo que assumiu.
Outro, mais completo, conta a história desde o tempo da ocupação indígena, escrito por um engenheiro nosso que nasceu na região e cujo pai era dono do único cartório local, portanto ele guarda todos os livros e tem dados interessantíssimos sobre a sucessão das fazendas e a contabilidade dos antigos donos daquele castanhal e seringal. Este livro está à venda e chama-se Jari – 70 anos de História, do eng° Cristóvão Lins, ao qual foi me dada a honra de prefaciar. Já existe um resumo bastante correto no site Ferreomodelismo Verde e Amarelo, com fotos das únicas duas locomotivas do Jari.
O sonho americano - A reportagem da revista Horizonte Geográfico tem muitos erros. Na realidade o projeto não "naufragou". Após 6 meses de nacionalização, deu o seu primeiro lucro operacional, e hoje continua dando bons lucros e pagando a sua dívida do passado. O problema são os grandes empréstimos em iene e dólar, que dificultam a amortização da dívida, pois nos primeiros anos de nacionalização o Jari trabalhava só para pagar o serviço da dívida. Quanto à floresta, hoje podemos verificar que, graças aos trabalhos desenvolvidos durante os dez primeiros anos da administração Antunes, é a floresta cultivada mais produtiva do mundo, produzindo 60 toneladas de madeira por hectare-ano. Para se ter idéia, a fase Ludwig plantou 137.000 ha, para produzir 830.000 toneladas de madeira por ano, e a fase Antunes, mudando as espécies e melhorando-as geneticamente, tem hoje plantados apenas 47.000 hectares para produzir 1.240.000 toneladas de madeira/ano.
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Duas reportagens da série Redescobrindo o Brasil, d'O Estado de S. Paulo, abordam aspectos da história e da atualidade do Jari:
A expedição nazista ao Jari - Esta história está bem contada no livro do Cristóvão Lins, Jari – 70 anos de História (Livro narra história semelhante).
A favela de palafitas do Beiradão / Laranjal do Jari - Quando a Jari Florestal iniciou suas operações no Pará, existia uma pequena comunidade ao longo da margem do lado do Amapá, que logo se expandiu pela perspectiva de trabalho assalariado, crescendo e se tornando a segunda cidade em arrecadação do Estado, e mesmo assim este dinheiro — que é muito mais que o arrecadado pela grande maioria dos municípios brasileiros — não volta em benefícios para aquela comunidade, como deveria voltar. Apesar disto, conheci bem as favelas sobre palafitas do Amazonas, de Belém, do Maranhão e do próprio Amapá, e nenhuma se compara ao Laranjal do Jari, pois nesta, ao contrário, corre muito dinheiro, tanto que as lojas comerciais funcionavam como zona livre, podendo-se comprar quase tudo que se comprava em Manaus na época da Zona franca. Alem disso, o garimpo na região concentrava muita riqueza nas mãos dos comerciantes, e podia-se comprar a grama de ouro de boa qualidade a preços muito abaixo dos praticados nas bolsas. O nível cultural também é bem mais elevado, pois muitos profissionais que trabalhavam para a Cia. moravam lá, inclusive engenheiros das empreiteiras, por falta absoluta de moradia em Monte Dourado (Jovens do Jari vêem em gangues a única perspectiva | "Estou marcado de terçado pra cá, pra lá" | Bonita e alegre, Suelem sonha ser dançarina | Quituteira ajuda a salvar crianças na terra das palafitas).
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