A volta da locomotiva MAN n° 24
Contratempo
Texto e mapas:
Raul Carneiro Neto
Fotos: Luiz Felipe Gabriel Elias
Estávamos a aproximada-mente 10 km de Antonina (logo
após a famigerada PN da rodovia de acesso), quando eu acelerei
o auto de linha para manter a distância aproximada de 500 m da motriz.
Neste instante o motor perdeu rotação e apagou, como se
fosse uma pane seca.
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Parados após a falha no "Fairmont".
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Através do rádio o Ivan alertou o Toninho sobre a nossa parada,
pedindo que a velocidade fosse reduzida. Após um exame rápido,
vi que o problema não era grave, mas certamente nos causaria algum incômodo.
A bobina de ignição estava "pelando", ou seja, o único
recurso seria tentar resfriá-la até chegarmos a Antonina. Chegamos
até a improvisar uma espécie de "camisinha", onde mantínhamos
a base da peça imersa em água, tentando refrigerá-la. O
esquema sustentou-se por mais alguns quilômetros, mas depois a bobina
pifou de vez. Mal agüentava percorrer 300 m e o motor apagava novamente.
Vale lembrar que ninguém "azedou" com o "Fairmont",
pois o esquema de ignição eletrônica que nós instalamos
logo que foi reformado, sempre funcionou bem. Realmente o "AF-207"
nunca nos deixou na mão. E olha que ele sofreu bastante, principalmente
no início dos trabalhos de desbravamento da linha. Pela sua excelente
ficha de serviços, foi perdoado por todos.
Não sobrou opção senão instalar um "cambão"
entre os engates do auto e da motriz, para empurrá-lo até Antonina.
Parados após a falha no "Fairmont".
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Partimos novamente, em velocidade ainda mais reduzida. Para mim foi uma
tranqüilidade, pois sem necessidade de operar o auto, apenas estiquei
as pernas sobre o capô do motor, me acomodando confortavel-mente
no banco e deixando a viagem correr...
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