A outra ponta da
Estrada de Ferro Campos do Jordão
César Assan – Centro-Oeste DC-7 – 25-out-1990
No mês de julho, fiz "programa de desquitado": viajei de férias
com meus filhos, estive em Campos do Jordão e passeei na EFCJ. Ao
contrário dos passeios registrados pelo Märcos Ahorn (DC-2/11 e
3/14) e pelo Kelso Médici (DC-5/3), o que fiz desce a serra, de
Campos em direção a Santo Antônio do Pinhal.
Este passeio turístico em automotriz é oferecido pela EFCJ em 2
horários diários e, nas férias, em 4 horários. Parte da estação
de Capivari, passa por Jaguaribe e Abernésia e entra na área rural.
Ao transpor o alto do Lageado, inicia-se a descida até Santo Antônio,
onde a automotriz é virada para a viagem de retorno.
Apesar do tempo nublado, fiz excelentes fotos: a antiga estação
Emílio Ribas, que agora abriga a Secretaria Municipal de Turismo
(estilo europeu), o girador (inglês) com a automotriz, casas dos
funcionários (estilo europeu), vagões desativados servindo de alojamento
e depósito, os bondes de subúrbio, a automotriz de manutenção com
a pintura "estalando", o trole manual, a nova estação de Capivari,
uma turma de "conserva" trocando os dormentes de um AMV.
Em Santo Antônio, há a estação e casas de funcionários (no mesmo
estilo), outro girador, a subestação de força, além de um belo panorama
do vale do Paraíba, com Taubaté ao fundo. Na própria estação, existe
uma lanchonete bem montada, com salgados, sanduíches, refrigerantes,
café etc. Ali também se vendem doces caseiros, artesanato e roupas
de lã.
O passeio é agradável, a paisagem e a mata são muito bonitas e,
para os ferreofilistas, é imperdível, por suas características únicas.
As crianças adoram a viagem de trem e, após a primeira meia hora,
se entrosam entre si de tal forma que a volta parece uma excursão.
O surpreendente, como notaram o Marcos e o Kelso, é que, apesar
de ser um serviço público, o pessoal é atencioso e o material e
as instalações estão em condições bem razoáveis. Existe também um
entrosamento (tímido) com os empresários locais: são distribuídos
tickets que dão direito a um copinho de chocolate quente na estação
de Santo Antônio, sob patrocínio de um fabricante local de chocolates.
O que de fato está mal é a linha: No trecho de declividade 11%,
o boleto do trilho está plano, de tão gasto pelo atrito, existem
muitos dormente deteriorados e o lastro (de pedras grandes) bem
merece um reforço, que auxiliaria bastante o nivelamento — apesar
dos 20 km/h, a automotriz sacoleja bastante.
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