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Ferreomodelismo
Curto-circuito na locomotiva Ten Wheeler

Mário Roberto C. Paiva — Centro-Oeste nº 63 (1º-Fev-1992)

O curto-circuito observado pelo Alexandre na Ten Wheeler 4-6-0 Die Casting, de outro companheiro (DC-21/5), talvez se deva a um erro de montagem dos rodeiros do tênder.

Esta máquina vem sob a forma de kit para montar. Capta energia pelas rodas de um dos lados do tênder, e pelas rodas motrizes (drivers) do lado oposto da caldeira. Assim, é preciso que todas as rodas isoladas, nos truques do tênder, sejam posicionadas do mesmo lado. A roda isolada tem um ressalto de plástico (bucha) junto ao eixo, na face interna.

Se os rodeiros estiverem posicionados corretamente, e o curto continuar, os dois truques deverão ser girados 180 graus, em relação ao eixo de fixação. Se ainda assim o problema permanecer, a causa deve ser interna, nas ligações, que não devem ter sido feitas conforme as instruções de montagem.

O Alexandre também se engana ao afirmar que os engates X2f (Horn-Hook) são abertos com ímã de ação horizontal. Sendo feitos de plástico, eles não sofrem ação magnética, e o desengate exige um meio mecânico. A Atlas fabrica uma grade de desengate para o X2f, agindo mecanicamente sobre os pinos verticais do engate, mas o aspecto na maquete é totalmente irreal. Uma forma de evitar o choque desses pinos com o AMV é cortá-los parcial ou totalmente.

Nomenclatura GE

Sobre a nomenclatura das locomotivas diesel-elétricas GE, a primeira codificação — usada até os anos 70 — iniciava-se com a letra U, de Universal, nome da série de motores diesel que ela utilizava.

Seguiam-se dois dígitos indicativos da potência aproximada do motor diesel; e a letra B ou C, que designava o tipo de truque, com 2 ou 3 eixos.

Não me parece correta a afirmação do Nilson (DC-20/5), de que a potência seria a dos motores de tração. Em toda a literatura sobre o assunto, inclusive nas plantas das máquinas utilizadas em nossas ferrovias, a potência está sempre relacionada aos motores diesel. E, embora qualquer motor possa ter sua potência expressa em HP, usualmente essa unidade de medida é utilizada para motores de combustão interna.

A segunda série de locomotivas GE, lançada nos anos 70, teve uma segunda codificação, onde a letra do tipo de truque passou para a frente, sendo seguida pelos dois dígitos da potência, e mais o dígito "7" — que caracterizava a nova geração, criada na década de 70.

De forma similar, a nova série lançada nos anos 80 teve o dígito final substituído por "8".

Ocorre que nos EUA, quando uma nova série de determinado produto é lançada e distingüida da anterior por um dígito acessório precedido por um traço (dash), é comum a imprensa especializada designar o novo produto pela expressão "Dash-n°".

Isso ocorreu no início dos anos 70, quando a EMD-GM modernizou sua linha, acrescentando o "-2" aos códigos GP-40, SD-40 etc. Essas máquinas passaram a ser conhecidas como "série Dash-2".

Como o mesmo vinha ocorrendo com as máquinas da GE, esta resolveu, a partir do modelo de 4 mil HP, truques C-C (produzidos para a Union Pacific), oficializar essa expressão. Assim, esta máquina já foi codificada como "Dash-8 40-C".

Diga-se de passagem, existe também um avião, concorrente do Brasília, que é conhecido como "Dash-8".

N. R.: O texto do Alexandre no DC-21/5 recebeu algumas revisões, e a afirmação sobre o engate X2f abrir com ímã é de responsabilidade do CO. De fato, o X2f que vem com os vagões e locos — de fábrica — quase sempre é feito em plástico, exigindo a "rampa mecânica" para abrir.

A propósito de engates, ver matérias mais completas — a meu ver, excelentes — de Marcos Bertossi e Délio Araújo no DC-15/25 (protótipos), no DC-16/6 (ferreomodelismo) e no DC-20/8 (protótipos brasileiros tipo europeu e norte-americanos). — FRC.

  

 
 
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