Ferronorte - Ferrovias Norte Brasil
A ponte rodoferroviária
sobre o rio Paraná
Relatório Fepasa - 1998*
Digitalização: Carlos E. Campanhã
As informações e imagens desta apresentação têm como ponto de partida (4 Ago. 2011) o relatório
elaborado pela Fepasa na primeira metade de 1998.
* Esta data é apenas estimada, uma vez que a cópia localizada nos arquivos da Fepasa não contém
data. A rigor, pode tratar-se de cópia apresentada para aprovação. Refere-se ao mês de Abril no passado; e à
inauguração (ocorrida em Junho) no futuro.
Trata-se de uma "descrição sucinta das obras da Fepasa que estão sendo realizadas", constituídas
por:
uma ponte Rodoferroviária sobre o Rio Paraná, com 2600 metros de extensão, ligando os municípios
de Rubineia, em São Paulo, a Aparecida do Taboado, em Mato Grosso do Sul;
dois viadutos de acesso à Ponte, a partir da malha viária existente, com extensão aproximada de
720 metros da lado São Paulo e de 450 metros do lado Mato Grosso do Sul:
um acesso ferroviário, da ponte à cidade de Santa Fé do Sul, em São Paulo, com extensão
aproximada de 16,5 km, integrando por ferrovia as regiões sudeste e centro-oeste do país, constituindo-se na interligação
da malha da Fepasa com a Ferronorte.
um acesso rodoviário, ligando a SP-597 (Santa Fé do Sul / Santa Clara) que deriva da Rodovia Euclides da Cunha em São
Paulo, à Ponte, com extensão aproximada de 8 km.
5/7/96, Gazeta Mercantil – Interesse despertado entre investidores nacionais e estrangeiros pela privatização da RFFSA e a retomada das obras da ponte sobre o rio Paraná, divisa SP/MS, finalmente convenceram fundos de pensão a participar do capital da Ferronorte, projeto tocado até agora pelo grupo Itamarati, de Olacyr de Moraes. Ontem, Ferronorte anunciou um aumento do capital social de R$ 354 milhões. As ações serão subscritas pelos fundos Previ, Petros e Sistel, que passarão a deter 60% do capital. Também serão emitidas debêntures conversíveis em ações, no valor de R$ 100 milhões, a serem adquiridas pela BNDESPar. Pelo contrato de concessão para construir e explorar por 90 anos a ferrovia que cortará MS e MT, apenas 20% das ações ordinárias da Ferronorte deveriam ficar em mãos do grupo idealizador. Mas mesmo depois de ter aberto 260 km de estrada, Olacyr não conseguir atrair parceiros. // Abriu 260 km e os parceiros não apareceram. O grupo começou então a desacelerar a obra e dos US$ 260 milhões de financiamentos assegurados pelo BNDES só contratou R$ 160 milhões. O primeiro trecho, que aguarda o assentamento de trilhos, vai de Aparecida do Taboão, na divisa MS/SP, até Chapadão dos Gaúchos, no centro da produção de soja do MS, e dali seguiria numa segunda etapa para Cuiabá, MT. Mas este trecho não se conectava aos trilhos da Fepasa, em Santa Fé do Sul. Uma ponte sobre o rio Paraná e 15 km de trilhos da Fepasa, por construir no lado paulista, separavam as 2 ferrovias – obras que só agora estão recebendo tratamento prioritário dos governos federal e estadual. Negociações para a entrada dos fundos duraram cerca de 1 ano e a demora nessa decisão alimentou boatos nos últimos meses de dificuldades do grupo Itamarati, que imobilizara capital em grandes projetos de demorado retorno em diferentes áreas: na ferrovia, produção de açúcar e álcool, beneficiamento de algodão, fazendas produtoras de grãos, armazenagem e energia elétrica – para esta última o grupo conseguiu como sócio, no final do ano passado, a norte-americana Energy Power Group, que adquiriu 50% do capital das UHE Juba I e Juba II, no MT. Grupo ainda estuda abertura de capital de sua usina de açúcar e álcool para investidores chineses e recentemente Olacyr surpreendeu ao oferecer ao Incra suas cinematográficas fazendas Itamarati e Itamarati Norte para reforma agrária. // Itamarati deverá continuar com 34% das ações da Ferronorte; Previ ficará com 25%; Petros com 20%; Sistel com 15%; e outros com 6%. Obras da ferrovia deverão ser retomadas e a meta agora será a construção de 450 km rumo a Cuiabá.
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Capa do relatório da Fepasa sobre a ponte rodoferroviária