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Ferreomodelismo live steam
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Sou lanterneiro de automóveis, tenho 41 anos, e há 20 trabalho na profissão. Meu avô, tios e padrinho, todos foram maquinistas da Estrada de Ferro Leopoldina.
Só meu avô, trabalhou 45 anos na EFL, na locomotiva n° 332.
Desde menino, eu sonhava em trabalhar na Leopoldina. Cheguei a ser praticante de telegrafista, mas o destino foi cruel. Fiz várias provas, fui aprovado, e nunca fui chamado. Até que um dia cheguei aos 35 anos, que era o limite de idade para ingressar na RFFSA.
Gosto muito de trens, mas não sou fanático, como muitos que conheço. Por isso procurei aprender tudo sobre ferrovias. A começar que em 1970 cursei o Senai, aprendi tudo sobre solda, e nos fins-de-semana ia à vila Inhomirim (raiz da serra de Petrópolis), pois lá havia diversas locomotivas a vapor que ainda funcionavam como VP (Trem de Via Permanente).
Comecei a aprender, fiz muitos amigos, e ganhei um livro das oficinas de locomotivas Baldwin — todo em inglês, só entendia as figuras.
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Com o pensamento de que, já que eu não pude ser maquinista, vou construir a minha própria locomotiva.
Em 1987 começamos a montar as rodas motrizes, depois os pistons, mais tarde os longeirões, até chegar na cabine. Foram muitos testes, até que a locomotiva funcionasse perfeitamente, no sistema Walschaerts, após 4 anos de construção.
Hoje, eu posso dizer que uma locomotiva a vapor não tem mistério nenhum — tanto que já reformei a locomotiva da Fazenda União Carvalheira (Vassouras, RJ), com a troca de tubos, espelhos e todo o sistema de tração.
Restaurei um locomóvel centenário, que muitos tentaram e não conseguiram — e hoje funciona naquela fazenda.
Ponho meus serviços à disposição de quem precisar, em qualquer tipo de locomotiva a vapor.
Ao Evaldo Alves (CO-86/25): — Ainda existe, sim, tudo o que você leu sobre a EF Fazenda União Carvalheira, de Vassouras, RJ. As locomotivas a diesel estão quebradas, mas a locomotiva a vapor funciona com os carros de 1ª e 2ª classe.
E hoje eu tenho na oficina a minha máquina, com o n° 332 da Leopoldina, em homenagem ao meu avô Domingos Torres, que trabalhou com ela no trecho de Campos, RJ, a Vitória, ES.
Detalhe: — Na época, era o único maquinista chamado a conduzir trens especiais, como o do presidente Getúlio Vargas em suas viagens ao interior.
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A grande dificuldade está aí: — Os trilhos.
Da primeira vez que coloquei o trem em operação, no Dia da Criança, a CBTU-RJ montou uma via de 300 metros, com trilho 45 e dormentes. Ficou muito alto.
Depois, substituímos os trilhos por cantoneiras de 1-3/16'', que suportam bem o peso do trem, e nos possibilitam fazer curvas e desvios, embora com pouca aderência, fazendo a locomotiva patinar às vezes. Mas sua montagem é fácil, rápida, e mais leve.
Recebi convite para participar de uma exposição no Norte Shopping, onde será feita a reconstituição de uma rua do Rio antigo, com estação e o trem.
Será no mês de Março.
A Deus, por me dar força e saúde.
A vocês, por mais esta oportunidade de mostrar meu trabalho.
Em especial, à minha filha Flávia, de 15 anos de idade, que desde o começo me ajudou muito, e com isso aprendeu tudo sobre a máquina a vapor. Valeu, Flávia!
Pretendo construir uma locomotiva maior, Ten-Wheeler 4-6-0. Para isso preciso de dinheiro, da venda da 2-4-0.
Moysés Naime Neto
moysesnaime@ieg.com.br
Tel.: (21) 3650-8255
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