Ferreomodelismo live steam
Por que escolher a bitola de 3½’’

Arnaldo Bottan
Centro-Oeste n° 77 – 1° Abr. 1993

Na minha opinião, a bitola de 3½’’ (88,9 mm) é a mais viável para se construir, pois está ao alcance de qualquer modelista que possua uma pequena oficina doméstica.

Suas peças podem ser usinadas em um pequeno torno de bancada, em casa. E seu peso também não é muito exagerado.

O peso das locomotivas com tênder dificilmente supera os 100 kg, a não ser que se modele protótipos avantajados, tipo Big-Boy.

Isso é muito importante, pois 2 pessoas transportam com certa facilidade uma locomotiva dessa bitola - o que já não aconteceria na bitola de 5’’ (127 mm), cujas locomotivas exigem uma talha ou outro meio qualquer para tirá-la da mala do carro.

Quanto ao realismo, a bitola de 3½’’ é plenamente satisfatória.

Consegue-se construir locomotivas com cerca de 15 kgf de esforço de tração.

Isto é suficiente para tracionar umas 6 pessoas adultas mais o maquinista — tudo dependendo, claro, do tipo de locomotiva e da escala de redução.

Tal como acontece no ferreomodelismo de mesa, também no live-steam a relação entre bitolas e escalas é tema um tanto controverso.

Bitolas & via elevada

Nas bitolas de 7¼’’ (184,15 mm) ou maior, a linha pode ser instalada ao nível do solo — pois permite um material rodante mais largo, e portanto mais estável para levar passageiros da escala 1:1.

Já nas bitolas de 5’’ (127 mm) ou menor, em princípio as linhas devem ser elevadas, pois o centro de gravidade do passageiro fica muito alto, e a largura do material rodante não favorece o equilíbrio.

Com a linha elevada, o fato das pernas dos passageiros ficarem abaixo do nível dos trilhos, rebaixa um pouco o centro de gravidade.

Porém, temos visto, nas revistas especializadas, linhas de 3½’’ (88,9 mm) e de 5’’ (127 mm) instaladas ao nível do solo.

É o que também ocorre com a nossa linha, que funciona bem, até com poucos descarrilamentos.

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