Planos Ferroviários Governos e construção de ferrovias
Flavio R. Cavalcanti
O quadro indica o número de quilômetros de ferrovia inaugurados pelos governos, desde o gabinete Rio Branco até o penúltimo ano do primeiro período Vargas, bem como a correlação quilômetros por dia.
Na verdade, essa correlação entre períodos de governo
e evolução da malha ferroviária diz muito pouco.
Não esclarece, p.ex., que tipo de ferrovia se constrói
— o regime de propriedade, a qualidade das linhas, região,
objetivos, viabilidade etc.
Além disso, por se tratar de obras demoradas, poucas vezes um governo chega a inaugurar todas as linhas que concede a menos que as inaugure trecho por trecho. E a simples
inauguração de trechos nada diz quanto ao desenvolvimento de cada
ferrovia, nem do conjunto.
Assim, o governo do gabinete Rio Branco — que preparou um
dos maiores surtos ferroviários, considerando-se a época — é
o que pior aparece no filme, em que pese sua extraordinária duração.
Os frutos vão aparecer adiante, na seqüência de gabinetes liberais,
e pode-se questionar até que ponto a exuberância dos números
não se deveu a uma liberalização dos critérios.
De qualquer forma, é certo que houve, pelo menos, uma reorientação.